Mesmo com a importância das mulheres na indústria de mangá, seja como produtoras, seja como consumidoras, não pensem que há igualdade. Fosse assim, não teríamos as premiações que tem o tal "Mangá Geral" indo parar quase todo ano nas mãos de um mangá seinen, enquanto os mangás josei são premiados como shoujo. Muito bem, desde o ano passado, o Shogakukan Manga Award, que existe desde 1955, acabou com as categorias por demografia (Kodomo, Shounen, Shoujo, Geral). Quando isso aconteceu, o Pro Shojo Spain e eu e outras pessoas ou canais alertaram que iríamos ver os mangás de demografia feminina sendo prejudicados, ou excluídos. Como a maioria absoluta dos shoujo e josei são produzidos por mulheres, elas, as autoras, ficariam largadas, também.
Ano passado, entre os quatro premiados, um deles era um mangá josei (Suuji de Asobo), este ano, não há nenhum mangá feminino premiado. Ao todo, eram treze indicados, dentre eles, somente três eram mangás femininos (Uruwashi no Yoi no Tsuki, Yume no Shizuku, Kin no Torikago, Black Alice), respectivamente um shoujo (*um dos mais vendidos do momento*), um josei (*obra de Chie Shinohara que encerrou ano passado e foi um grande sucesso de público e crítica*) e um shoujo de terror para o público mais infantil.
Os quatro vencedores são dois mangás seinen, um shounen e um shounen para o público infantil. Todos de autoria masculina. Para saber quais são, visitem o ANN. A gente tinha antecipado que aconteceria isso, pior que seja nos 70 anos do prêmio. Se as outras premiações que dividem por demografia seguirem esse padrão, o resultado será ainda menos visibilidade e reconhecimento para os mangás shoujo e josei. E que ninguém acredite e, pior, venha escrever comentário dizendo que não havia mangás femininos que merecessem premiação, você não é bem-vindo/a aqui.
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário