Tokyo City View em Roppongi Hills, Tokyo, recebe, entre 17 de setembro e 20 de novembro, a grande exposição dos cinquenta anos de publicação do mangá da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら). As fotos ainda estão começando a aparecer, a da abertura do post veio do perfil oficial da exposição, outras fotos que vi, tinham a pessoa que bateu nelas, então, vou esperar fotos limpas. No entanto, o post é para comentar a matéria do site do Oricon, do Comic Natalie (*as demais fotos vieram de lá e há muitas fotos no CN*) e uma entrevista de Ikeda para o site da revista CREA. De comum às três matérias temos a valorização de André como o "marido ideal" inventado por Ikeda quando ele não existia ainda, ou era uma raridade.
Não sei japonês, já disse antes, mas dou meus jeitos e pedi ao Luiz, ele, sim, alguém que domina a língua, para me corrigir nos comentários caso tenha feito alguma barbeiragem. Com os links, qualquer pessoa pode fazer sua própria tradução, ou tirar suas conclusões. Copiar o meu texto (*não citar trechos dele com a devida referência, ou as matérias japonesas originais*), não pode, porque plágio é crime.
Ikeda, belíssima, e acompanhada pela idol Ai Takahashi, nascida em 1986 e que conheceu a Rosa de Versalhes por uma pela do Takarazuka, segundo o CN, abriu a exposição, dizendo: ""Eu tinha 24 anos quando comecei a desenhar o mangá, então acredito que estou velha. Nunca acreditei que estaria viva 50 anos depois para poder realizar uma exposição tão incrível”, disse ela com um sorriso. Além disso, sobre a época da serialização, "O mangá era considerado prejudicial para as crianças, então só me lembro de que apanhei muito (risos). Disseram-me que e era uma pessoa vulgar e que não mangá não era cultura. lembro de trabalhar duro com o editor para criar algo que não seria jogado fora"" Mais adiante, Ikeda comentou: ""Naquela época, o status social das mulheres era mais baixo do que é agora, e era uma época em que as pessoas diziam: 'Sou mulher'. como se estivessem dizendo: 'Vou me casar'. Então, eu queria que Oscar mostrasse que você pode construir uma vida por meio de seus próprios esforços e talentos, independentemente de ser mulher ou homem.""
Ainda no CN, Ai Takahashi pergunta qual a personagem favorita de Ikeda. Ela responde então "Se for um homem, especialmente Luís XVI", mas ela segue dizendo que gosta de todas as personagens que desenha, mas acrescenta que gosta de Luís, porque ele é tolerante e Takahashi também concorda fortemente: "Eu entendo! Não posso acreditar que alguém ame tanto sua esposa!" Aqui, não sei se traduzi direito, mas não é como se Luís XVI pudesse se livrar de Maria Antonieta e não entendo esta simpatia toda por ele. Na entrevista para a CREA, Ikeda se estendeu mais sobre esse ponto, comento mais abaixo. Ikeda segue falando: "Acho que seria mais fácil trabalhar se houvesse um homem (que me apoiasse) como André (em relação à Oscar) ao meu lado. Muita gente está concordando." Takahashi emendou: "Se você pensar bem, meu marido (Koji Abe) é André". Parece que Ikeda acrescentou que seu marido também é como André, mas não tenho certeza.
Sobre a exposição, Ikeda falou: "Fiquei muito entusiasmada com tudo isso. Mas estou um pouco envergonhada das minhas pinturas de 50 anos atrás. Tenho um sentimento forte." Não sei se forte se remete a alguma emoção negativa, mas, segundo o CN, sua expressão era amarga, mas Takahashi tentou animá-la dizendo: "Não, foi lindo! Você até escreveu o que estava pensando, o que me fez rir. Além disso, o vestido que Oscar usou apenas uma vez na vida é maravilhoso...!" Concluindo, Ikeda diz "Já estou nos últimos estágios da minha vida. Mesmo se eu partir em um futuro não muito distante, espero que as pessoas que vierem depois de mim leiam a Rosa de Versalhes e continuem a lê-la [para sempre?]. ." E Takahashi emenda dizendo: "Espero que sim!".
