Ontem, assisti Ficção Americana (American Fiction), e foi de uma tacada só, não em parcelas. (Estou quase chegando ao final dos filmes indicados ao prêmio principal do Oscar.) Além da categoria mais importante, American Fiction foi indicado em melhor Ator (Jeffrey Wright), Ator Coadjuvante (Sterling K. Brown), Roteiro Adaptado e Trilha Sonora Original. Venceu roteiro adaptado em uma categoria que ignorou Assassinos da Ilha das Flores, que deveria ter recebido (*sim, estou ofendida até agora*).
Muito bem, começo escrevendo que, talvez, eu tenha assistido mais análises desse filme do que deveria (*deixei links no final*). Por conta disso, acabei me armando contra ele, no entanto, no geral é um bom filme, gostei do que assisti, pontuou muito mais alto comigo que o Vidas Passadas, por exemplo. Agora, gostei dele não pelo protagonista, ou pela suposta discussão central sobre o uso, ou mau uso, da representação dos "negros" nos Estados Unidos, dos discursos pseudo-militantes e tudo mais, o que me chamou a atenção foi o elitismo da personagem de Jeffrey Wright e as personagens femininas do filme, das discussões possíveis a partir delas. Elas serão importantes na minha análise e espero que o texto seja coerente. Segue o resumo:
Thelonious “Monk” Ellison é um professor universitário de literatura farto de ver a criação e difusão de um entretenimento "negro" baseado em estereótipos ofensivos. Frustrado por não conseguir editora que aceite publicar seu último livro, uma releitura de uma história da mitologia grega, e pressionado por problemas familiares, Monk decide escrever um legítimo romance "negro", segundo os moldes daquilo que o mercado editorial valoriza, o que coloca no centro desse jogo de representações absurdas sobre a negritude que ele tanto abomina, mas lhe fornece os meios necessários para viver mais do que confortavelmente.
Monk, o protagonista, é um sujeito depressivo e que não consegue se relacionar longamente com nenhuma mulher. Ele também é frustrado pelo fato de não conseguir o sucesso literário que ele acredita merecer. Seu último livro foi rejeitado por não ser negro o suficiente, como se, por ser negro, ele precisasse escrever sobre temas raciais. Quando vemos sua família, irmão, irmã, mãe, descobrimos que o protagonista era o favorito do pai, que apoiou inclusive sua escolha profissional tão diferente do que era a tradição da família. Todos os Ellison são todos médicos e a "vocação" não começou nessa geração, certamente. Mimado pelo pai, que cometeu suicídio em algum ponto do passado não muito distante, é claro que ele acredita que merece o melhor e culpa o mundo por não ter o que deseja.
Ele se ressente dos alunos e alunas superficiais e cheios de "ideologia", dos colegas que fazem sucesso publicando o que ele considera "literatura de aeroporto" e seu recalque vem ao máximo quando ele descobre que uma mesa redonda de literatura da qual estava participando é um fracasso, porque todos queriam ver e ouvir Sintara Golden (Issa Rae), autora do best seller We’s Lives in Da Ghetto. Mais tarde, Monk acaba sabendo pela irmã (Tracee Ellis Ross) que sua mãe (Leslie Uggams) está com sintomas de Alzheimer e ouve a reclamação de que os irmãos não se interessam por ter notícias da matriarca, menos ainda se oferecem para ajudar a cuidar dela.
Monk e sua família pertencem a uma classe média alta muito bem colocada na vida, eles têm uma casa na cidade, outra na praia, e uma empregada doméstica em tempo integral que é "como da família". Só que os Ellison descobrem, por conta da doença da mãe, que são o que são, assalariados e que os gastos com a saúde dela serão muito elevados. Eles estão mais próximos do sem teto do que do Elon Musk, por assim dizer. A irmã teve seu nível de vida reduzido pelo divórcio, seu irmão, Cliff (Sterling K. Brown), perdeu vários bens e tem que pagar uma gorda pensão para a ex-esposa e filhos. Já Monk, por excesso de reclamações dos alunos pela sua grosseria e baixa produtividade, foi meio que posto na geladeira pela universidade renomada na qual trabalha.
