Nem vi quando saiu o trailer da 2ª parte desta terceira temporada de Bridgerton, não consegui nem encontrá-lo limpo no Youtube, só análises. Cansei de procurar e consegui o vídeo no Twitter mesmo Está logo abaixo:
🚨‼️🚨ALERTA DE SPOILER🚨‼️🚨Confira o teaser legendado da parte II da terceira temporada de #BRIDGERTON pic.twitter.com/ctRyNX8T4I— Bridgerton Brasil (@BridgertonBR) May 19, 2024
Como tinha escrito na última resenha que fiz, eu comecei a ler o livro Os Segredos de Colin Bridgerton (Romancing Mister Bridgerton), na verdade, estou quase terminando, é que eu comecei a ler da cena da carruagem, enfim, e estou gostando. No livro, Lady Danbury coloca um prêmio para quem entregasse a identidade de Lady Whistledown e Cressida Twombley (née Cowper) tenta se passar pela fofoqueira da alta nobreza. Só que, no original, Penelope está enganando todo mundo faz DEZ ANOS.
Esta correria para revelar o segredo, que me aborreceu já na temporada passadajá na temporada passada, e colocar Colin e Penelope como protagonistas não deve ajudar a série. Não acredito que, como alguns estão teorizando, o segredo da personagem seja empurrado para mais uma temporada. Só que, na altura da cena da carruagem, Colin já sabia da identidade dela e foi atrás dela quase que para fazer as pazes.
Ao que parece, algo nessa linha irá acontecer na segunda parte de episódios. Se for nessa linha, acredito que Cressida não irá se tornar uma pessoa melhor e continuará na posição vilanesca que tem no livro original. Agora, Eloise aparece ameaçando Penelope, lhe dando um prazo para contar a verdade. As palavras da Bridgerton pseudo-feminista são muito parecidas com as que Cressida diz para Penelope em sua casa e que precipita o desfecho da história que será, acredito, no baile de Daphne.
Como Daphne foi eliminada da série, muito, imagino eu, por conta da saída do Duque, que eu desejo que esteja muito arrependido de abandonar a série que lhe ocuparia muito pouco tempo, apostaria que, se houver o baile, será dado por Anthony e Kate, ou, talvez, será o baile de noivado de Colin e Penelope. No livro, o tal baile de noivado é quando Colin se aborrece, porque Penelope lançou um novo panfleto e talvez tenha dado um passo que possa colocar sua identidade em risco.
Acredito que esta segunda parte pode ficar corrida. Se Penelope não revelar seu segredo para o marido, ela terá todas as justificativas para não perdoá-la, ou se criar um drama que pode se arrastar até o final da série. Se ele descobrir já noivo de Penelope, talvez, ele queira desfazer o noivado, porque teremos uma grande explosão da parte dele. Pode ser que a descoberta seja o gancho para a quarta temporada, nos deixando uns dois anos em angústia. Acredito que essa possibilidade cruel tenha grande possibilidade de ocorrer.
De qualquer forma, a discussão no livro sobre o drama de Colin, a inveja que ele sente da competência de Penelope, muito boa. Ele se vê como alguém sem objetivo na vida, um sujeito que vive da pensão generosa que o pai lhe reservou (*sim, está explicada a vagabundagem dos meninos Bridgertons mais novos*) e que Anthony ampliou. Penelope elogia os escritos dele, mas ele imagina que um editor aceitaira publicá-los por ser obra de um Bridgerton, pensa na vergonha que poderia trazer para a família quando sua falta de competência ficasse evidente.
E ele inveja Penelope, porque ele sabe o quanto ela é boa, mesmo que reprove o que Lady Whistledown escreve. Por fim, e esta é uma sequência muito boa, ele confia em Penelope para ler e editar seus manuscritos. Eles estavam nesse pé, felizes, com ele aceitando até que ela use seu dinheiro para o benefício dos dois e de seus futuros filhos e filhas, quando, no livro, Cressida aparece para ameaçar Penelope. Só que, agora, ela é uma Bridgerton e Colin diz que a família irá protegê-la e partimos para o desfecho da trama. Penelope queria pedir ajuda a Lady Danbury, mas ele não permite.
A série é inspirada nos livros. Não os está seguindo de muito perto e nem precisa estar, vejam bem, é uma ADAPTAÇÃO bem livre. Mas no teaser é possível ver algumas semelhanças. Não achei uma boa ideia romperem a amizade de Eloise e Penelope, mas as cenas da Bridgerton com Cressida foram muito boas. Agora, colocar Eloise na posição de quase vilã atazanando Penelope não me agrada, não. E fica a dúvida de qual temporada será a próxima.
Se eu pudesse sugerir, eu enfiaria Sophie no final da temporada, já no próprio baile (*até meia noite*) e colocaria uma atriz asiática, ou latina. Ser uma moça negra na posição que ela ocupa no livro, vejam bem, NO LIVRO, poderia evocar sentidos desagradáveis que se remeteriam à escravidão como ocorreu no Ana Bolena do Channel 5, ainda que, no caso de Bridgerton, a gente efetivamente esteja em uma realidade alternativa. E a Lady que está pegando o Benedict, porque ela é que está pegando ele mesmo, poderia ficar em uma posição vilanesca na próxima temporada. Se bem que nem gosto dela, pode ir embora que eu não me importo.
