Ontem, havia uma thread no Twitter de recomendações de filmes de Natal. Vivemos no Brasil, aqui não tem neve, mas filme de Natal normalmente nos remete ao Hemisfério Norte, ou às películas sobre o Nascimento de Jesus. Aliás, tenho uma resenha sobre a animação sofrível A Estrela de Belém, aqui no blog, lembro de ter saído da igreja e ido assistir com a Júlia em um domingo, acho que foi a única vez que fui ao cinema domingo na minha vida. Voltando, alguém falou em Harry Potter, que só vale pelo aspecto neve; uma amiga citou o queridíssimo O Enigma da Pirâmide (Young Sherlock Holmes), um filme que eu amo, mas eu lembrei de uma escolha óbvia, Little Women, tirando a versão última da Greta Gerwig, todas as outras, incluindo as animações, começam sempre com o Natal sem presentes.
Little Women (*aqui, As Filhas do Dr. March, Adoráveis Mulheres, Quatro Irmãs ou, ainda, Mulherzinhas*) é a obra mais conhecida da escritora norte-americana Louisa May Alcott (1832–1888) e foi escrito em 1868 e 1869. Trata-se de um livro semiautobiográfico, pois coloca muitas situações vividas pela família da autora dentro da história, sendo que Jo é a própria escritora. Para quem nunca ouviu falar este livro, ou viu qualquer uma das adaptações, Little Women conta a história das quatro irmãs March (Meg, Jo, Beth e Amy), mostra seu amadurecimento e a transição da adolescência para a idade adulta com suas alegrias, dores e desafios (Bildungsroman). Eu amo Little Women e tenho resenha do filme de 1994, da série da BBC de 2017 e da versão da Gerwig aqui, mas faltam (*dos que são acessíveis e pretendo ver*) as versões de 1933 e 1949. Coloquei as duas para baixar e veio a de 1933 primeiro. Assisti ontem e eis a resenha. O filme foi um marco por ser a primeira versão sonora para o cinema, houve duas anteriores (*1917, 1918*), só que mudas. Se tudo der certo, faço a do filme de 1949 no domingo, que foi a primeira que eu assisti na vida e pela qual tenho um imenso carinho.
A versão de 1933 começa no Natal, como no livro, com a mãe das meninas em um posto de distribuição de donativos, a Marmee (Spring Byington) original, a mãe de Alcott, foi pioneira na profissão do serviço social. É inverno, estamos durante a Guerra de Secessão (1861-65), mas o filme dialoga diretamente com o presente (*da época*), a Grande Depressão, fruto da Quebra da Bolsa de Nova York (1929). Marmee se apieda de um idoso com quatro filhos homens, todos envolvidos na guerra (*dois mortos, um prisioneiro e outro gravemente ferido*), além de um casaco quente, ela lhe dá o pouco dinheiro que tem consigo e se sente abençoada por ter as quatro filhas perto de si, ainda que seu marido (Samuel S. Hinds) esteja servindo como capelão na guerra (*mesmo sem precisar, por causa da idade*). A partir daí, o filme vai nos apresentando as quatro garotas.
Meg (Frances Dee) e Jo (Katharine Hepburn) trabalham, a primeira como governanta de quatro crianças, a segunda atendendo a tia-avó idosa, solteirona e rica (Edna May Oliver), que atormenta seus dias. As moças querem chegar mais cedo em casa já que é véspera de Natal, mas Tia March prende Jo em sua casa por mais tempo, porque ela não limpou a casa direito. Ainda assim, a velha rabugenta dá 1 dólar e presente para cada uma das sobrinhas. A seguir, vemos Amy (Joan Bennett), a caçula, sendo repreendida na escola por fazer uma caricatura do professor. Amy é humilhada, mas enfrenta as colegas de cabeça erguida. A menina se ressente por não ser mais rica, nem ter memórias do tempo em que a família tinha posses. Além disso, ela é egoísta e tenta falar difícil, utilizando palavras com sentido trocado, ou faladas de forma incorreta. A quarta das irmãs, Beth (Jean Parker), é apresentada com seus gatinhos e seu velho piano com as teclas defeituosas. Ela não vai à escola, é tímida demais e fica em casa boa parte do tempo ajudando a criada dos March, Hannah (Mabel Colcord), que permaneceu com eles dos dias de abundância.