Falando da primeira mulher importante da história, Lisa (Tracee Ellis Ross), ela assumiu integralmente os cuidados da mãe, depois do suicídio do pai. Em dado momento, ela reclama que Monk e o outro irmão foram para o Oeste (*a família é de Boston*), deixando-a sozinha. Com a morte de Lisa, algo que ocorre no início da película e está em vários reviews do filme, é Monk quem sente o peso de se tornar o único cuidador da mãe. a diferença entre Lisa e Monk, ou uma mulher e um homem egoísta, é como vão lidar com a questão.
A geração de Monk, a minha geração, é chamada de "geração sanduíche", os filhos não são independentes ainda e os pais estão envelhecendo rápido, precisamos cuidar de dois grupos distintos. É uma preocupação permanente. Monk, depois de publicar seu livro "negro", tem dinheiro para contratar vários cuidadores e manter sua mãe em casa, com suas memórias, em ambiente que lhe é familiar, mas prefere mandá-la para uma instituição. Luxuosa, verdade, mas uma instituição. Não estou falando que Monk deveria ficar em tempo integral com a mãe, mas que, para ela, permanecer com cuidadores em sua própria casa seria melhor. Ele decide internar a mãe, que reage muito mal, e se resume a ir visitá-la.
Algo muito marcante na família de Monk é que, ao que parece, ninguém se relaciona bem com a negritude. No início, há duas cenas emblemáticas sobre isso, a primeira, com Monk levando a melhor, a segunda, mostrando o quanto ele é ridículo. O filme abre com Monk sendo confrontado por uma estudante branca que reclama da palavra "nigger" escrita no quadro. "the N-word" é uma palavra ofensiva usada no sul dos Estados Unidos, mas que foi reapropriada pelos negros e pode ser usada fraternalmente entre eles e somente entre eles.
O professor explica que em um curso sobre literatura do Sul dos EUA, palavras consideradas inadequadas iriam aparecer. Ela insiste, a moça está reclamando sem ter lido o material da aula, o que deixa o professor raivoso com razão. Volta e meia parecem na imprensa noticias sobre professores confrontados por estudantes que se sentem ofendidos com palavras, conteúdos ou que, simplesmente, acreditam que podem falar o que quiserem e que estão em pé de igualdade com o professor que está ministrando a disciplina. "Se eu posso suportar, você pode, também." A moça sai chorando. Isso detona a "licença forçada" de Monk.
A segunda cena é com Monk ao telefone, ele diz que sequer acredita em raça, enquanto sinaliza para um táxi, que passa por ele e prefere parar para um cliente branco. Não importa muito como a gente se vê, porque nascemos em um mundo que já tem sentidos prontos. Podemos e devemos ajudar a mudá-los, mas temos que saber que não possuímos o controle sobre eles. Eu, por exemplo, não me identifico como negra, isso pouco importa se as pessoas me veem como tal, ou como pobre, em virtude de como me visto, me comporto, ou de minha aparência geral, no sentido que permite que tentem me submeter a situações que não seriam impostas a uma mulher que não fosse identificada dessa forma. Monk, por sua formação, pelo ambiente privilegiado no qual viveu, tenta ignorar o fato do racismo ser real e não uma invenção de militantes, ou brancos progressistas imbecis.
Ainda sobre a questão da negritude e da família de Monk, a irmã dele diz que o pai tinha várias amantes. Monk fica surpreso, ele nunca notara, afinal, o pai era seu herói. A irmã, então, aponta que o pai, um ginecologista, saia com mulheres brancas. Mais adiante, sabemos que Monk só se relacionava com mulheres brancas, ou preferencialmente com elas, e que seu irmão se casara com uma branca. Quando ele apresenta Coraline (Erika Alexander) para a mãe, ela fica feliz por ela ser negra.
Aqui, no Brasil, uma das credenciais de ascensão social de um homem negro é se casar ou se relacionar com mulheres brancas, isso é quase uma regra para jogadores de futebol. Nos EUA, onde o interdito é mais forte inclusive por parte da própria comunidade negra, o ideal é que, pelo menos, a mulher tenha o tom de pele mais claro que o do homem. E, no geral, mulheres negras com a pela mais clara tendem a ter mais espaço na mídia e são vendidas como um padrão de beleza para as demais.
