Em A Força do Querer, Glória Perez colocou cosplayers em cena e gerou forte reação negativa. Parte justificada, parte exagero, eles tiveram importante participação na morte de uma das vilãs da trama. O fato é que gente da minha geração jamais imaginaria ver cosplay em horário nobre, tampouco matéria sobre a morte de Akira Toryama no Jornal Nacional.
O fato é que a cultura pop oriental (japonesa, coreana, chinesa, tailandesa etc.) se tornou parte da nossa vida graças à internet e aos streamings. A entrada da palavra dorama no dicionário de Língua Portuguesa com toda a polêmica envolvida, afinal, o termo é nipônico, então, como usá-lo indiscriminadamente para todas as séries orientais? E uma das mocinhas mocinha de Volta por Cima será louca por K-drama (keidrama), não dorama, então, acredito que Claudia Souto, a autora, está de olho na discussão sobre terminologias.
Em Volta por Cima, Tati (Bia Santana) é a irmã temporã da protagonista, Madá (Jéssica Ellen), e ama tudo que vem da Coreia do Sul. Segundo o que sabemos até agora, ela vai confundir um rapaz coreano, Jin Kwon (Allan Jeon), com um de seus ídolos do K-Pop, na verdade, projetar nele seus desejos. O uniforme da menina é claramente inspirado no do Pedro II, já as meias, muito longas, devem ser para lançar moda.
Pode ser que fique divertido isso aí, mas a atriz está com medo e eu não a culpo. Lidar com fandom é complicado e eu acho que a autora de Volta por Cima não é alguém com tantos recursos quanto uma Rosane Svartman, por exemplo. Só para começo de conversa, explicar esse sul coreano no subúrbio do Rio em busca de emprego é a parte mais complicada, a meu ver. Se a novela se passasse em São Paulo, até daria para forçar a barra, mas no subúrbio do Rio? Seria mais fácil explicar um chinês, por exemplo. O vídeo de apresentação de Tati está abaixo:
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