E terminou Ms. Marvel! E foi um último capítulo interessante que se manteve fiel ao tom drama familiar, ainda que tenhamos passado da parte drama, e usou o mesmo título do primeiro álbum da heroína Nada Normal (No Normal). Kamala (Iman Vellani) retornou do Paquistão e sua identidade secreta agora é sabida por toda a família. Sim. Não gosto disso, mas a opção da série foi esta. Ao final do episódio, acredito que todo mundo na cidade sabe a identidade da mocinha. Até Zoe (Laurel Marsden), a menina esnobe e popular da escola que, na série, se torna também aliada de Kamala. Quer ler minhas resenhas anteriores? Elas estão aqui: Parte 1 - Parte 2 - Parte 3.
Parando para pensar, isso me remete ao shoujo mangá e o fato da maioria das boas histórias transformar inimigas s/ou rivais em aliadas. Esse tipo de girl power não tem como me desagradar e como a série nem investiu muito na antipatia de Zoe, porque foi mais uma série sobre Kamala e sua família do que um seriado adolescente, fica fácil aceitar que ela é parte da turma. Aliás, pensei em Buffy e sua Scooby Gang, porque todo mundo - Aamir (Saagar Shaikh), irmão de Kamala, Nakia (Yasmeen Fletcher), Bruno (Matt Lintz), Zoe - ajudando Kamala a salvar Kamram (Rish Shah), foi legalzinho. Sim, pessoal, desculpe quem espera que eu desça a lenha na série, porque não foi genial, inovadora, e blá-blá-blá. Para mim, série e filme de herói é farofa mesmo e precisa ser gostosa, Digamos que est último episódio, mesmo com seus buracos, foi legal de assistir.
Temos buracos? Temos. Acredito que o Departamento de Controle de Danos (DODC) tenha sido ml explicado. Quem são eles? Para quem efetivamente trabalham? E por qual motivo desistem de prender Kamala, Kamram e os outros que os ajudaram? Eles vão voltar? E a série termina dizendo que Ms. Marvel voltará em The Marvels, fora que Aramis Knight, que interpreta Kareem, o Adaga Vermelha, disse que estava escalado para a segunda temporada da série. Será que o filme The Marvels sairá antes? Provavelmente. Aliás, na cena pós-créditos há uma aparição da Capitã Marvel (Brie Larson ). Se não tiver problemas, é só ver o vídeo no final do texto.
Enfim, este último episódio gira todo em torno da tentativa de salvar Kamram do DODC, daí, temos uma correria pela cidade com Bruno, Nakia e o Sheik (Laith Nakli) tentando ajudar o garoto, e a batalha que ocorre no colégio, e o esforço para que o jovem não se deixe arrastar pelas maus sentimentos. Afinal, ele não entende muito bem a morte da mãe e não consegue controlar completamente seus novos poderes. Lembrem que Kamala praticou muito para dominá-los. E, sim, Ms. Marvel recebe o apoio de toda a comunidade que a reconhece como sua heroína.
Falando nela, a heroína recebe finalmente o seu uniforme, que foi feito pela mãe (Zenobia Shroff), provavelmente, com a ajuda da avó. Ficou bonito e funcional e seguiu o quadrinho. Pelo menos isso, não é mesmo? A série optou por se afastar bastante do original em vários aspectos. E, bem no finzinho do episódio, Bruno, de partida para a Caltech (*universidade, ele é um jovem gênio*) diz para Kamala que fez um exame de seu DNA e descobriu uma coisa, seus gens são diferentes. E o que temos? Os acordes do tema dos X-Men. YESSSSSS!!!!
Ao que parece, Kamram se salva, pelo menos por agora, e terá que se harmonizar com os Adagas Vermelhas. Kamala escolhe seu nome, Ms. Marvel, quando descobre o significado do seu próprio nome que, segundo seu pai (Mohan Kapur), seria a forma feminina de Kamal. Kamala seria "perfeita, perfeição", mas, também, flor de lótus, algo que seu pai não comenta, mas diz que em urdu (*língua oficial do Paquistão*), seria "maravilha". OK. E no capítulo ela teve uma cena fofa com a mãe (*a do uniforme*) e uma com o pai, esta.
No fim das contas, a serie explorou pouco o aspecto adolescente de Ms. Marvel, mas apontou para algo fundamental no quadrinho que é oferecer uma super-heroína para quem não tinha nenhuma. Lá no final, alguém, acho que é o Sheik, diz algo como "agora, temos uma heroína como nós". Sim, representatividade importa e Ms. Marvel trouxe esse aspecto para o MCU. Em resposta ao início, meninas de pela escura (*brown = marrom*) não podem ser super-heroínas, elas podem, sim, e elas fazem diferença.
É possível gostar mais da Ms. Marvel dos quadrinhos e gostar da série, também. Eu amei a menina Iman Vellani no papel. Queria menos drama familiar e mais discussões culturais e de gênero, afinal, não é a mesma coisa ser o Homem-Aranha e a Ms. Marvel, mas respeito as escolhas dos roteiristas. Espero mesmo que Ms. Marvel tenha vida longa no MCU e que além de The Marvels tenhamos uma segunda temporada. E é isso. Se tivesse que dar nota para o seriado, seria 7 de 10. E com 7, você passa com alguma folga.
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