domingo, 28 de janeiro de 2024

Mais Notícias do Festival de Angoulême: Hagio Moto recebe uma justa homenagem

Termina hoje, o 51º Festival de Quadrinhos de Angoulême (Festival international de la bande dessinée d'Angoulême).  No dia 24, véspera da abertura, fiz um post comentando que  a britânica Posy Simmonds recebeu o Grand Prix e que a mostra em homenagem à Hagio Moto tinha sido aberta com a presença da mangá-ka.

De lá para cá, se você jogar no nome da autora no Twitter, irá encontrar muitas matérias sobre a mangá-ka e muitas fotos sobre a exposição Moto Hagio, au-delà des genres.  Hagio Moto deu uma palestra (Master Class), falou da importância do mangá Shinsengumi e de Osamu Tezuka para sua carreira e recebeu o Le Fauve D'Or de honra, que é a estátua do mascotinho do evento, um gato selvagem.  Há anos em que mais de um autor recebe esta Le Fauve D'Or, mas, este ano, somente Hagio Moto foi contemplada.

A página do evento ressalta que Hagio Moto recebeu o prêmio por ser uma autora "(...) multipremiada cuja longa carreira é marcada pela diversidade – de temas, gêneros – e por uma sede absoluta de liberdade.".  E acrescenta que ela revolucionou o shoujo nos anos 1970.  E saiu uma matéria sobre Hagio Moto no Le Figaro, um dos mais importantes jornais franceses.  Infelizmente, é paga, então, deixo aqui somente o que está aberto para todo.  Se alguém conhece um paywall que resolva isso, favor me passar o link.  Segue o artigo traduzido:

Moto Hagio, a rainha do mangá, finalmente celebrada na França
Por Arthur Bayon

Moto Hagio e uma das 163 pranchas originais (trecho de O Clã dos Poe) da exposição “Além dos Gêneros”, até 17 de março no Museu de Angoulême. Assessoria de Imprensa/Shogakukan

RETRATO - A mangá-ka japonesa de 74 anos é a convidada especial do 51º Festival de Angoulême, que lhe dedica uma exposição retrospectiva. Há muito ignorada pelas editoras francesas, esta apaixonada pela cultura europeia e pela ficção científica norte-americana regressa este mês às livrarias.

Enviado especial a Angoulême

Os aplausos parecem não querer parar. No palco do teatro de Angoulême, Moto Hagio, uma elegante septuagenária japonesa, faz uma reverência a um público antecipadamente conquistado. A conferência pode começar. “Mesmo no Japão nunca tive oportunidade de assistir a uma de suas entrevistas”, garante Julie, tradutora, sentada nas primeiras filas.

“Moto Hagio é um monumento na história dos quadrinhos japoneses. Acho que não há autor mais importante no século XX na manga”, explicou-nos algumas semanas antes Xavier Guilbert, um dos dois curadores da exposição atualmente dedicada a ela no Museu de Angoulême, até 17 de Março. Estas 163 pranchas originais com composições ousadas retratam com ardor uma carreira muito eclética. “Não esperava menos da França!”, sorri a mangá-ka, recebida pelo Le Figaro no âmbito do festival de quadrinhos, que lhe atribuiu um Fauve honorário no sábado.

“Escondia-me para ler e desenhar”

Há entrevistas traduzidas da autora, aqui, no blog.  Segue os links: 2010 (1/2), 2010 (1/2/3), 2018 (1/2) e 2019 (1/2/3).  As duas últimas foram presente do Luiz, ele tem um blog que, no ano passado, começou a publicar regularmente entrevistas de mangá-kas.  Me pergunto quando Hagio Moto será descoberta pelas editoras brasileiras.  De repente, será uma editora como a Comix Zone que terminará fazendo o serviço, enquanto as grandes da área se fingem de mortas.


P.S.: O Luiz conseguiu quebrar o paywall. O link para o artigo completo é este aqui. Vou traduzir depois.

2 pessoas comentaram:

Descobri mais noticias legais da autora
https://twitter.com/search?q=hagio%20moto&src=typed_query&f=live
https://www.nouvelobs.com/bibliobs/20240127.OBS83792/festival-d-angouleme-2024-decouvrez-le-palmares-et-surtout-ce-que-l-obs-en-pense.html

É vergonhoso que ela não tenha sido publicada aqui. Tem editora no Brasil (as dedicadas a quadrinhos caros) que certamente vê a Fantagraphics dos EUA como um bom exemplo. E mesmo assim não conseguem copiar a parte em que lançam Hagio Moto! Triste.

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