Algo que é discutido pelas feministas no Brasil é a "solidão da mulher negra", ela é preterida como esposa, sexualizada, reduzida a cuidadora, e quanto mais qualificada, maior a probabilidade de não conseguir um parceiro e ser hostilizada por estar em um lugar de prestígio e poder que não deveria ser seu. Lisa se ressente do pai por buscar mulheres brancas, mais do que por ter amantes em si. A mãe de Monk (Leslie Uggams) admite para o filho, lá pelas tantas do filme, que sabia das traições do pai, mas que ficara com ele para não ficar ainda mais sozinha e que ele, o marido adúltero e descrito como insensível por Lisa e Alexander, o outro irmão, precisava dela.
A mãe de Monk, uma mulher que nasceu na década de 1940, no máximo início dos anos 1950, se assujeitou a vida inteira a estar com um homem para não estar sozinha, para não ser vista como um fracasso. Nesse sentido, Coraline, que é uma defensora pública, ou seja, uma mulher bem sucedida e da mesma classe social dos Ellison, consegue ser um exemplo saudável de mulher negra independente. Ela não aceita as grosserias de Monk e diz que "a porta da rua é a serventia da casa".
Como não sabemos o que é ficção e realidade em American Fiction, porque o que vemos é muitas vezes fruto da imaginação do protagonista, não temos certeza se Coraline o aceitou de volta, ou não. Aliás, uma das coisas mais legais do filme é Monk imaginando coisas, desde ele conversando com as personagens de seu livro "negro" até os possíveis finais de um roteiro para o cinema que ele está escrevendo já no final da película.
Como comentei, os Ellison tem uma empregada doméstica que "ajudou a criar as crianças" e "é como se fosse da família". Lorraine é a principal cuidadora da mãe do protagonista antes dela ser internada, ou seja, é doméstica e é meio enfermeira. Monk ama Lorraine (Myra Lucretia Taylor), se recusa a demiti-la para cortar gastos, como sugere seu irmão vida louca, ele a trata melhor do queas outras mulheres da trama. Lorraine, na verdade, é um estereótipo negro comum na ficção norte-americana, a doméstica negra, gorda, boa cozinheira, amorosa, mas meio intrometida, e que criou as crianças dos patrões, a Mammy. Só lhe falta o lenço na cabeça.
Quando Lorraine está se demitindo para se casar, Monk pergunta se ela não quer levar o avental. Ela diz que não, que nem gostava dessa cor, que a usava por imposição do pai de Monk. Eis os limites do "da família". A representação da doméstica foi o que mais me incomodou no filme, porque ela seria bem realista no Brasil, mas, nos Estados Unidos, só ressalta o quanto Monk e sua família são elitistas.
E precisamos falar de Sintara Golden e de literatura. Muito bem, Golden é introduzida como uma caricatura de militante e seu livro como lixo literário. Ela colocou no papel todos os estereótipos possíveis sobre a negritude: pai ausente, mãe drogada, filha adolescente grávida etc. Mais adiante, a personagem ganha contornos mais humanos quando ela é colocada como juíza de um prêmio literário junto com Monk. Quando Monk e ela concordam, contra os três membros brancos do júri que querem que o livro do protagonista vença o prêmio literário. Monk aproveita de um momento em que está sozinho com Sintara para confrontá-la. Ela diz que o livro, que passou a se chamar Fuck, para chocar ainda mais, soa artificial.
Ela está certa, pois Monk o construiu juntando clichês sobre a vida média dos negros tirados, principalmente, de filmes e séries produzidas até o final dos anos 1990 e isso tudo, claro, usando uma variante negra do inglês padrão. O livro que deu origem ao filme é de 2001, logo, são as referências que o autor tinha. Monk diz que o livro de Sintara, QUE ELE NÃO LEU, é a mesma coisa. Ela retruca que seu livro foi fruto de pesquisa e muitas entrevistas e diz que Monk não está interessado em ouvir o que as mulheres negras têm a dizer sobre suas vidas. E, bem, é óbvio que ele não estava interessado. No mais, Monk é um narrador pouco confiável, coisa que não vi crítica nenhuma apontar.
