Sou professora e sei que conversa de sala dos professores tem que morrer lá. As conversas de Conselho de Classe, também, especialmente, os de fim de ano. Onde trabalho, esses conselhos passaram a ser filmados para que os colegas mais exaltados tivesse mais comedimento em suas falas. Eu não considero isso errado, não. Muito bem, o Sora News trouxe um causo que aponta que no Japão as coisas não devem ser lá muito diferentes. Vamos lá!
Faz alguns anos que as escolas no Japão adotaram o programa Giga School, no qual os livros didáticos são substituídos por um único tablet para cada aluno. Esse tablet pode gravar e salvar material que pode ser enviado aos professores. Enfim, no dia 31 de outubro, cidade de Iwakuni, província de Yamaguchi, um professor notou que vários alunos haviam deixado seus tablets em suas mesas. O professor os recolheu e os colocou em uma mesa na sala dos professores para guardar. Só que, sem o conhecimento do professor, um dos tablets também teve sua função de gravação ativada. E os professores estavam conversando e não é incomum que o assuntos dos professores sejam seus alunos e alunas...
No dia seguinte, o professor devolveu os tablets aos alunos, sem saber da gravação. Não está claro se a gravação foi intencional ou acidental, segundo o SN, mas o aluno começou a enviá-la para os colegas. Depois que a notícia se espalhou, um dos alunos mencionados no áudio deixou de frequentar a escola desde o início do mês e um professor, cuja voz estava na gravação, tirou uma licença. Os funcionários da escola foram às casas de todos os alunos que tinham uma cópia da gravação ou cujos nomes foram mencionados nela e pediram desculpas.
O chefe do Conselho de Educação também se pronunciou em uma coletiva dizendo: “Lamentamos muito causar ansiedade às crianças, professores e comunidade (...) daremos treinamento completo sobre o uso adequado dos tablets e ajudaremos os professores a cuidar mais de seu comportamento”. Olha, como pontuei no meu primeiro parágrafo, é normal que os professores sejam indiscretos, debochados e cruéis. Imagina não podermos conversar nem na sala dos professores? Enfim, os alunos e alunas também falam de nós, a questão é que esse tipo de conversa se tornou pública e, claro, foi intencional divulgar o material. Eu espero que tanto o aluno, quanto o professor consigam voltar às suas atividades.
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