Jo está curiosa sobre o garoto que agora é seu vizinho rico e que sempre as observa da janela, mas Meg acha inapropriado ficar espiando. As meninas planejam o que farão com o seu dólar, mas depois desistem e decidem presentear a mãe. Na manhã de Natal, elas têm um café da manhã especial, mas ao verem a mãe chegando em casa cedo e com o ar preocupado, elas aceitam presentear uma família de imigrantes pobres, os Hummel, com sua refeição. Ao saber do que as meninas fizeram, o Sr. Lawrence (Henry Stephenson) decide mandar uma ceia especial para a família March e ela chega bem na hora em que as irmãs estão apresentando uma das peças de Jo para as meninas da vizinhança. Jo deseja ser escritora e tem o apoio da família.
Como uma compensação pela ceia especial e para matar a curiosidade, Jo decide visitar o neto do vizinho. O menino, que prefere ser chamado de Laurie (Douglass Montgomery), acaba se tornando seu amigo. Ele não se importa de Jo ser uma tomboy, nem a repreende como sua irmã mais velha, Meg, faz. No Ano Novo, as meninas são convidadas para uma festa na casa do Sr. Lawrence, que conhece Amy e Beth, a quem convida para ir até sua casa tocar o piano que está sem uso (*nada é dito sobre o desejo de Laurie ser pianista, como a mãe, o que desagrada o avô*). Enquanto isso, Meg conhece John Brooke (John Davis Lodge), tutor de Laurie, e os dois terminam se apaixonando para desespero de Jo, que deseja que as irmãs estejam sempre unidas. Nessa primeira parte do filme, Jo vende seu primeiro romance por um dólar e Laurie se espanta por ser muito pouco. Era mesmo, mas não podemos esquecer que o rapaz era rico.
Chega um telegrama de Washington avisando que o pai das moças está doente. A Srª March manda Jo pedir dinheiro emprestado para a tia-avó e a moça demora a voltar. No fim das contas, Jo retorna com muito mais, porque vendeu o cabelo para que a mãe tivesse mais recursos na viagem. Todos ficam consternados e a jovem finge que aquilo não foi nada frente o sacrifício que a o pai e outros soldados estão fazendo. Enquanto a mãe está fora, Beth adoece de escarlatina, pois continuou visitando os Hummel a pedido da mãe, enquanto as outras irmãs haviam esquecido da promessa. Amy é mandada para a casa da Tia March, porque ainda não teve a doença, e as irmãs e Hannah mergulham no desespero, porque Beth parece estar vivendo suas últimas horas.
No fim das contas, a menina sobrevive, a mãe chega em tempo de ajudar (*graças a um telegrama de Laurie*) na sua recuperação e o Sr. March retorna da guerra pouco depois. Apesar de pobres, a família está unida, no entanto, as meninas estão crescendo. Meg e Brooke terminam por se casar. Jo recusa o amor de Laurie e quer seguir sua carreira como escritora. Amy sonha em ser uma dama e se torna a sobrinha favorita da tia velha. Já Beth, ela permanece em casa, com sua saúde permanentemente debilitada, não há muito espaço para que ela possa sonhar com um futuro seja ele o casamento, ou uma carreira.
Acredito que é a terceira vez que eu assisto este filme, desta vez, com o objetivo de fazer uma resenha. Começo dizendo que acho um filme muito bom e que tenta captar o que é essencial do livro, sacrificando, claro, algumas partes que eu amo, e modificando outras. E o filme foi reconhecido à época como um grande sucesso e recebeu o Oscar de melhor roteiro adaptado, assinado pelo casal Victor Heerman e Sarah Y. Mason, desconfio que mais dela, do que dele. Ambos tiveram importância na história do cinema, mas Mason foi "(...) a primeira supervisora de roteiro em Hollywood, tendo inventado a arte da continuidade cinematográfica quando a indústria mudou do cinema mudo para o falado". Depois do sucesso de Little Women, eles foram convidados para escrever o roteiro da primeira adaptação de Orgulho & Preconceito, mas ele foi descartado, não sei por qual motivo.
