Há 80 anos, Auschwitz foi libertado pelas tropas soviéticas. Os alemães estabeleceram o complexo do campo de Auschwitz na primavera de 1940 na Polônia ocupada pelos alemães. Cerca de 1,1 milhão de pessoas foram mortas lá, incluindo cerca de um milhão de judeus. Esta é a data em que lembramos as vítimas do Holocausto. Normalmente, pensamos nos judeus, mas o projeto de extermínio nazista incluiu ciganos, pessoas com deficiência física, homossexuais, dissidentes políticos (socialistas, comunistas e mesmo liberais), testemunhas de Jeová etc. Todos os que não eram considerados arianos, como os eslavos, estavam destinados ao extermínio em algum ponto futuro, caso o projeto nazista prosperasse.
Oito décadas para a História não é nada, há vítimas do Holocausto que ainda estão vivos e participando de cerimônias, dando palestras, ainda assim, enfrentamos hoje uma ressurgência do fascismo no mundo. As células neonazistas proliferaram em nosso país no governo anterior e a maioria deve estar por aí. Durante os eventos da posse de Donald Trump, dois elementos que lhe são próximos, Steve Bannon e Elon Musk fizeram a saudação nazista. Sim, fizeram. É inegável, ainda que, no caso de Musk, o próprio primeiro-ministro de Israel tenha vindo em sua defesa. Nada de novo sob o sol, porque as extremas-direitas conversam entre si, mesmo contra toda a racionalidade.
Falando de Musk, neste fim de semana, estava ela na Alemanha fazendo campanha para a AFD (Alternativa para a Alemanha), partido cheinho de neonazistas, onde disse que os alemães deveriam voltar a ter orgulho de serem alemães e deixar de lado "culpa pelo passado, pelos pecados de seus bisavós". Esquecer do passado é um convite a voltar aos velhos erros.
Hoje, estamos assistindo a ascensão da extrema-direita alinhadíssima ao grande capital, e não há extrema-direita sem um grande inimigo. Nos Estados Unidos, os alvos já foram escolhidos, são as pessoas trans, os imigrantes e qualquer um que tenha um discurso que pareça levemente cristão para além das aparências e extremismos. Misericórdia, por exemplo, é uma palavra maldita.
Não é possível esquecer o Holocausto, não é possível cuspir sobre a memória das vítimas normalizando os discursos nazistas, não deveria ser possível assistir genocídios acontecerem nos nossos dias, sendo o da Faixa de Gaza o mais visível, tampouco a desumanização de outros seres humanos deveria ser aceitável. Tudo isso está acontecendo neste momento e é preciso escolher um lado.
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