A matéria do Oricon, que também é sobre a abertura da exposição, trouxe mais partes dessa troca entre Ikeda e Takahashi sobre André. Além das falas que eu tentei traduzir, temos o seguinte: "Eu desenhei André porque pensei que seria mais fácil trabalhar se houvesse um homem como este. Recebi muitas respostas positivas.". Ikeda continuou dizendo, "O momento está se aproximando, em que os homens não dirão que estão ajudando suas esposas nas tarefas domésticas, mas fazendo-as junto com elas". E, segundo a matéria, Ikeda completou com um sorriso tímido: “Meu marido é André. No passado, havia várias coisas como 'dignidade de um homem', mas os jovens de hoje não têm esse tipo de coisa, e meu marido é 25 anos mais novo que eu e lava a roupa sem se preocupar com isso. Espero que o número desses homens aumente e que seja mais fácil para as mulheres trabalharem fora". Ikeda está casada e feliz da vida percebe-se.
Já o site da revista CREA, cujo tema da edição parece ser adultos que gostam de mangá, traz uma entrevista interessante de Riyoko Ikeda feita pela escritora Shion Miura, que nasceu no mesmo ano que eu e conheceu a Rosa de Versalhes lendo o mangá quando estava no primário. Vou pinçar algumas partes, especialmente, aquelas que nunca vi em outras entrevistas que eu tenha colocado no Shoujo Café. E já destaco que André está em evidência nessa conversa, também, assim como Luís XVI.
Miura: A primeira vez que li o mangá foi na casa da minha prima [ou primo?], durante as férias de verão do meu primeiro ou segundo ano do primário. Fiquei fascinada com as cenas levemente eróticas de romance que faziam meu coração palpitar quando criança, e o estilo de terror de gaiden que me dava calafrios. Muito obrigada por criar um trabalho tão maravilhoso. [Ikeda fala que não queria ser mangá-ka, mas escrever romances quando criança e adolescente] tenho um amor incontrolável por mangá, e eu mesma tentei desenhá-los. No entanto, fiquei frustrada com a minha capacidade de desenhar e, acima de tudo, com a divisão de quadros. Eu leio muito, mas não consigo descobrir como dividir os quadros. Como foi com você, Ikeda-sensei?
Ikeda: Quando eu era criança, tanto os adultos como professores e pais achavam que o mangá era prejudicial. Mas minha mãe foi muito compreensiva e optou por me deixar ler porque não sabia que tipo de talentos dormem nas crianças. Aprendi a dividir os painéis imitando os quadrinhos dos meus professores favoritos, como Hideko Mizuno, Masako Watanabe e Miyako Maki. Não tenho experiência como assistente. [Ikeda foi gentil e citou somente autoras mulheres que já eram ativas nos anos 1950, pensei que ela iria incluir Tezuka e Ishinomori, aliás, dele, ela fala depois.]
Miura: Você é um gênio, afinal.
Ikeda: Não, houve um tempo em que eu não conseguia vender nada. Para ganhar a vida, eu tinha muitos empregos de meio período.
Miura: Você sempre gostou de desenhar e era boa nisso?
Ikeda: Além dos romances [Tentativas de ser escritora?], muitas vezes contribuí com mangás para revistas femininas da época, como "Shoujo Book" e "Shojo Club". Shotaro Ishinomori-sensei elogiou o mangá de quatro painéis, e eu também recebi um cartão postal. Foi só depois que fiz minha estreia que realmente conheci o Ishinomori-sensei.
Miura: Fiquei realmente chocada ao descobrir que Riyoko-sensei desenhou a Rosa de Versalhes aos 24 anos.
Ikeda: Quando entrei na universidade, era uma época em que as lutas estudantis estavam prosperando, então participei do movimento. [Ela era parte do Nihon Minshu Seinen Domei, a ala jovem do partido comunista japonês. Ela estava na Universidade de Tokyo em 1968, ano marcado por revoluções e agitações políticas no mundo inteiro.]
Miura: A sua experiência com o movimento estudantil influenciou seu trabalho de alguma forma? Diz-se que se interessou pela revolução, e que foi algo que o levou a desenhar a Rosa de Versalhes.
Ikeda: Originalmente, fiquei profundamente impressionado com a biografia de Stefan Zweig "Marie Antoinette" quando estava no colegial. Algum dia eu gostaria de contar a vida de Maria Antonieta de alguma forma. Quando eu estava no ensino médio, já havia decidido o título "A Rosa de Versalhes".
Miura: É isso mesmo!
Ikeda: Em 14 de julho de 1789, quando o ataque à Bastilha desencadeou a Revolução Francesa, os "Guardas Franceses" mudaram de lado para o lado, apoiando o povo, embora estivessem à serviço do poder. Havia um capitão que comandava os guardas, e eu queria torná-lo ativo na história. Eu nunca tinha ido à França e quase não tinha materiais, então aproveitei e pensei que mudar o capitão para uma mulher me permitiria desenhar mais livremente. Eu ansiava por Oscar, que desempenhava um papel ativo em pé de igualdade com os homens e era cheio de charme humano. [Os sites italianos normalmente apontam Pierre-Augustin Hulin como essa personagem que Ikeda gostaria de transformar em protagonista, mas eu nunca a vi citando-o por nome nas entrevistas que conheço. De qualquer forma, ainda bem que ela mudou de ideia. ATUALIZAÇÃO: O Luiz comentou que ela citou Hulin em outra matéria que eu comentei, como perdia a referência, não sei.]