Sim, o roteiro é bom, mas o filme depende demasiadamente de Katharine Hepburn, e não poderia ser diferente, porque ela é um furacão. Sua Jo é a perfeita tomboy, correndo, pulando, escalando, esgrimindo com Laurie usando um atiçador de lareira e soltando o cabelo em sinal de revolta, porque não quer crescer. O problema, pelo menos para mim é que a atriz não consegue mesmo convencer como uma menina de 15 anos no início do filme, a gente releva, claro, mas é evidente que se trata de uma mulher adulta, que parece ser adulta e imponente, em um papel de menina. E Hepburn era a mais velha das atrizes interpretando as irmãs March. Da mesma forma, Douglass Montgomery parece velho demais para ser Laurie e a maquiagem não ajuda muito, ela parece envelhecer o elenco e ter algo daquele efeito dramático da época do cinema mudo. A maquiagem parece envelhecer o elenco a ponto de Jean Parker, que faz Beth, e era a mais jovem das atrizes do elenco, uma adolescente mesmo, parecer uma mulher adulta. Talvez, no caso dela, as sobrancelhas finíssimas, típicas da época tenham piorado a situação. A única que parecia jovem o suficiente na primeira fase é Frances Dee, que passa um ar de doçura e gentileza.
Agora, o que eu realmente amo nesta versão de Little Women é o Prof. Bhaer. Acredito que este filme, sacrificando outras partes da história, claro, é o que dá mais espaço para o professor alemão que termina se casando com a mocinha. Jo o conhece quando segue para Nova York para ser governanta das filhas (*no filme filhos*) da Sr.ª Kirke, uma amiga de sua mãe. No livro, ela parte por sugestão de Sr.ª March, que vê a filha muito triste por ter rejeitado Laurie e pelo afastamento dos dois e a falta de perspectiva na vida. Neste filme, é um pedido de Jo. Aliás, um dos problemas deste Little Women é a marcação de tempo entre o pedido de casamento de Brooke para Meg (*e temos a deliciosa cena do guarda-chuva com tia March*) e o casamento dos dois. No livro, se passam quase quatro anos, porque Meg tem 16 e os pais acreditam que ela deve esperar até os 20 para se casar.
Porque a marcação do tempo parece confusa? Bem, Jo continua com seus cabelos curtos, eles não cresceram, mas, quando ela está em Nova York, eles parecem longos de novo. Por outro lado, Amy e Beth já estão usando saias longas e não as de menina no casamento da irmã, num salto de quatro anos, uma teria 16 e a outra 17 anos. Aliás, Laurie só tem três cenas realmente boas neste filme, a da luta de espadas com Jo, uma em que os dois saem em uma desabalada carreira da cidade até em casa depois que ele finge (*será?*) que vai beijar Jo, e a do pedido de casamento recusado. Nesta cena, o cabelo do ator não está lambido para trás e parece mais natural. Assim, não consigo achar esse Laurie interessante, mesmo que o ator seja uma beldade para a época. Aliás, eu não tenho problema algum com o padrão de beleza masculina dos anos 1930, mas o cabelo do moço e a maquiagem pesada meio que estragaram as coisas. Curiosamente, o prof. Bhaer (Paul Lukas) não está com o excesso de maquiagem dos demais homens do filme.
Ainda vou reassistir o filme de 1949, mas acredito que Paul Lukas é o meu professor Bhaer favorito. Ele é gentil com Jo, ele passa no olhar a adoração que sente por ela, ele tenta consolá-la e, ao mesmo tempo, recua, porque não tem certeza de que seu afeto será bem recebido, ou se é adequado demonstrá-lo em público. Nada dos excessos de intimidade que as últimas adaptações insistem em colocar. Acho muito simpáticas as cenas dele com Katharine Hepburn, uma das mais fofas é ela pregando os botões da roupa dele com ele dentro da roupa. 😄 No livro, ela lhe faz essas pequenas gentilezas, porque ele vive desalinhado e é esquecido, nesta fase da história, Jo se tornou muito competente nas prendas domésticas. No filme, ela continua um tanto moleca e desastrada.
