Dia 23 de outubro, o Globoplay irá disponibilizar uma das novelas mais importantes já feitas no Brasil, A Escrava Isaura. Começou a ser exibida em 1976 e terminou no ia dom eu primeiro aniversário, 5 de fevereiro, no ano seguinte, ela teve 100 capítulos e foi uma inspirada adaptação feita por Gilberto Braga (*que odiava a novela*) do romance original de Bernardo Guimarães, de 1875 e que foi usado na campanha abolicionista.
Para quem não conhece a história, Isaura é uma escravizada de pele branca, filha de uma negra muito clara, que morreu de parto, e um português. Ela é criada pela dona de sua mãe como filha em parte por culpa, porque seu marido cobiçou e atormentou a mãe de Isaura. A jovem cresce linda, pura, mais prendada do que qualquer moça da corte. Quando o filho de sua senhora, Leôncio, retorna da Europa, ela passa a desejar Isaura, mas ela é protegida de sua mãe. O problema é que quando ela morre sem conseguir dar a alforria à Isaura, a moça passa a sofrer toda sorte de assédio e violência por parte e seu senhor.
E segue a história, porque ainda iria acontecer muita coisa, inclusive uma das cenas mais cruéis da teledramaturgia até hoje, com o primeiro amado de Isaura sendo queimado vivo em uma choupana, porque Leôncio acreditava que ele estava com Isaura, quando, na verdade, era a esposa do próprio vilão que estava lá. Ela morreu, também. A novela consagrou Lucélia Santos, então ainda adolescente, e a tornou famosa no mundo inteiro e que tornou Rubens de Falco um dos maiores vilões das telenovelas. Outra que marcou presença na novela foi a recém falecida Léa Garcia, que interpretou Rosa, escravizada que invejava Isaura e atormentava a sua vida. Eu fiz duas resenhas de A Escrava Isaura (*1 - 2*) quando os DVDs foram lançados e, agora, a Globo prometeu a versão integral, porque os 25 capítulos que foram exibidos foram muito mal editados. E para quem fica encucado com a ideia da escravizada branca, não foi somente para ter impacto na opinião pública, esse tipo de escravizado existia mesmo, fiz post sobre isso.
Decidi fazer esse post, porque um historiador que sigo no Twitter, o Rodrigo Ianhez, lembrou que, hoje, faz 35 anos que A Escrava Isaura estreou na antiga URSS, sendo o primeiro programa de fora do bloco soviético a ser exibido no país. O impacto foi enorme, até palavras foram criadas no russo para dar conta de conceitos que eram estranhos à cultura do país. E Isaura fez sucesso enorme em todo o bloco soviético, assim como na China e em Cuba.
2 pessoas comentaram:
Eu comprei o box lançado anos atrás, nunca tinha assistido a novela, gostei do que assisti, mas realmente devem ter cortado muita coisa, lembro que alguns cortes não faziam sentido ficava com a impressão de que cortaram coisas que não deviam e deixaram pontas soltas para quem assistia.
Pretendo dar uma olhada nessa versão lançada pela Globoplay, torço para que lancem outras novelas antigas na Globoplay, queria muito assistir Helena do Machado de Assis.
Também acompanho o Rodrigo pelo twitter e me surpreendi com a informação. Estou ansiosa para o dia 23!
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