Miura: Eu acho que era um cenário novo que estava à frente de sua época. Há alguns personagens que atacam Oscar, dizendo: "Você é uma mulher", mas também há muitas pessoas que reconhecem categoricamente sua "atratividade como ser humano", que não tem nada a ver com o seu sexo.
Ikeda: Na época da serialização, vivíamos em uma sociedade absolutamente dominada por homens. Havia assédio sexual onde quer que você fosse e, independentemente, do mangá ser popular ou não, o salário das artistas mulheres era a metade do que recebiam os artistas homens.
Miura É uma história tão terrível...
Ikeda: Quando perguntei ao editor-chefe se isso era normal, ele me deu um olhar do tipo: "É natural que um homem que cuida de sua família receba um salário maior". Mesmo sendo uma época assim, era frustrante que as mulheres fossem tratadas com leviandade e que as coisas fossem divididas em para mulheres e para homens. Desenhar Oscar cavalgando, usando uma espada e agindo livremente fazia parte do alívio do meu estresse.
Miura: O mesmo vale para as leitoras. A cena em que Oscar diz: "Estou conversando com uma mulher, mas (omitido) há alguém que possa me igualar em termos de habilidade!" foi realmente revigorante.
Ikeda: Acho que a maior parte do que Oscar diz vieram das minhas próprias convicções. Ela desempenhou um papel ativo como uma ferramenta para me fazer dizer o que eu queria dizer em meu nome.
Miura: Além de sua frieza, o que mais me atraiu foi a profunda bondade de Oscar. Ela é a primeira a perceber o sofrimento das pessoas que são diferentes dela e decide que deve fazer algo junto com elas. [Aqui, o anime e o live action se afastaram do mangá, Oscar segue André, ele é o primeiro a perceber as mazelas do povo comum.] Seu modo de vida, cheio de bondade, força e imaginação, é uma estrela para mim, ou melhor, para todos os seres humanos, transcendendo o tempo e as fronteiras. As mulheres nas criações são frequentemente retratadas como "figuras femininas ideais". No entanto, são poucos os trabalhos que apresentam uma “imagem humana ideal” por meio de personagens femininas. No entanto, excelentes mangás shoujo, como a Rosa de Versalhes, buscaram isso desde um estágio muito inicial. Oscar é um modelo de como os seres humanos devem viver, independentemente do gênero do leitor.
Ikeda: Obrigada.
Miura: Ao mesmo tempo que, a outra personagem principal, Maria Antonieta, que nasceu com temperamento de princesa, também é muito atraente. Quando Maria tem que falar com a amante de Luís XV, a Condessa du Barry, a quem ela detesta, Marie diz: “Hoje, há muita gente em Versalhes!". Existe alguma fonte que prova que Marie realmente falou assim?
Ikeda Isso mesmo. Os detalhes também são baseados em fatos históricos.
Miura: Quando saio com meus amigos para apresentações ao vivo e vejo a multidão, alguém quase reflexivamente diz essa frase (risos). É um ditado famoso que está impregnado no dia a dia dos fãs.
Ikeda: Quando o ex-presidente Hollande visitou o Japão, fui convidada para a recepção, e um diplomata francês que acompanhava o presidente se aproximou de mim e disse: "Li seu trabalho e estudei a revolução. Se eu não tivesse lido isso, acho que teria visto Marie de forma diferente."
Miura: A Rosa de Versalhes é incrível! No início, Marie, que era uma menina superficial e inocente, gradualmente começou a pensar sobre a nação e, no final, ela era como uma mãe sagrada [???]. Essas mudanças estão na biografia de Zweig? Ou é criação sua, Ikeda-sensei?
Ikeda: Certamente, em sua biografia, ele retratou seu crescimento pessoal e também me emocionei com ela. "Meu nome ficará na história para sempre.” Eu não escrevi sobre isso no mangá, mas acho que Marie decidiu morrer de uma maneira que faria jus ao seu nome. [Desculpe, Ikeda, Maria Antonieta não teve escolha alguma nessa parte de ir, ou não, para a guilhotina. Poderia ter se salvado se não decidisse ficar com o marido, logo no início da Revolução, quando o rei não acreditava que as coisas iriam desandar, mas ao ficar, já era! ATUALIZAÇÃO: O Luiz ponderou o seguinte aqui "A impressão que eu tive foi que a Riyoko Ikeda acha que a Maria Antonieta quis morrer de "cabeça erguida" (no pun intended), uma vez que o destino dela já estava marcado. Não que ela escolheu a forma de morrer."]
