Um dos pontos altos do Oscar, e eu destaquei no meu post, foi o prêmio de melhor documentário em longa metragem para o filme No Other Land (Sem Chão), escrito e dirigido à quatro mãos por palestinos e israelenses. Destaco parte do que escrevi no meu post do Oscar:
Agora, o momento mais importante da festa de longe foi o prêmio de melhor documentário para o candidato palestino Sem Chão (No Other Land). Dirigido por um coletivo formado por dois palestinos e dois israelenses (Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor) e falando da violência contra os palestinos na Cisjordânia. Basel Adra e Yuval Abraham foram os porta-vozes do grupo e fizeram discursos muito pertinentes. Detalhe, o filme não tem distribuição nos Estados Unidos. E vou destacar o que ficou para a história.(...) No momento em que estamos assistindo um genocídio em andamento em Gaza, destruição e mortes na Cisjordânia, e que o presidente dos Estados Unidos fala em transformar o território Palestino em um resort, esta vitória é importante. Se a vitória de Ainda Estou Aqui é emocionante para o Brasil (*talvez, para o México, também, por motivos de Emília Pérez*), a de Sem Chão é mensagem para o mundo.
Muito bem, o jornal israelense Haaretz noticiou que Yuval Abraham, israelense e um dos co-diretores do filme, e ativistas denunciaram que Hamdan Ballal foi atacado por dezenas de colonos na Cisjordânia, linchado e, posteriormente, preso por soldados da IDF (*Forças de Defesa de Israel*). Segundo os relatos, os colonos "(...) destruíram tanques de água, roubaram câmeras de segurança e quebraram janelas de carros. Quando os soldados chegaram, os colonos fugiram. Ativistas americanos no local chamaram a polícia, mas disseram que os policiais não intervieram."
A IDF diz que colonos foram atacados por terroristas armados com PEDRAS. Já os ativistas dizem que Ballal foi retirado de dentro de uma ambulância e levado. Tudo ocorreu, hoje pela manhã e ninguém teve mais notícias dele. Diante das denúncias, a IDF diz estar investigando o caso. A vitória do filme no Oscar foi muito mal recebida, segundo o Haaretz, por setores da sociedade israelense que justificam a ocupação de terra dos palestinos na Cisjordânia e justificam as ações terroristas dos colonos. Sim, são terroristas, alguns, antes desse governo israelense atual, chegaram a ser condenados por suas ações. Hoje, esse pessoal é celebrado e faz parte do governo.
Acredito que ele será libertado, seria um escândalo muito grande deem sumiço nele, ou o manterem encarcerado. No entanto, dada a situação que temos hoje, o apoio norte-americano que parece ser sem restrições, talvez, eu esteja sendo otimista. O fato é que a carnificina precisa parar. Estamos assistindo a um genocídio televisionado e com a conivência da maior potência do mundo. Para os palestinos e qualquer pessoa de boa vontade, é aterrador. Para quem não lê em inglês, recomendo o texto do G1.
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