Também não vi um analista sequer questionando a visão elitista que Monk tem de literatura. Que há livros bons e lixo, os dele, claro, são sempre bons. Me lembrei muito do desprezo do meu professor favorito de literatura por do Paulo Coelho. Ele também desprezava livrinhos de banca para mulheres, dizia que todos eram escritos por um mesmo autor HOMEM. Não era verdade, mas imagine uma autoridade dizendo isso e como nós, adolescentes do início dos anos 1990, recebíamos a informação. Tome também a forma depreciativa como o que o que é escrito por mulheres e para mulheres é tratado. Afinal, eu criei esse blog quase vinte anos atrás, entre outras coisas, porque dentro dos grupos sobre anime e mangá, as pessoas que falavam de shoujo eram maltratadas e ridicularizadas.
Será que o livro de Sintara (*que parece ter sido inspirada em uma autora real de um livro que virou filme*) era ruim mesmo? Será que era um amontoado de bobagens como suponha Monk? Será que sua opinião não era fruto da inveja e desprezo que ele sentia por autores de literatura popular, em especial, mulheres? Pior ainda, uma mulher negra? E algo que salta aos olhos no filme é como os brancos são tratados como imbecis o temo inteiro, ninguém se salva, nem o namoradinho bonitinho do irmão de Monk que aparece já no final do filme. Eu olho a gritaria em cima de Barbie sobre como os homens e bonecos são imbecilizados, mas os brancos de American Fiction não deixaram ninguém chateado.
Aliás, o agente de Monk (John Ortiz), que é de família porto-riquenha, diz em certo momento que seus pais vieram para a América por saber que todos os brancos são idiotas. Será que eles vieram para dar golpes? Enganar brancos otários? Essa é a realidade dos imigrantes? São todos golpistas? Na verdade, a maioria dos latinos que foi para os EUA, e ainda vai, é submetida à situações de exploração no trabalho, além de passar por racismo e humilhações. Eles e elas querem vencer na vida, perseguem o sonho americano e, bem, os brancos não vão facilitar a sua vida. American Fiction é uma comédia, ou dramédia, mas ela tem muitas arestas que me parecem mal aparadas. Na verdade, esse filme poderia ser impactante lá no início dos anos 2000, mas, hoje, parece reforçar estereótipos para questionar outros e, no final, a gente deixa o mundo como ele está, porque não há muito o que fazer. E o protagonista termina muito melhor do que começou em termos econômicos. O sistema o recompensou.
Voltando à literatura, a parte do prêmio literário foi interessante. Monk não queria aceitar o convite, o argumento é que queriam montar um júri diverso (*cinco membros, duas mulheres, dois negros*), o que, na lógica da personagem, já é uma ofensa, mas o que vence o convence é a ideia sugerida pelo organizador de que quem julga os outros está exercitando um certo poder. Monk não sabia que seu livro "negro" estaria no páreo, ele foi introduzido na lista depois do início dos trabalhos e ele votou contra sua própria obra, junto com Sintara.
Algo importante na discussão dos dois por causa de Fuck e Da Ghetto é a ideia de que quando negros representam a sua miséria, eles parecem estar representando todos os negros, quando brancos o fazem, não funciona da mesma forma. Isso é fato, agora, vamos deixar de falar das misérias, do racismo, da exclusão por causa disso? Para Monk, que não quer se ver com negro, a resposta é "sim". O diálogo entre os dois é um dos melhores do filme. Aliás, Monk despreza Sintara até pelo lugar onde ela estudou, o Oberlin College e isso diz mais sobre ele do que sobre ela. O Oberlin foi a primeira instituição de ensino superior nos EUA a aceitar negros (1835) e a primeira a aceitar mulheres (1837). É uma escola pioneira na integração racial e na coeducação. Para Monk, lugares assim produzem militantes idiotizados, já ele, é um exemplo de racionalidade e refinamento intelectual.
