Termina hoje, o 51º Festival de Quadrinhos de Angoulême (Festival international de la bande dessinée d'Angoulême). No dia 24, véspera da abertura, fiz um post comentando que a britânica Posy Simmonds recebeu o Grand Prix e que a mostra em homenagem à Hagio Moto tinha sido aberta com a presença da mangá-ka.
De lá para cá, se você jogar no nome da autora no Twitter, irá encontrar muitas matérias sobre a mangá-ka e muitas fotos sobre a exposição Moto Hagio, au-delà des genres. Hagio Moto deu uma palestra (Master Class), falou da importância do mangá Shinsengumi e de Osamu Tezuka para sua carreira e recebeu o Le Fauve D'Or de honra, que é a estátua do mascotinho do evento, um gato selvagem. Há anos em que mais de um autor recebe esta Le Fauve D'Or, mas, este ano, somente Hagio Moto foi contemplada.
Moto Hogio : fauve d'honneur à Angoulême@bdangouleme #fibd #manga #hagio #FIBD2024 #angouleme pic.twitter.com/cLnrun52Bg
— 🅓🅐🅜🅘🅔🅝 🅒🅐🅝🅣🅔🅐🅤 (@damiencanteau) January 27, 2024
A página do evento ressalta que Hagio Moto recebeu o prêmio por ser uma autora "(...) multipremiada cuja longa carreira é marcada pela diversidade – de temas, gêneros – e por uma sede absoluta de liberdade.". E acrescenta que ela revolucionou o shoujo nos anos 1970. E saiu uma matéria sobre Hagio Moto no Le Figaro, um dos mais importantes jornais franceses. Infelizmente, é paga, então, deixo aqui somente o que está aberto para todo. Se alguém conhece um paywall que resolva isso, favor me passar o link. Segue o artigo traduzido:
Moto Hagio, a rainha do mangá, finalmente celebrada na França
Por Arthur Bayon
Moto Hagio e uma das 163 pranchas originais (trecho de O Clã dos Poe) da exposição “Além dos Gêneros”, até 17 de março no Museu de Angoulême. Assessoria de Imprensa/Shogakukan
RETRATO - A mangá-ka japonesa de 74 anos é a convidada especial do 51º Festival de Angoulême, que lhe dedica uma exposição retrospectiva. Há muito ignorada pelas editoras francesas, esta apaixonada pela cultura europeia e pela ficção científica norte-americana regressa este mês às livrarias.
Enviado especial a Angoulême
Os aplausos parecem não querer parar. No palco do teatro de Angoulême, Moto Hagio, uma elegante septuagenária japonesa, faz uma reverência a um público antecipadamente conquistado. A conferência pode começar. “Mesmo no Japão nunca tive oportunidade de assistir a uma de suas entrevistas”, garante Julie, tradutora, sentada nas primeiras filas.
“Moto Hagio é um monumento na história dos quadrinhos japoneses. Acho que não há autor mais importante no século XX na manga”, explicou-nos algumas semanas antes Xavier Guilbert, um dos dois curadores da exposição atualmente dedicada a ela no Museu de Angoulême, até 17 de Março. Estas 163 pranchas originais com composições ousadas retratam com ardor uma carreira muito eclética. “Não esperava menos da França!”, sorri a mangá-ka, recebida pelo Le Figaro no âmbito do festival de quadrinhos, que lhe atribuiu um Fauve honorário no sábado.
“Escondia-me para ler e desenhar”
Há entrevistas traduzidas da autora, aqui, no blog. Segue os links: 2010 (1/2), 2010 (1/2/3), 2018 (1/2) e 2019 (1/2/3). As duas últimas foram presente do Luiz, ele tem um blog que, no ano passado, começou a publicar regularmente entrevistas de mangá-kas. Me pergunto quando Hagio Moto será descoberta pelas editoras brasileiras. De repente, será uma editora como a Comix Zone que terminará fazendo o serviço, enquanto as grandes da área se fingem de mortas.
P.S.: O Luiz conseguiu quebrar o paywall. O link para o artigo completo é este aqui. Vou traduzir depois.
2 pessoas comentaram:
Descobri mais noticias legais da autora
https://twitter.com/search?q=hagio%20moto&src=typed_query&f=live
https://www.nouvelobs.com/bibliobs/20240127.OBS83792/festival-d-angouleme-2024-decouvrez-le-palmares-et-surtout-ce-que-l-obs-en-pense.html
É vergonhoso que ela não tenha sido publicada aqui. Tem editora no Brasil (as dedicadas a quadrinhos caros) que certamente vê a Fantagraphics dos EUA como um bom exemplo. E mesmo assim não conseguem copiar a parte em que lançam Hagio Moto! Triste.
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