sábado, 13 de abril de 2024

RIP Kalil: Um companheiro de 19 anos partiu


E partiu o Kalil. O último dos meus primeiros gatos. 19 anos. Uma longa vida. Essa é uma foto dele jovem, com mais ou menos 1 anos, não já velhinho e com dificuldades de locomoção. Ele chegou na nossa vida meio que de forma impositiva. Passávamos de carro e umas crianças estavam atormentando um gatinho. Meu marido parou o carro, ele correu pela cerca do prédio e entrou embaixo do automóvel. Descemos e ficamos procurando, ele tinha subido e se agarrado na roda. 

Levamos para casa, já tínhamos outros três gatos. "Amanhã, ele vai embora, vamos arranjar par aquem dar. Já tem muito gato nessa casa.", disse meu marido e colocou o gato no banheiro. Ele ficou miando alto. No outro dia, quando acordei, lá estava meu marido com o gato no colo. "Ele é tão bonitinho. Tão carinhoso. Acho que ele pode ficar." E acabei dando o nome de Kalil, "amigo" em árabe (*Eu pensei em colocar Kail, o protagonista d eAnatolia Story, mas não seria sonoramente interessante.  Em japonês, eles falam Kairu.*). Dar nome é tomar posse, deu nome para um bichinho, já era.  Era danadíssimo quando pequeno.  E ele amigo de todos os gatos, se dava bem com todos os filhotes que chegavam.


Aprendeu a abrir portas. Ensinou a gata que veio depois (*Sookie*) os seus truques. Quando estava com uns 5 anos, caiu do terceiro andar. Sobreviveu e ficou com uma cicatriz do herói no lábio e a boquinha meio torta. Nos últimos tempos, estava cada vez mais frágil, as articulações meio enrijecidas. Tinha dificuldade em comer a ração seca, estávamos dando tudo pastoso para ele. Mas, no sábado passado, ele estava comendo até a ração seca. Domingo de manhã, estava elétrico para os padrões atuais dele, pulou no meu colo, brincou, miou. Quando voltei da igreja, ele já começou a parar de comer, foi ficando cada vez mais parado. Bebia muita água, comia muito pouco. 

Na terça-feira, parou de comer, só lambeu algum líquido e mais nada praticamente. Na quarta, só bebeu água. Na quinta, quando cheguei do trabalho, o encontrei no quintal, deitado no molhado, porque tinah chovido muito. Achei muito surpreendente, porque ele mal estava andando. Depois disso, ficou prostrado. Ele já tinha dado sinais de que estava terminando sua vida, mas era um gato muito forte e sempre se recuperava. Sabíamos que ele estava partindo, não queríamos que ele fosse internado, submetido à estresse, ficasse longe, já tínhamos decidido isso. Só que estavámos vendo ele definhar. Júlia tendo crises de choro a semana inteira. Meu marido chorando, também. Levamos ao veterinário, ele ficou em um colchão quente e sendo hidratado. 


O veterinário disse que ele não tinha mais que uns dois dias de vida. Propôs eutanásia, meu marido recusou. E ele foi atendido por menos de 24horas, mas morreu quentinho, sem sede e tomando analgesia. Poderíamos ter feito mais? Não sei. É como perder um filho, porque Kalil era como meu filho. Júlia disse aos prantos que o conheceu sua vida inteira. Ela está bem mal agora. Mas é parte da vida.​  

Desculpem por tão poucos posts esta semana. Kalil estava morrendo, marido e filha estavam muito mal, eu fiquei doente com uma virose (*ainda estou doente*) e não tenho como dar conta de tudo o que eu quero fazer. Na verdade, o que eu queria era ficar quieta em um canto chorando, mas nem isso posso fazer.

3 pessoas comentaram:

Sinto muito por sua perda.
19 anos é muito tempo de amizade e carinho.
Leve o tempo que precisar pra se recuperar e que Deus conforte sua família após essa perda.

Sinto muito Valéria =( li seu texto chorando, muito difícil perder um bichinho, amo gatinhos

Sinto muito. Há 1 mês e uns dias, minha cachorrinha Daisy também se foi. Dói pra caramba porque a impressão é que eles também sabem e tentam fazer de tudo pra continuar com a gente. Mas foram felizes e amados. Eles sabem que os amamos. Espero que você e sua família fiquem bem.

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