Hoje, o Yahoo publicou um texto comentando a importância da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) quando a série completa seus cinquenta anos de publicação. Quem visita o Shoujo Café sabe que eu não sei japónês, então o que eu colocar aqui é baseado na tradução do Google Translator + o que eu sei previamente e me ajuda a entender o geral da matéria. Vamos lá!
A matéria abre dizendo que a série fez um sucesso sem precedentes e confrontou uma crença do mercado editorial japonês da época, isto é, que crianças e mulheres não se interessavam por mangás históricos. O mesmo parágrafo comenta que a série saiu das páginas da Margaret, na época semanal, para os palcos do Takarazuka, o teatro feminino, com grane sucesso. A matéria segue dizendo que a peça do Takarazuka foi montada em 1974 para comemorar os sessenta anos da companhia.
A seguir, a escritora de não-ficção Aya Sawaki fala da importância da Rosa de Versalhes em sua vida, ela teve contato com a série quando estava o terceiro ano primário: "Na época, mangá ainda era considerado vulgar, e até eu era proibida de ler por meus pais que eram entusiastas da educação. [Mas a Rosa] Estava guardada no quarto. Acho que é a prova de que não é apenas um mangá shoujo, mas é reconhecido por o mundo como uma obra histórica. Se for aprovado pela escola, você pode lê-lo na frente de seus pais." Sawaki diz ainda que foi Oscar que a atraiu para o mangá: "Ela é uma personagem criada por Riyoko Ikeda sensei. Embora seja mulher, foi educada para se tornar um soldado e coloca sua vida em risco para manter suas crenças. Não era convencional na época em que se considerava [o destino de uma mulher] ser dona de casa, e eu admirava muito isso.”
A mangá-ka Kawahara Kazuko destaca que a Rosa de Versalhes foi muito bem sucedida em abordar as questões de gênero. "Ikeda-sensei é excepcionalmente boa em escolher e estruturar o que incorporar nas suas séries depois de pesquisar a história. Por exemplo, a palavra "assédio sexual" ganhou o Prêmio de Ouro no Concurso de Novas Palavras e Palavras-chave (流行語大賞の金賞/Ryuukougotaishou no Kinshou) em 1989. Nesta altura, fazia 16 anos que Ikeda havia desenhado uma cena em que Oscar é assediado no trabalho porque ele é uma mulher.”
Segundo a matéria, a "Pesquisa Básica Escolar" do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia informa que cerca de 10% das mulheres ingressaram na universidade no início da década de 1970, na época da publicação da Rosa de Versalhes, e 18,1% das mulheres de 25 a 29 eram solteiras (Ministério da Administração Interna e Comunicações "Censo Nacional"). Mais de 80% das mulheres se casavam antes dos 29 anos. Naquela época, uma vez casada, a mulher tinha que ficar em casa e cuidar dos afazeres domésticos e cuidar dos filhos, e precisava da permissão do marido para trabalhar. Nessa época, a aparição de Oscar, que, apesar de ser mulher, conquistou confiança e e terminou apoiada seus subordinados masculinos, tornou-se uma esperança para as mulheres. A matéria ressalta, também, que a relação de Oscar e André serviu de exemplo para as mulheres da época.
Em 1986, 13 anos após o término da serialização, foi promulgada a Lei de Igualdade de Oportunidades de Emprego, incentivando a participação das mulheres na sociedade. No entanto, as mulheres não são verdadeiramente livres. Embora as mulheres agora possam trabalhar, o ambiente de trabalho e os problemas de assédio sexual para as mulheres ainda não foram resolvidos (do relatório do Fórum Econômico Mundial). A revolução de gênero das mulheres japonesas retratada através da Revolução Francesa — "A Rosa de Versalhes" é amada por gerações há 50 anos porque continua a representar as vozes das mulheres.
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