Hoje, tive que me despedir do meu gatinho mais velho, Goemon já tinha 19 anos, estava muito idoso e, como é comum nos gatos, sua saúde deteriorou-se rapidamente. Em três semanas, ele foi nos deixando. Percebemos que ele não aprecia bem, ele rinha emagrecido rápido, ficou internado, fez vários exames, até uma tomografia. Ele estava com problemas renais e um tumor que estava comprimindo os pulmões, o esôfago e outros órgãos. A veterinária queria fazer biópsia, saber que era maligno, não aceitamos. Já tive uma gatinha com câncer, ela era bem jovem, quatro, cinco anos somente e não resistiu, a quimio teve que ser mudada várias vezes e, ainda assim, parecia muito forte para ela. Fazer uma cirurgia em um gato idoso e, se ele sobrevivesse, submetê-lo a uma quimioterapia era loucura. Seria sofrimento para ele e um gasto enorme. Ele veio para casa, voltava ao veterinário a cada dois dias para fluidoterapia. Ele não conseguia comer direito, só lambia a ração úmida, estava bebendo pouquíssima água. Hoje, nem miar conseguia. Estava morrendo de fome, só pele e osso. Foi doído, muito mesmo, mas o melhor era deixá-lo descansar. Já chorei muito sei que vou chorar ainda mais.
Goemon foi meu primeiro gatinho. Meus pais não gostavam de gatos e eu só pude ter um depois de casada. Ele veio da UnB, quando eu estava no início do doutorado. Alguém o retirou do telhado e deu para a minha orientadora. Ela tinha, tem ainda, muitos animais em sua casa, todos resgatados. Ela perguntou na sala se alguém queria o gatinho. Eu o trouxe para casa de ônibus, dentro da bolsa. Ele era o meu gato, só vinha no meu colo, me procurava pela casa quando eu ia trabalhar, antes da Júlia nascer, deitava-se sobre a minha barriga na cama.
Tinha um miado rouco, gostava de tomar sol na sala da nossa antiga casa e ficar observando o mundo pela janela. Ele mudou de comportamento depois da chegada da Júlia, mas continuou sendo meu gatinho. Agora, ficam as lembranças, os afagos, os miados. Foi-se a primeira geração de gatos que entraram na minha vida. Todos partiram, pelo menos, Goemon ficou o máximo que pode conosco. O nome Goemon veio de Ace Wo Nerae, um dos meus animes favoritos, era o gatinho preto da protagonista. Sim, mesmo em um post como este, é possível falar de shoujo.
4 pessoas comentaram:
Meus sentimentos pelo seu gatinho. 19 anos é muita coisa para um animalzinho, mas parece que nunca é suficiente... gostaríamos que fossem eternos.
Desculpa o lugar comum, mas bichos são anjos que vem dar uma volta com a gente. Abração e meus pêsames pela dor da perda.
Meus pêsames, Valéria.
Meus pêsames. Também tenho os meus e já passei pelo luto mais de uma vez. Como disseram em outro comentário, Goemon teve uma vida longa (isso é maravilhoso), mas nunca parece longa o suficiente.
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