Quando um grupo japonês da Rosa de Versalhes postou este link com a imagem de propaganda do novo anime da série de Ikeda, eu abri imaginando que traria mais detalhes sobre ele. Nada disso! Era somente uma escolha infeliz, porque o artigo é sobre as mortes traumatizantes ocorridas na Rosa de Versalhes, em Minky Momo e em Sailor Moon. O foco é nas animações. Não vou tentar traduzir, meu japonês é indigente, vocês sabem, só vou comentar mesmo. O link original está aqui.
O autor, que assina como Luis Field (*sério*) abre seu texto assim: "Ao longo dos tempos, os shoujo anime continuam a fascinar os espectadores com seus personagens fofinhos e histórias emocionantes, mas alguns deles têm desenvolvimentos inesperados e representações chocantes. Apresentando obras de anime para meninas que terminaram com desenvolvimentos traumáticos."
O autor comenta que a expectativa ao assistir um shoujo anime é um final feliz, com a mocinha casando no final (*clichê*) e, não, com mortes que deixam a audiência traumatizada. É típico comentário de quem não acompanha a dinâmica dos mangás shoujo, porque, desde as origens, o drama, o sofrimento, as mortes, a separação dos amantes, é algo muito comum. Nos anos 1970, era o tempo inteiro isso. sem descanso. E isso valia mesmo para revistas que eram, oficialmente, para meninas mais novas, como a Nakayohi.
Daí, ele parte para comentar A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), faz a descrição do mangá e parte para o final com Oscar buscando forças dentro de si após a morte de André para liderar seus soldados na Queda da Bastilha e morrendo em batalha. O autor diz que Rosa de Versalhes, mesmo se afirmando uma ficção, a série é bem realista, porque foi capaz de mostrar a morte de seus três protagonistas, terminando com a decapitação de Maria Antonieta e o linchamento de Fersen.
A seguir, ele passa para Sailor Moon (美少女戦士セーラームーン) e afirma que a série rompeu as fronteiras do shoujo mangá, conquistou leitoras no mundo inteiro e virou um fenômeno social (*correto*). E ele descreve o clímax da primeira série (*acho*) com as Sailors todas mortas e somente Usagi sobrevivendo. Esta sequência foi citada no especial de Sailor Moon da NHK como uma das que mais impactou a audiência, aliás.
O artigo traz, então, discussões de internet, comentários de fãs, imagino que feitos no Twitter, apontando que a série exagerou nesse seu capítulo final ao aniquilar todas as personagens que eram tão ativas e amadas, que tanta violência não seria boa para crianças, que entendem o motivo da sequência ter sido cortada em uma retransmissão da série. Fico imaginando como alguém corta aquela sequência e não destrói o episódio, não lhe tira o sentido, enfim. De qualquer forma, todas as sailors ressuscitam, obviamente, uma criança desavisada poderia achar que não.
Por fim, o autor fala de Minky Momo (魔法のプリンセス ミンキー モモ), série de 1982. Nunca assisti, mas conheço a história e é bem complicada, sim. Citando o texto: "Minky Momo, uma princesa de 12 anos da terra dos sonhos, chega a uma terra cheia de pessoas que perderam suas esperanças e sonhos. Momo usa magia para se transformar em uma adulta de 18 anos e usa suas habilidades como profissional. A cena de transformação, que combinava feitiços e dança, foi inovadora na época e influenciou posteriormente os animes de garotas mágicas." Mahou shoujo clássica, não é? Pois bem, a pobre Momo morre no final da série ATROPELADA POR UM CAMINHÃO de Brinquedos. Sim. É isso.
Lendo a Wikipedia sobre o anime, é explicado que o autor, Takeshi Shudo, matou a personagem desta forma como um protesto contra a Popy, uma empresa que produzia brinquedos, e que cancelara o patrocínio, porque as vendas dos produtos estavam aquém do esperado. Série que a produção bancou isso por este motivo? Mas a morte da personagem, segundo a Wikipedia, porque eu não sabia, e que graças a essa gracinha, as séries de garotas mágicas puderam lidar com temas mais pesados. Sei...
Eu sei que a morte de shoujo mangá que me impactou, lá quando eu tinha oito anos, foi em Candy Candy (キャンディ・キャンディ). Anthony, o amado da mocinha, o menino perfeito, está feliz da vida, cai do cavalo e quebra o pescoço. Lembro que sai da sala e fiquei num canto do quintal um tanto atordoada. E Candy mergulha em uma depressão profunda. O chato é que parou aí, nunca assistimos a série completa no Brasil e ainda teríamos pelo menos mais uma morte traumática, porque o primo do Anthony morre, também, só que lutando na 1ª Guerra.
Acreditei, porque era criança acostumada com desenho americano, que ele não tinha morrido, mas morreu mesmo. No outro dia, era o assunto da escola. E todo mundo que tem mais ou menos a minha idade, principalmente meninas, cujas TVs pegava a Record, que não era a da Universal, normalmente lembra disso. Foi uma decisão de roteiro que indignou muita gente e, pior, Candy perderia outro amor antes do final do mangá/anime.
É isso, pessoal. Para quem quiser ler em japonês, é só seguir o link. Não acho que exista muito mais a falar sobre o texto.
1 pessoas comentaram:
A morte do Anthony em Candy Candy realmente foi um soco no meu estômago infantil. Nunca tinha visto uma coisa dessas em um desenho animado. Fiquei perplexo. E acontece do nada, num momento super feliz da Candy, coisa rara na série, pegando todo mundo desprevenido.
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