Os três jurados brancos do prêmio são idiotas mesmo, já comentei que é a regra para os brancos do filme. Um deles é o colega de Monk que ele despreza por escrever literatura de aeroporto. A mulher do grupo é a pessoa branca menos idiota do filme, mas ela chorou lendo Fuck. É mulher, vocês sabem! E o outro era o cara que queria dar golpe, isto é, escolher um punhado de livros para ler e jogar os outros fora, porque, na visão dele, a maioria dos candidatos eram lixo. Pensem em quantos prêmios por aí não são assim como o cara estava propondo? Sintara é quem mais se opõe a essa ideia e eles acordam que todos leriam 100 páginas de cada um dos livros. Se continuassem a leitura do livro, isso já seria a primeira peneira de qualidade.
A resenha está longa já e nem dei informações sobre o livro de Monk que deveriam ter vindo lá em cima, elas ficarão aqui mesmo. O primeiro título do livro é My Pafology antes de ser Fuck. Monk assume como pseudônimo (Stagg R. Leigh) o nome de um cafetão negro do final do século XIX, cujo assassinato acabou virando uma ou mais baladas populares. Monk também finge que o autor de My Pafology/Fuck é um criminoso condenado e perseguido pelo FBI, o que lhe traz alguns problemas. E, como não poderia deixar de ser, o sucesso de Fuck atrai os olhares do cinema.
Jeffrey Wright é o centro do filme, mas o elenco do filme é muito bom. Destaquei as mulheres, mas o indicado ao Oscar de coadjuvante foi Sterling K. Brown por seu Cliff, cuja vida talvez desse um filme mais interessante do que a de Monk. Cliff é cirurgião plástico bem sucedido, mas viveu no armário boa parte da sua vida para agradar o pai. Seu casamento terminou muito mal, ele foi pego com outro homem, e ele vive desde então de forma meio louca, transando com um monte de caras, usando drogas ilícitas e tudo mais. Louquinho e com comportamentos suicidas, mas, no fim das contas, é capaz de demonstrar bons sentimentos. Mas ele só pode fazer essas loucuras e parecer legal por ser homem, fosse mulher, seria a puta da família.
Uma coisa, antes que eu termine, Monk se recente de ver seus livros em uma grande livraria colocados em Estudos Afro-Americanos e, não, em literatura. Para ele, isso é sintomático de como tudo o que os negros escrevem parece ser monotemático para os brancos e a sociedade em geral. Pode ser que sim, pode ser que não. O fato é que há estratégias de venda e, não, ignorância. Aqui, no Brasil, quando o mangá Buda de Osamu Tezuka foi lançado pela Conrad era comum vê-lo entre os livros religiosos e há quem associe isso às boas vendagens (*queria um link disso, mas não achei*).
Gente que não se interessa por quadrinhos, mas por religião, acabou encontrando o mangá, comprando e gostando. Eu cheguei a ver Adolf, também de Osamu Tezuka na edição da Conrad, do lado da Era dos Extremos de Eric Hobsbawm. Sinceramente? Ás vezes, pode ser lucro e não prejudicial. Agora, o caso dos livros de Monk me parecem com quando vi os livros de um dos meus professores da faculdade de História no meio de Literatura Brasileira. Definitivamente, era a estante errada.
É isso. American Fiction foi a estreia cinematográfica de Cord Jefferson, cuja carreira na TV é bem sólida. As indicações devem abrir caminho para convites e possibilidades em Hollywood. É um filme bem executado, sem dúvida, mas longe de me impactar como impactou algumas pessoas, eu tive ZERO vontade de ir atrás do livro. Algumas discussões de American Fiction me parecem datadas, porque são da virada do século e dialogam com séries como Todo Mundo Odeia Cris e Fresh Prince of Bel Air, hoje, me parecem um tanto datadas diante da forma como as vivências negras vêm sendo representadas na literatura, cinema, TV e animação. E, só lembrando, coisas com Black Girl in a Big Dress são comédias, não crítica social afiada.
De resto, é um filme quase inócuo para discussões mais sérias. E quem quiser assistir três críticas interessantes sobre American Fiction, todas feitas por homens, não me deparei no meu feed com nenhum vídeo feito por uma mulher, recomento a do Load, a do Quadrinhos na Sarjeta e a do Dalenogare. Vocês verão que concordo e discordo deles, de qualquer forma, achei as três críticas muito bem feitas.
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