O que o filme não mostra, mas a maioria das adaptações corta mesmo, são os sobrinhos o professor. Ele precisava sustentá-los e, por isso, sua felicidade pessoal sempre estava em segundo plano. Além disso, ele temia não ter nada a oferecer para Jo, além de ser bem mais velho que ele, algo muito bem caracterizado neste filme. Ele também não usa barba, mas nunca escalam um Laurie moreno e de cabelos encaracolados, também, então, paciência. O único Bhaer com barba que me lembro é o da minissérie da BBC, só que, nesta adaptação, o ator era jovem demais. Enfim, como em toas as adaptações, porque no livro é diferente, Jo pede que ele avalie seus escritos, Bhaer o faz de forma muito eloquente e apaixonada, tentando não a ofender, ele diz que o que ela escreve é de baixa qualidade, mas que ela tem potencial e ele reforça que ela pode fazer muito melhor. Resumindo, ele não faz mansplaining, ele lhe dá um sincero conselho, conforme lhe foi pedido. Ele não tenta tutelar Jo, ou age com superioridade, no que, aliás, isso se afasta um pouco do livro original.
Só que a cena escala para algo a dramédia, porque é Katharine Hepburn e é o tom do filme, e Jo acabou de sofrer uma dupla decepção, Laurie passou por Nova York e não veio vê-la, nem lhe mandou notícias e Amy foi escolhida por tia March para ir para a Europa. O pobre Bhaer acredita que ele é o responsável pela sua choradeira, depois, ele acaba sendo levado a acreditar que Jo está apaixonada por Laurie. Como forma de compensar Jo, ele passa a levá-la para ver óperas, consertos e peças, como uma forma de mostrá-la um pouco da Europa que está em Nova York. Nada de bailões da terceira classe do Titanic, como no filme de 2020, ou oferecer bebida alcóolica para a mocinha, como em 1994. O professor do filme de 1933 é um romântico, não um rebelde, ele corteja Jo, porque é o que ele está fazendo, sem tentar desvirtuá-la. E isso é o que está de acordo com o livro, que tem uma ideia moralizadora mesmo, fora que a família March verdadeira, a da autora do livro, era quaker e sua mãe participava das campanhas de temperança, que vão culminar na Lei Seca nos Estados Unidos. No livro, isso aparece quando Laurie repreende Meg por estar bebendo em um baile, mas o filme de 1933, não colocou essa parte.
No exato momento em que o professor está prestes a se declarar, depois que Jo diz que falou dele em suas cartas para a família, o que o deixa muito tocado, ela recebe uma missiva comunicando da piora de Beth e parte. Como ficamos muito tempo na primeira parte, as meninas adolescentes, e outro tanto em Nova York, a parte final do filme é corrida. A Beth de 1933, me parece a mais sem sal de todas, pelo menos nessa parte final da doença. E vemos nada de Amy na Europa, assim como Laurie não tem sua fase juventude transviada por conta da rejeição de Jo. A notícia da morte de Beth chega na Europa e é encaminhada rapidamente a aproximação entre Amy e Laurie. Enquanto isso, Jo, o real centro do filme, chora, escreve seu livro e o envia ao professor.
Nessa fase final, vemos pouco de Meg, também, mas os gêmeos aparecem e uma das crianças era filha do ator que faz o Sr. Brooke, que era um sujeito de uma poderosa família de políticos e abandonou a carreira pouco depois. E temos um final corrido com a volta de Amy e Laurie, ele usando um bigode para fazer parecer que a personagem amadureceu um tanto, e Jo reencontrando o Prof. Bhaer. O final dos dois será meio que copiado por quase todas as adaptações posteriores, porque os últimos capítulos do livro são meio que tesourados, sempre enfiam que ele lhe trouxe o livro que ela escreveu (*coisa que não está no original*) e deixam só a cena do guarda-chuva. Depois de desfeito o malentendido, porque Bhaer acreditou que Laurie e Jo tinham se casado, ele se declara e temos um dos meus diálogos favoritos: "I have nothing to give but my heart so full and these empty hands." "They're not empty now" ("Eu não tenho nada a oferecer a não ser este coração tão cheio e estas mãos vazias." "Não estão vazias agora".). Nesta versão, não temos beijo, como no livro, aliás, mas temos Jo entrando em casa com o professor e quase enganchando o guarda-chuva na porta, porque os dois estão muito emocionados. Hannah sorri e fecha a porta. Sobem os créditos.
