Segundo a Folha de São Paulo, uma mulher depressiva tentou o suicídio em 2016. Segundo seu advogado, ela foi socorrida em tempo, levada ao hospital, mas, cinco dias depois, ela perdeu o bebê que carregava. A mulher ainda tem depressão. Vejam bem, ela não tentou um aborto, ela tentou tirar a própria vida. No entanto, o Estado que não lhe ofereceu suporte psicológico, a está processando através do Ministério Público por aborto. Segundo o promotor do caso aberto em 2020, e que já ofendeu uma magistrada antes e sabe-se lá mais o que, ela sabia que estava grávida, logo, estava assumindo a possibilidade do aborto. A equipe médica que a atendeu terá que depor no processo.
Já pararam para pensar no quanto essa mulher sofreu e sofre, mas que há quem acredite que é justo puni-la ainda mais, torturá-la ainda mais, porque uma vida em potencial foi perdida. Se fosse uma tentativa de aborto tardio que deu errado, já seria escandaloso, mas sendo uma mulher em sofrimento mental, se trata de uma atrocidade. No entanto, dentro da agenda dos "pró-vida" é necessário punir e criar exemplos, porque eles seriam importantes para aterrorizar outras mulheres. Se uma mulher que tentou o suicídio pode ser acionada, uma que pratique um esporte e perca seu bebê, ou sofra um acidente de trânsito e aborte, ou ainda a que sem nada ter feito tenha perdido a gestação.
A lista pode ser infinita e a prática é conhecida em alguns estados norte-americanos. Já comentei o caso da mulher que tomou um tiro na barriga e foi acusada de matar o feto que carregava, afinal, segundo a investigação, ela provocou e a atiradora agiu em legítima defesa. De qualquer forma, toda mulher é suspeita, todas são assassinas desde que tenham a oportunidade.
Você pode não acreditar, mas há uma guerra aberta contra s mulheres e ela nada tem a ver com proteger vidas em potencial, mas em controlar o corpo das mulheres, suas escolhas e expressões de sexualidade. Colocar as mulheres em seu lugar, seja como esposas domesticadas, ventres à serviço do patriarcado, do jeitinho que está na foto do post, uma mera barriga, a hospedeira, e corpos disponíveis para os prazeres sexuais masculinos (*como dizem os misóginos, "depósito de porra"), é o que importa, mas, se quiser, pode continuar acreditando que é uma luta pela vida dos fetos e, não, pelo controle e o direito de explorar às mulheres de todas as formas possíveis. O Conto da Aia é cada vez mais real. De qualquer forma, espero que essa moça não seja condenada e que o dano psicológico extra não a faça quebrar novamente. E, POR FAVOR, vote direito. E nem estou falando de descriminalização do aborto, estou falando em proteger mulheres, meninas e profissionais da saúde desse tipo de selvageria.
2 pessoas comentaram:
Votar direito, pode contar comigo!
Eu ganhei o dia vendo o grande Mauricio de Sousa compartilhando uma postagem anti Gabriel Monteiro e anti Bolsonaro. Ele nunca se manifestou politicamente, mas eu já sabia que ele era contra por ser moralista e bondoso demais pra isso. A postagem dos seus filhos também mostram o quanto foram bem educados!
Aquela turma defende as safadezas do Gabriel, as pornografias infantis do Monark e acusam os outros de serem imorais. É o lema N°1 deles: Acuse os outros daquilo que você é!
Coleguinha, HOMEM, Pró-vida, não publicarei seu comentário. Aqui, quem escolhe o que vai ao ar sou eu, dona desse espaço. No mais, além das suas parcialidades, como falar em DEVER do MP, algo questionável neste caso, meteu no meio ESTADO COMUNISTA, já sei que seus conhecimentos históricos são muito ruins e que faz parte de alguma seita, se não religiosa, pelo menos, ideológica. Estado comunista não existe, ou existiu, na modernidade. Aliás, por príncípio, se é comunista, não tem estado. Simples assim. Tivemos, sim, experiências de socialismo real. Curiosamente, um dos ícones dele, Stálin, proibiu o aborto, algo que a Revolução liberara, porque queria instrumentalizar os corpos das mulheres. Isso é política de Estados patriarcais, coisa de homem mesmo. Passar bem, bom fim de semana e vá cuidar do seu corpo, da sua vida e estudar, que faz bem.
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