Segunda-feira, depois de alguma insistência, afinal, a pandemia não acabou, levei minha menina de 8 anos e uma priminha da mesma idade para ver Sing 2, a nova animação da Illumination. Quando terminou o filme, segurei a mão da Júlia e agradeci por ter me levado ao cinema, porque a continuação de Sing é muito legal e me diverti bastante, inclusive cantei "I say a little prayer", uma das poucas músicas do filme que eu realmente conhecia, porque sou um ZERO a esquerda nesse assunto. Quem entende de música deve se divertir mais que eu, claro.
Enfim, eu assisti ao primeiro Sing (2016) no cinema, mas estava tão cansada que cochilei em algum momento e acabei não resenhando, mesmo tendo visto várias vezes em casa com a Júlia. Aliás, junto com Trolls, é uma das animações musicais norte-americanas que meu marido também gosta. No primeiro filme, o produtor musical Buster Moon, um coala picareta e cheio de sonhos, tenta salvar seu teatro e acaba fazendo um concurso musical cujo prêmio foi divulgado errado para muito mais. A responsável pela façanha foi sua secretária, uma iguana idosa chamada Dona Kiki, Miss Crawly, no original. Isso, claro, gera uma grande confusão.
No fim das contas, tudo dá certo, o teatro é salvo e o Moon consegue ter uma companhia de teatro formada por Rosita, a estrela da companhia e dona de casa estressada, e Gunter, um alemão doidinho, ambos são porcos; Johnny, um gorila adolescente que não quer seguir a vida de crime do pai; Meena, uma menina elefante super tímida e com uma voz espetacular; e Ash, uma talentosa roqueira porco-espinho que consegue sair de um relacionamento tóxico. Há outras personagens, mas são essas as que voltam no segundo filme, junto com Nana Noodleman, uma ovelha negra idosa e famosa cantora, que apoia os sonhos de Moon. O sobrinho dela, melhor amigo do coala, não voltou no segundo filme.
Em Sing 2, Moon está bem com seu teatro lotado e apresentando um musical inspirado em Alice no País das Maravilhas, mas sonha em ter um musical apresentado em Redshore City, a Meca dos musicais e uma referência à Nova York. Uma olheira famosa chamada Suki (*e que é uma cadela da raça Saluki*) diz que ele nunca conseguiria se dar bem em Redshore, que ele não tem noção do que é um espetáculo de verdade. Estimulado por Nana, Buster Moon parte para Redshore City com sua equipe em busca de uma audição com o empresário do ramo do entretenimento Jimmy Crystal, que é ambicioso e cruel.
Buster Moon acaba chamando a atenção de Crystal com a proposta de musical de Gunter (*que não sabe como ele vai terminar*) e a promessa de que conseguirá colocar um antigo astro do rock e eremita por mais de 15 anos, Clay Calloway, no palco. Obviamente, Moon não conhece Calloway, mas sabe que é a sua vida que está em risco caso fracasse, pois Crystal é um gangster mesmo. Para piorar, a filha do figurão, Porsha, quer ser a estrela do musical no lugar de Rosita, que tem medo de altura. Moon cede e os problemas são se acumulando. Será que ele realmente estava sonhando demais ao desejar se apresentar em Redshore?
Enfim, Sing 2 oferece dois filmes ao preço de um, porque considero o musical em si algo a parte. Na parte filme, temos o drama de Moon, que precisa trazer Calloway, que tem um trauma e deseja esquecer do mundo fora de sua chácara e lidar com a filha mimada do chefe. Meena tem que superar sua timidez e oferecer uma atuação convincente de princesa apaixonada. Já Johnny sofre assédio de um coreógrafo consagrado, que o acha incompetente. Por conta disso, ele termina conhecendo uma lince dançarina de rua que lhe dá uma ajudinha.
Já o musical sonhado por Gunter é realmente divertido e é onde a computação gráfica do filme é usada ao máximo. Uma exploradora espacial (Rosita/Sorcha) e seu robô (Gunter) passam por diversos planetas em busca de um explorador espacial desaparecido (Calloway). Os números musicais são ótimos e tudo é colorido e divertido. Foi uma parte muito empolgante mesmo. E ver Dona Kiki assumindo os ensaios, depois de quase morrer quando tenta falar com Calloway, foi ótimo, também.
Nessa confusão toda, reencontramos o pai de Johnny e seus capangas e Suki mostra que não era antipática, mas somente conhecia seu chefe muito bem e queria proteger Moon. Meena descobre o primeiro amor e temos uma discussão clichê (*Mas quem se importa?*) sobre como alguém pode interpretar uma pessoa apaixonada sem nunca ter se apaixonado antes? E Ash prova que aprendeu a não se deixar pisar pelos machos e larga um show no meio, porque os donos doclube decidem pagar menos para ela por ser uma mulher.
Enfim, Sing 2 foi bem satisfatório mesmo. Me diverti muito mais do que assistindo Encanto, devo confessar, e quero reassistir com o som original, porque quero ouvir as vozes dos artistas. Se você quiser assistir um filme divertido e cantar junto, Sing 2 é uma boa pedida. Não vai mudar sua vida, nem fazer com que você faça reflexões profundas sobre o mundo, mas cinema não é somente par aisso, não é mesmo? Então, nada de grandes dramas, é para desligar metade do cérebro e embarcar no sonho de Buster Moon. E, caro adulto, tenha certeza de que você sairá mais leve e, não, ofendido.
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