Eu nem tinha me ligado, mas é isso mesmo! Setenta anos da Princesa e o Cavaleiro, ou Ribon no Kishi, que seria "O Cavaleiro da Fita". A série de Osamu Tezuka é considerado por muitos, inclusive está no site da Volks, a empresa das bonecas, como o primeiro shoujo mangá da história. Não é, mas trata-se do primeiro shoujo de serialização longa, que rompeu com um modelo mais episódico, ou humorístico ao estilo 4koma. Escrever isso não é tirar o mérito de Tezuka, como se qualquer coisa que eu colocasse aqui pudesse, mas colocar as coisas nos devidos lugares e lhe dar o mérito do que ele fez e fez muito bem.
A Princesa e o Cavaleiro ((リボンの騎士) foi publicado entre 1953-56 na revista Shoujo Club e dez anos depois republicado (*retocado) na Nakayoshi. A série virou anime em 1967 e rodou o mundo, chegando ao Brasil. A Princesa e o Cavaleiro conta a história de Safiri, uma princesa de um reino e fantasia que, por travessura de um pequeno anjo chamado Tink, nasce com dois corações, um de menina, o que deveria ser, e outro de menino. O problema é que se Safiri fosse uma menina, ela não poderia reinar e mesmo a vida de seus pais correria risco. Por conta disso, ela é criada como um garoto em público e, também, como garota, em segredo. Tink recebe a missão de recuperar o coração de menino da princesa, mas acaba não conseguindo por simpatizar com a sua condição.
Ao ficar adolescente, Safiri deseja se aventurar pelo mundo, mas ao conhecer o príncipe do reino vizinho, Franz, ela se apaixona e decide se vestir como uma garota para interagir com ele de outra forma. Ao se disfarçar de menina saindo, mesmo que em segredo, da sua persona masculina pública, a heroína se coloca em risco e, também, a sua mãe, porque o Duque Duraluminium quer o trono para o seu filho Plástico. E a série segue em mil situações de aventura, perigo, romance.
Enfim, não sou fã de Dolphies, mas elas ficaram lindas. E o Tink aaparece nas fotos, também. Algo interessante de se pontuar é que Tezuka buscou muito a sua inspiração para a série no teatro feminino Takarazuka e isso se manifesta tanto em como ele caracteriza Safiri-menino, quanto sua versão menina. Safiri é ao mesmo tempo otokoyaku (*atriz que faz os papéis masculinos*) e musumeyako (*atriz que faz os papéis femininos*). E há atrizes do Takarazuka que conseguem transitar mesmo entre um e outro por exigência de certas peças, como A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら). Além disso, ele desenha quadros inteiros que lembram as apresentações coletivas as atrizes. É um deleite isso. Para quem quiser ler A Princesa e o Cavaleiro, a JBC está relançando o mangá e ele está em promoção na Amazon.
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