Hoje, antes de sair do trabalho, parei para assistir ao segundo episódio de Yuzuki-san Chi no Yon Kyoudai。(柚木さんちの四兄弟。) e, sim, continua sendo um anime encantador, que trabalha muito bem com a questão dos sentimentos humanos e com grande potencial lacrimogéneo. Sim, mais cedo ou mais tarde, eu sei que este anime baseado no mangá homônimo de Shizuki Fujisawa vai me fazer chorar. Vou dar um resumo curto e sigo comentando o episódio.
Os quatro irmãos Yuzuki são órfãos de pai e mãe e precisam cuidar um dos outros e sobreviver da melhor maneira possível. O mais velho, Hayato, tem 23 anos e é professor da escola primária. Ele se sente sobrecarregado, porque se viu obrigado a assumir as responsabilidades de chefe de família e provedor. Seus colegas de trabalho dizem que ele parece ter 40 anos. A seguir, temos Mikoto, um menino sério de 13 anos e Minato, que tem 12 anos. O mais jovem é Gakuto, que tem somente seis anos de idade, mas já se acha grande, e parece muito perceptivo de tudo ao seu redor.
O segundo episódio pareceu sugerir que a série terá um recorte episódico, ele não tem ligação direta com o primeiro capítulo, mas parte do princípio de que conhecemos as personagens. Desta vez, o olhar que guia a história é o de Mikoto e de como a relação dele com Minato foi complicada no passado. Começamos com o foco em Minato e seus colegas de turma, em especial Yuuma Nikaidou, questionando por qual motivo ele não chama seu irmão de oniichan (irmão mais velho). O menino diz que Mikoto não é seu irmão mais velho, que eles têm a mesma idade e diz para o colega que, se for assim, ele deveria chamar Mikoto de senpai.
Nikaidou não se faz de rogado e diz que vai chamar Mikoto de paisen (輩先), que é uma maneira informal e íntima de dizer senpai (先輩) É só girar as sílabas. Quando Minato, Nikaidou e Uta estão saindo para o almoço, o protagonista descobre que esqueceu o almoço, mas Mikoto logo aparece trazendo a marmita que o irmão esquecera. Nikaidou convida Mikoto para almoçar junto, mesmo contra a vontade de Minato, que nem quer agradecer.
Depois do almoço, Nikaidou e Mikoto sentam juntos na escada e o amigo de Minato pergunta sobre a relação entre os irmãos. A partir daí, o episódio mergulha em um flashback que nos explica uma série de coisas. Mikoto durante muito tempo se ressentiu do irmão mais novo, de ter sido privado de maior atenção por parte da mãe, porque Minato é tão próximo em idade e nasceu prematuro. A saúde frágil de Minato o privou de receber a atenção que gostaria e, ao mesmo tempo, desde muito novo, lhe foi exigido que se comportasse como irmão mais velho.
É bem cruel obrigar um quase bebê, porque o foco das memórias está na fase em que eles estão no jardim de infância e quase primário, a assumir responsabilidades que não tem condições de suportar. Mesmo que a série invista na ideia de que Mikoto entendeu que era amado pelo irmão mimado, que tinha seu lugar na família garantido, ainda assim, me pareceu muito cruel.
Algo que é mostrado nesse episódio é a relação de Mikoto com o irmão mais velho. A diferença de 12 anos dá para Hayato a segurança que Mikoto não consegue ter no confronto com Minato. Ele é crescido, ele sabe seu lugar na família e ele acolhe o irmão, lhe dá conselhos e, sim, supre a negligência dos pais em relação ao emocional do menino. E a sequência que ilustra bem isso é quando Minato e Mikoto brigam, porque o mais novo rabiscou uma prova do mais velho e o empurra. Mikoto se machuca e reage, Minato acaba batendo a cabeça e ficando com um galo. Os pais correm com ele para o hospital, a mãe repreende duramente Mikoto, mas o menino também estava machucado e não teve condições de se explicar, quem cuida dele é Hayato.
A minha impressão assistindo ao episódio é que mesmo que ele dê voz para Mikoto, o protagonista é Minato. Os irmão se amam, sem dúvida, mas o esforço é somente de Mikoto, Minato faz muito pouco. Depois de ouvir os relatos, Nikaidou brinca que Mikoto seria como Buda e Minato, Son-Goku. Da lenda original que inspirou Dragon Ball. Buda extremamente gentil e controlado e Son-Goku exatamente o contrário.
A ideia do anime é ressaltar o amor que existe entre os irmãos, mas, repito, não consegui não sentir pena de Mikoto e de como ele teve que assumir responsabilidades que não eram dele. Não fosse Hayato e a capacidade de acolher e compreender o irmão, o que já sinalizava um pouco da sua vocação para ser professor primário, o menino estaria soterrado em problemas emocionais. Eu sou irmã mais velha, 2 anos e 7 meses me separam do meu irmão caçula, e sempre foi bem complicada essa cobrança (*Ele é pequeno!*Ele é mais fraco!*Ele precisa e mais atenção!*), imagina se a diferença é somente de 11 meses?
Não sei se a série vai alternar os narradores, mostrando o olhar de cada um dos irmãos sobre determinado episódio de suas vidas, mas imagino que teremos vários flashbacks. E não apareceu o caçula, Gokuto, neste episódio, porque ele não tinha ainda nascido. Acho que o próximo capítulo será ele. Este segundo episódio foi bem redondinho, mas não teve a estrutura do primeiro, que poderia ser assistido como um especial que não precisaria de continuação. De qualquer forma, Yuzuki-san Chi no Yon Kyoudai。continua muito gostoso de assistir. Preciso olhar o anime.
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