Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, que não fazia um filme desde 2012, foi exibido na 81.ª edição do Festival de Veneza, na Itália, no último domingo. O longa foi aplaudido por 9 minutos e 46 segundos pelo público presente na sessão de gala. Mais cedo, houve a sessão para a imprensa, que se mostrou muito positiva em relação ao filme do diretor de Central do Brasil. E ele já é o grande favorito entre os doze pré-selecionados, a lista será cortada pela metade no dia 16.
O filme Ainda Estou Aqui é baseado na luta de Eunice Paiva (1932-2018), esposa de Rubens Paiva, que era deputado federal em 1964, ano do golpe civil-militar, teve seus direitos políticos cassados e foi desaparecido pelo regime em 1971. Sua esposa também chegou a ser presa e, depois de libertada, passou a buscar informações sobre o marido e se tornou militante da causa dos desaparecidos, chegando a se formar em direito.
Eunice Paiva se tornou uma das principais forças de pressão que culminou com a promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação em atividades políticas durante a ditadura militar. Somente em 1996, após 25 anos de busca de informações sobre o marido, que Eunice conseguiu que o Estado Brasileiro emitisse oficialmente o atestado de óbito de Rubens Paiva.
Segundo o Estadão, "A primeira prova objetiva de seu assassinato só foi encontrada 41 anos depois, em novembro de 2012, com uma ficha que confirmava sua entrada em uma unidade do DOI-Codi." Durante os últimos 14 anos de sua vida, Eunice Paiva conviveu com o Alzheimer, essa parte de sua vida também está no filme e a personagem é interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro nas duas fases de sua vida.
O filme é baseado no livro escrito por Marcelo Rubens Paiva, um dos cinco filhos de Eunice, e lançado em 2015. Ainda segundo o Estadão, "Walter Salles passou sete anos na adaptação do livro para a versão que estreou no Festival de Veneza deste ano. “Durante os anos que passamos criando Ainda Estou Aqui, a vida no Brasil se aproximou perigosamente à distopia do anos 1970 - o que só tornou esta história ainda mais urgente”, disse o diretor ao festival." O teaser está abaixo:
Na CBN, hoje pela manhã, falavam até em Fernanda Torres na corrida do Oscar. Vamos lá, tomara que dê certo e um filme brasileiro chegue ao corte final do Oscar de filme estrangeiro. Se vierem mais indicações, melhor ainda. De repente, nem é Fernanda Torres a indicada, mas Fernanda Montenegro como coadjuvante e a coisa funcione como uma compensação para o Oscar que não veio com Central do Brasil. Falando em Walter Salles, há uma resenha de um filme dele no blog, o belíssimo Abril Despedaçado, vale muito assistir.
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