Miura: Um dos episódios memoráveis da obra é quando Oscar é resgatada por Rosalie e fica chocada com a sopa rala que ela comia.
Ikeda: Eu senti que tinha que contar ao Oscar o que havia de errado com a família real, então criei uma cena onde eu pudesse ver a vida das pessoas comuns. Acredita-se que as extravagâncias de Maria fizeram com que suas finanças se deteriorassem, mas na verdade, já na época de Luís XIV, ela estava em declínio financeiro devido à construção excessiva do palácio e à guerra. [Certíssima aqui.]
Miura: Oscar tem vergonha de dizer que ela próprio era um nobre e não sabia nada sobre o sofrimento do povo. A razão pela qual consigo entender instantaneamente a situação e sentir empatia quando entra em contato com um mundo completamente diferente do seu é provavelmente porque teve André, uma pessoa não aristocrática, ao seu lado desde pequena, e essa experiência se tornou uma ponte, eu acho. Você previu desde o início que André teria uma presença forte depois do meio da história?
Ikeda: Não, no começo eu nem pensei que Andre acabaria com o Oscar. No entanto, tornou-se cada vez mais popular como um parceiro ideal para as mulheres da época. A Rosa de Versalhes foi escrita para meninas, mas quando recebia cartas de mulheres adultas, havia muitas dizendo: "Eu também quero um André". [A Rosa de Versalhes se tornou um fenômeno cultural e transcendeu as fronteiras do público alvo inicial. E, olha, que veio gente negar isso, mesmo com o tamanho do fenômeno cultural que é a Rosa de Versalhes no Japão e outros países do mundo.]
Miura: Achei que o André iria desistir do amor [de Oscar] em algum momento, mas ao invés de se retirar, ele tem coragem de ficar ao lado do Oscar (risos). Senti-me atraída por sua bondade, não me sentia tão confiável quanto ele, e meus sentimentos por André mudaram de várias maneiras, mas quanto mais cresci, mais passei a pensar que alguém como ele é o melhor.
Ikeda: André sabe que Oscar é superior em status social, educação e artes marciais, mas ele está ao seu lado com um desejo obstinado de protegê-la. Também acho que não há nada de errado com as mulheres, mesmo que sejam mais talentosas.
Miura: Luís XVI também é maravilhoso. [Não. 😁]
Ikeda: Quando me perguntam com quem eu gostaria de me casar, eu também respondo que é Luís XVI. Quando ele se casou, ele era um rei muito raro que tinha riqueza e status e era gentil e não tinha uma concubina da corte.[Por isso, todos os olhos sobre Maria Antonieta e isso foi um peso para ela.]
Miura: Mas estou curioso que seu hobby seja fazer fechaduras...
Ikeda: Essa parte é um pouco mal compreendida. É um preceito familiar que um homem da família Bourbon deve ter um “hobby”, ou melhor, adquirir uma profissão. Um Príncipe de Bourbon deve ter algum tipo de trabalho manual como seu dever. [Realmente, nunca li sobre isso. Nunca. Como não falam de hobbies de Luís XIV ou Luís XV, salvo de o passatempo for arrumar amantes, me aprece muito peculiar.]
Miura: Ah, é mesmo!? Não sabia. Então fazer fechaduras, ou seja, sua habilidade como ferreiro era devido a uma tradição familiar! Homens que se dedicam ao próprio hobby também deixam suas esposas moderadamente em paz. Esse lado dele também tem seu charme. [ATUALIZAÇÂO: O Luiz corrigiu a minha tradução aqui.]
Ikeda: Ele não é muito bom em socializar e dançar, mas nunca trai. É importante como um parceiro de casamento.
Miura: A Rosa de Versalhes é avançada em termos de visão sobre amor e casamento, e ainda há algumas partes que os tempos de hoje não alcançaram ainda. Eu também quero crescer e me tornar alguém como André, que consegue criar relações [se dar bem com as pessoas] sem se irritar com a falta de confiabilidade (delas). [ATUALIZAÇÃO: Luiz corrigiu esta parte. Nada tinha a ver com falta de confiabilidade do André. Afinal, quem poderia ser mais confiável que ele?] Muito obrigada por hoje.