Falta comentar algumas coisas. Curiosamente, várias partes do livro que sempre costumam ser contempladas, não estão nesta película. Amy não diz que o cabelo de Jo é sua única beleza, tampouco queima os escritos da irmã por pirraça. Meg tem uma personalidade bem mais conformada, não reclama das crianças de quem toma conta, ou de ter que trabalhar, tampouco é vaidosa como no original. Não arrebenta seus pés para usar os sapatos de festa apertados, não inveja as outras moças, nada disso. Brooke certamente não teria problema em contentar a Meg deste filme com seu magro ordenado. E Jo não queima o cabelo de Meg por acidente, quando o estava arrumando para o primeiro baile. Falando em cabelo, este filme não mostra Jo pedindo o dinheiro emprestado para a passagem da mãe, algo que a velha à principio negou, porque ela considerava o sobrinho um cabeça de vento, ou a velha indo pessoalmente entregar a quantia, como em outras produções. No livro Jo só corta o cabelo, porque a tia não quis ajudar, não foi um ato a mais de coragem, por assim dizer.
Já Amy, e a atriz enganou a produção e não contou que estava grávida, o que gerou problemas para o figurino, não apanha do professor, nem é dito que foi retirada da escola, algo que é importante no livro, porque permite a crítica a péssima qualidade da educação das crianças em geral e das meninas em particular. Sim, Little Women era, para sua época, um livro bem feminista, porque a família Alcott era bem progressista e isso nada tem a ver, claro, com não ter uma moralidade bem rígida. A forma como Jo e Laurie se conhecem é, também, modificada. Eles se conheceram no baile no qual Jo não podia dançar por ter queimado o vestido e estar com ele remendado. O baile também não era na casa do rapaz, tampouco Amy e Beth foram para a festa. Elas eram jovens demais. Essa me parece a grande incoerência da película, porque poderiam aproximar Beth do Sr. Lawrence de outra forma. As duas meninas ficavam sentadas na escadaria sem poder ir para o salão, ou dançar, o que não tem sentido didático algum e é quase uma tortura para ambas por motivos diferentes.
Falando do figurino, ele me parece muito bom para a época, e é até fácil porque as roupas das March são modestas e não temos o segundo baile, que exigiria mais da produção. Segundo a Wikipedia, Katharine Hepburn, a dona do filme, levou uma fotografia de uma de suas avós e pediu para que fizessem um vestido igual aquele para sua personagem. O que me parece, e eu não sou especialista em história da moda, é que assim como a maquiagem, cabelos e as sobrancelhas, alguns vestidos parecem dialogar com a moda dos anos 1930. Meg e Amy são as que mais aparecem com vestidos de mangas curtas e bufantes que parecem muito mais com a década da produção do filme do que com os anos 1860.Não há demérito algum e este filme fez muita justiça ao livro original. E, antes que eu me esqueça, Edna May Oliver, a Tia March, interpretou Lady Catherine de Bourgh na primeira versão de Orgulho & Preconceito.
Concluindo, adorei rever Little Women 1933, fazia muitos anos que não assistia e comprovei todas as qualidades que o filme tem. Observando as várias versões, é possível gostar mais de umas partes de uma, e outras de outra. Eu continuo achando a versão de 1994, a melhor, vejam minha resenha, por favor, mas o maior defeito da melhor adaptação não está nesta de 1933, porque, aqui, o Prof. Bhaer caminhar muito próximo do livro e ainda consegue pontuar mais alto, porque age de forma menos machista que o original sem parecer incoerente com a época que o próprio filme está retratando. Estabelecido isso, nesta parte pelo menos, o filme de 1933 pontua mais alto em termos feministas. Para quem se interessou pelo livro, a edição com notas e ilustrada da Zahar está em promoção no Amazon, mas há outras, inclusive gratuitas.
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário