terça-feira, 15 de abril de 2025

Assisti Minecraft, mas isso não é bem uma resenha

No sábado (12/04), assisti ao filme Minecraft com a minha filha.  Desde o primeiro trailer, tinha perguntado se ela queria assistir, porque ela gosta muito do jogo.  Ela dizia que não, só que os coleguinhas assistiram e ela mudou de ideia.  Ela joga Minecraft e tem vários Legos do game.  Eu sei que vários dos meus alunos adolescentes bem mais velhos jogam, também.  Não entendo a fascinação por um jogo de gráficos tão toscos.  Gente que cresceu nos anos 1980, como eu, teve que conviver com os jogos em 8-bit limitadíssimos e fomos acompanhando a evolução dos games e nos emocionando com a qualidade dos gráficos.  Resumindo, eu sou incapaz de me encantar por Minecraft, mas eu não sou público alvo do jogo, nem do filme.  

O resumo do filme e eu não vou me esforçar para escrever o meu, encontrei o que segue no Rotten TomatoesBem-vindo ao mundo de Minecraft, onde a criatividade não ajuda apenas a criar, é essencial para a sobrevivência! Quatro desajustados — Garrett "The Garbage Man" Garrison (Jason Momoa), Henry (Sebastian Eugene Hansen), Natalie (Emma Myers) e Dawn (Danielle Brooks) — se veem lutando com problemas comuns quando, de repente, são puxados por um portal misterioso para o Mundo Superior: um mundo maravilhoso, bizarro e cúbico, que prospera na imaginação. Para voltar para casa, eles terão que dominar este mundo (e protegê-lo de criaturas malignas como Piglins e Zumbis) enquanto embarcam em uma jornada mágica com um artesão inesperado e experiente, Steve (Jack Black). Juntos, a aventura desafiará os cinco a serem ousados ​​e a se reconectarem com as qualidades que os tornam excepcionalmente criativos... as habilidades necessárias para prosperarem novamente no mundo real.

No geral, achei o filme bem ralo de roteiro e cheio de situações um tanto constrangedoras, mas estava em uma sessão com muitas famílias com crianças pequenas, ou nem tanto, e era evidente que a coisa funcionou com quem deveria funcionar.  Nem a Warner, que precisa emplacar algum novo sucesso, estava levando fé no filme, mas o Minecraft foi acolhido e está rendendo muito dinheiro.  De minha parte, dei alguns sorrisos, perguntei para a Júlia se tal coisa ou outra era do jogo ou do filme, ela me explicou tudo e eu já esqueci de boa parte do que assisti.  Agora, o que me deixou admirada foi o quanto o papel do Jason Momoa era gay e do inegável o bromance com a personagem do Jack Black.  As piadinhas podem escapar às crianças, mas elas estão lá e são bem visíveis, começando pela elação dúbia entre Garrett e o sujeito que faz lá os leilões.  Enfim, eu nem estaria terminando esse texto, mas saiu isso aqui na Folha de São Paulo:

É muita falta do que fazer, não, não, é má fé mesmo e acredito que nem foi a Mônica Bergamo quem fez essa chamada, mas alguém da equipe.  Minecraft tem um público alvo muito mais amplo que Ainda Estou Aqui. Minha filha de 11 anos não é público de Ainda Estou Aqui, que não é filme censura livre, mas joga Minecraft e quis ver o filme e eu que não iria me mover para ir ao cinema para isso, fui junto. Dois ingressos.  A base de fãs do jogo + aqueles que levam as crianças para um filme infantil (*e idiota, diga-se de passagem*). É um blockbuster e precisa render muito. Esse tipo de chamada é fazer pouco caso de um grande triunfo do cinema nacional, tão grande que levou um montão de prêmios, todos mais que merecidos. É ridículo isso.

Muito bem, Minecraft já é um sucesso financeiro e terá continuações.  No final do filme, se sugere isso quando Steve encontra Alex, que, segundo a minha menina, era outra skin (*personagem*) das primeiras versões do jogo.  Você escolhia ser Steve ou Alex.  O que mais me espantou nessa cena pós-créditos, no entanto, foi uma mulher jovem deixar um homem desconhecido, que aparece na sua porta, entrar.  Falando em questões de gênero, temos duas mulheres, uma jovem e branca (Natalie), outra negra, obesa e mais madura (Dawn).  Garante-se a diversidade no filme, com Dawn representando TRÊS minorias,  mas o protagonismo é masculino.  Agora, algo que me fez rir foi a vice-diretora Marlene (Jennifer Coolidge), que queria encontrar um novo parceiro desesperadamente e acaba conhecendo um camponês do jogo que passou pelo portal.  Foi engraçado, sim.

O que mais tenho a dizer?  Assisti dublado, não posso avaliar a atuação de ninguém, mas o filme está cheio de gírias do momento, isto é, de repente, daqui uns cinco anos, ou menos, algumas piadas tenham se tornado incompreensíveis.  Se você gosta do jogo, deve gostar do filme.  Se você for criança, pequena, em especial, deve achar o filme divertido.  O filme está fazendo dinheiro e, para um blockbuster, é o que conta.  Vão anunciar a continuação logo, logo.

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