Acabei só cortando uma fala da Ikeda. Como pontuei no início, não sei japonês, foi tudo no Google Tradutor e recorrendo aos meus conhecimentos sobre a o contexto. Se alguém perceber algum erro, é só falar. E o Allan Nicol me passou um perfil no Twitter, o 芸術新潮, que está postando fotos da exposição, também. Peguei fotos de lá. E, sim, entre as capas do mangá pelo mundo está a capa brasileira da JBC. E não houve nenhuma palavra sobre o anime, o antigo, ou o novo, nessas matérias que eu tive acesso. Ainda tenho uma aberta aqui, mas é mais antiga que a da CREA e nem sei se vou falar dele em algum post. E sou muito grata ao Luiz pelas correções. Agora, vocês têm a entrevista com mais qualidade para ler.
1 pessoas comentaram:
Li seu post em português e dei uma lida por cima em japonês. Achei que ficou ótimo. Só alguns comentários:
http://www.shoujo-cafe.com/2022/08/riyoko-ikeda-fala-dos-50-anos-da-rosa.html
Sobre as influências da Riyoko Ikeda para fazer a Oscar, você fez este texto do link acima e colocou o Muhammad Ali e o Tadzio (Björn Andrésen), mas no artigo em japonês a Riyoko Ikeda cita Pierre-Augustin Hulin também. Na época que li, ia comentar a ausência no post, mas acabei deixando para depois e esqueci. O trecho com a fala dela na News Post Seven é o seguinte:
「アントワネットやフェルゼンは実在の人物ですが、オスカルは架空の人物。ただ、その生きざまは、フランス革命時、民衆側について戦った衛兵隊隊長ピエール・ユランと、ボクサーとしての功績を剥奪されてもベトナム戦争反対の信念を曲げなかったモハメド・アリをモデルにしています。容姿は、映画『ベニスに死す』(1971年)に登場する美少年タッジオ(ビョルン・アンドレセン)に触発されました」
Traduzindo:
"Antonieta e Fersen são pessoas reais, mas Oscar é uma personagem ficcional. Porém, eu usei Pierre Hulin, um comandante de guardas (sentinelas) que lutou ao lado do povo, e Muhammad Ali, que mesmo tendo seus prêmios como boxeador revogados não mudou seus ideais contrários à guerra do Vietnã, como modelos para a atitude de Oscar em relação à vida. Quanto à aparência física, minha inspiração foi o belo Tadzio (Björn Andrésen) que aparece no filme Morte em Veneza (1971)."
Agora sobre a entrevista dela para a CREA e a morte da Maria Anotonieta que você comentou, acho que o sentido da fala da Ikeda é um pouco diferente. Vou traduzir aqui:
"De fato, ele escreveu em sua biografia como ela conseguiu crescer de forma humana e isso me emocionou, mas acho que talvez ela tenha tido forte consciência de que seu nome ficaria para sempre marcado na História quando teve seu destino lançado neste ponto de virada que é uma revolução. Isto não estava escrito no livro (do Stefan Zweig), mas pensei que Maria deve ter decidido ter uma morte que não deixasse vergonha em seu nome"
A impressão que eu tive foi que a Riyoko Ikeda acha que a Maria Antonieta quis morrer de "cabeça erguida" (no pun intended), uma vez que o destino dela já estava marcado. Não que ela escolheu a forma de morrer.
Essa parte aqui da tradução:
É isso mesmo! Eu não sabia. A sua serralharia, isto é, a atividade de ferreiro para o Teatro Noh, baseia-se em preceitos familiares! "As pessoas que se dedicam a seus hobbies provavelmente me deixarão em paz." Também é atraente.
Ficaria melhor assim:
"Ah, é mesmo!? Não sabia. Então fazer fechaduras, ou seja, sua habilidade como ferreiro era devido a uma tradição familiar! Homens que se dedicam ao próprio hobby também deixam suas esposas moderadamente em paz. Esse lado dele também tem seu charme."
Em japonês está escrito 能 e acho que o Google entendeu Teatro Noh, mas é 能 de habilidade.
E o correto da última frase é:
Eu também quero crescer e me tornar alguém como André, que consegue criar relações (se dar bem com as pessoas) sem se irritar com a falta de confiabilidade (delas). Muito obrigada por hoje.
(O tradutor entendeu que o referente de "confiabilidade" na frase era o André, mas na verdade está subentendido. Essa é uma das partes mais difíceis para quem estuda a língua japonesa: vários elementos ficam subentendidos. Sujeito da oração então...)
Enfim, essas foram as partes que me chamaram a atenção. Se tiver alguma dúvida, é só falar. ^^
Postar um comentário