Hoje é 30 de maio, então, deve sair mais outro trailer e, com certeza, muita gente, incluso eu aqui, vai ficar comentando a série. Segurar os episódios, lançá-los em duas partes, foi uma estratégia de marketing muito competente da Netflix.
Concluindo, eu queria sugerir uma série de livros no mesmo padrão de Bridgerton, isto é, literatura popular e barata para mulheres. Sim, é isso que Bridgerton é, romance Harlequin, mas poderia ser Avon, ou de outra editora ou selo do gênero. Não adianta colocar em uma embalagem classuda, porque a origem está marcada no material e não estou depreciando o material, estou dizendo que é o que é. Por conta disso, deixo como sugestão, para quem quiser, claro, a série The Sinister Brothers (*porque os protagonistas dos três romances principais são canhotos*) da Courtney Milan. Aqui, no Brasil, a série tem como nome "Os Excêntricos" e foi publicada pela Arqueiro.
Os títulos dos livros no Brasil são (*na ordem de leitura*) O segredo da duquesa (The Duchess War), O passado da Srta. Lydia (A Kiss for Midwinter), O Desafio da Herdeira (The Heiress Effect), A Conspiração da Condessa (The Countess Conspiracy), O Escândalo da Sufragista (The Suffragette Scandal), O vizinho da Srta. Rose (Talk Sweetly to Me). E há a prequel O Caso da Governanta (The Governess Affair) que é uma novella, isto é, um romance bem curto, como O passado da Srta. Lydia, que é o meu favorito de todos eles. As duas novellas podem ser lidas sem se preocupar com os demais livros e estão gratuitos no Kindle, não sei se somente para quem tem a assinatura, ou para todo mundo.
Como a maioria dessas sagas de família, a sequência de leitura pode ter alguma influência sobre a compreensão, porque a autora é muito competente em apresentar as personagens principais, os dois meios-irmãos e o primo, além da condessa do livro 3, já no primeiro livro. A sufragista do livro 4, que é irmã de um deles, é referenciada no livro 1 e aparece no livro 2. Assim, a autora vai construindo a sua trama e vai amarrando todos os romances. Mas como cheguei nessa série? Eu queria um romance em que o mocinho fosse virgem e o sujeito do primeiro livro é. Trata-se de coisa rara, mas já resenhei um Harlequin com um mocinho virgem muito tempo atrás por aqui.
No livro 1, Robert Blaisdell, o duque de Clermont, é adepto de ideias do socialismo utópico e quer reformar a sociedade, fora isso, ele tem um caminhão de traumas de infância. Um dia, ele conhece uma moça pobre e que guarda muitos segredos. Minerva Lane é tímida, se veste com discrição, usa óculos, tem uma cicatriz no rosto e nem é tão bonita assim, mas é muito inteligente. Minnie, como é chamada por todos, precisa se casar, porque suas tias (*que são um casal em segredo*) já são idosas e, ao morrerem, o que uma delas possui irá para o herdeiro homem mais próximo. Robert se apaixona, a mocinha foge dele, quando os dois parecem estar se acertando, a mãe do sujeito, que quer que ele faça um bom casamento, banca conscientemente a Lady Catherine de Burgh (Orgulho & Preconceito), mas fracassa e decide ajudar a moça a se encaixar em um mundo que foi muito cruel com ela, porque o pai do mocinho casara por dinheiro com uma herdeira rica que não era nobre. Fora isso, temos uma trama sobre o movimento cartista, reformas sociais e sanitárias na Inglaterra Vitoriana e um vilão asqueroso que a gente ama odiar.
E quem acha que uma moça ou moço muito rico casando com uma pessoa nobre (*não raro falida*) não poderia passar por humilhações, sugiro o mangá Emma, da Kaoru Mori, que já deveria ter saído no Brasil, pois ele mostra caso um tanto semelhante, o moço era riquíssimo, mas era humilhado pelo sogro, um duque, acreditava que era um favor deixá-lo noivar com sua filha. Por outro lado, o rapaz precisa enfrentar a família para romper esse noivado e casar com uma criada (maid), que é a mulher que ele ama de verdade. Olha, Emma daria uma excelente série, da BBC de preferência, não da Netflix.
Retornando, gosto da coleção The Sinister Brothers, porque a autora constrói personagens simpáticas e faz uma boa pesquisa histórica, inclusive colocando suas fontes no final. Mesmo que tenhamos as muitas liberdades, algo normal neste tipo de literatura, são livros que não ofendem a inteligência de ninguém. E, só para esclarecer, as cenas de sexo estão no mesmo padrão de Bridgerton. Quem lê Julia Quinn não vai se assustar, mas, se quiserem, posso sugerir coisas que estão uns dois degraus acima nesta seara. Aliás, resenhei uns livros mais quentes tempos atrás, link aqui. Há coisas que leio que, efetivamente, não transformaria em resenhas para o Shoujo Café.
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