O Manga Mogura anunciou que Batuque (バトゥーキ), de Toshio Sako, chegou ao seu final e fechará com 18 volumes. A série é seinen e era publicada na Young Jump (*ou alguma de suas derivadas*) e eu lembrava de ter começado a ler, e há mais de 90 capítulos disponíveis em scanlation, e tinha comentado no blog. Procurando, achei a menção em um post de 2021 sobre uma menina japonesa de 13 anos, campeã no mundial Sub-14 do esporte.
Enfim, para quem se interessar em olhar, e eu acho que um mangá sobre Capoeira deveria ser lançado aqui, tem como protagonista uma menina chamada Ichiri Sanjou, cujo apelido é Icchi, e que ama andar de skate. É o esporte que ela pratica. Só que, em casa, ela não tem uma família amorosa e ela passa por uma conturbada transição da infância para a adolescência. Ela é negligenciada tanto pelo pai, quanto pela mãe.
Ao pedir para praticar karatê, mesmo sendo aulas gratuitas para a comunidade, seu pai não lhe dá permissão para participar, tampouco lhe dá qualquer explicação para a recusa, mesmo com Icchi prometendo que irá se dedicar com o mesmo afinco que pratica skate. E isso pouco antes da garota descobrir que seu pai havia quebrado seu skate ao receber uma reclamação da escola, porque ela estaria usando o skate para ir ao colégio. Sabe aquelas regras incompreensíveis das escolas nipônicas? Enfim... Icchi se sente sozinha, uma prisioneira em uma família sem amor.
Um dia, Icchi presencia uma tentativa de assalto em uma loja de conveniência, o criminoso tem uma faca e é muito violento. Um homem negro, que Icchi já tinha visto na rua e de quem ela tinha fugido sem motivo, enfrenta o ladrão, que dizia que iria matar todo mundo com sua faca. Ele é desarmado com golpes de capoeira.
Naquele momento, Icchi parece ser percorrida por uma corrente elétrica. É aquilo que ela quer fazer, ela deseja ser capaz de executar aquele misto de dança e luta que ela viu aquele homem estranho fazer. Detalhe, o futuro mestre de Icchi fala várias palavras em português, ele é brasileiro, claro. Como o pai horroroso da menina será convencido a permitir que ela pratique capoeira, não sei.
O traço de Batuque não é bonito, é meio sujo, mas ele é dinâmico e funciona muito bem em um mangá de esporte. E parece ser realmente interessante, só não sei se a representação da capoeira é a melhor possível. E nem vou usar o termo "realista", porque quem conhece mangá de esporte sabe que, na maioria dos casos, os exageros, os lances mirabolantes, fazem parte de qualquer série do gênero. E isso vale para qualquer demografia. Dezoito volumes é muito, verdade, mas, para um bom mangá de esportes, não é nada assustador. O último volume sairá no dia 18 de março.
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário