segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Começam as comemorações dos cinquenta anos do mangá da Rosa de Versalhes

 

A Rosa de Versalhes, ou Berusaiyu no Bara (ベルサイユのばら), ou ainda BeruBara, de Riyoko Ikeda é um dos mais importantes mangás de todos os tempos.  Seu primeiro capítulo foi lançado na revista Margaret em 21 de maio de 1972 e foi publicado por 82 semanas, era a periodicidade da revista na época.  Ikeda criou o primeiro mangá histórico para meninas, isto é, marcado por um grande rigor em relação aos fatos que precederam a Revolução Francesa (1789) e seus acontecimentos e contando com um grande número de personagens reais, ainda que a protagonista, Oscar François de Jarjayes, seja criação sua.  

O mangá era inspirado na biografia de Stefan Zweig (1881-1942) sobre Maria Antonieta, mas foi Oscar, a moça da alta nobreza educada pelo pai para ser um militar e ocupar o lugar de um filho homem que nunca iria nascer, que atraiu a maior atenção das leitoras e terminou por se tornar a protagonista moral da série, ela fala sobre isso em mais de uma entrevista.  Junto com Oscar, sua sombra, André, foi puxado para o centro da história criada por Ikeda.  A jovem mangá-ka não desejava que Oscar fosse mulher, mas sentia-se insegura, por falta de experiência com o mundo masculino, para colocar um homem como protagonista.  Para a nossa sorte e de Ikeda, Oscar se tornou um ícone cultural que transbordou da Margaret para o Teatro Musical Feminino Takarazuka em 1974 e o salvou de uma crise de anos.  A Rosa de Versalhes se tornou uma instituição cultural.

Enfim, certamente serão muitos produtos e eventos sobre a Rosa de Versalhes este ano.  Um seles foi anunciado no Jornal Sankei, é uma grande exposição em Tokyo entre o dia 17 de setembro e 20 de novembro abordando a Rosa de Versalhes como o grande fenômeno cultural que é, reunindo mangá, Takarazuka e tudo mais.  Outro evento aconteceu no dia 24 de dezembro, véspera de Natal e do aniversário de Oscar, um concerto dando início ao projeto SHUEISHA MANGA-ART HERITAGE e com a presença da violinista Teiko Maehashi.  Se entendi bem (*e se alguém puder me ajudar aqui, agradeço*), trata-se de um projeto da editora Shueisha que visa produzir ilustrações de altíssima qualidade de seus mangás mais importantes e vendê-los em edição limitada, a Rosa de Versalhes foi escolhido como o ponto de partida do projeto.  O evento com Maehashi também gerou um pequeno filme que espero que apareça para download em algum lugar.

Este ano, prometo terminar as resenhas do mangá original da Rosa, as resenhas dos volumes #1 e #2 estão disponíveis, e produzir alguns Shoujocasts sobre a série.  Devo começar ainda este mês, se tudo correr bem.  Estou de férias e fora de Brasília, no momento, então, devo diminuir o fluxo das postagens em algum momento. De resto, acredito que a notícia que todos nós queremos é de um novo anime e que acompanhe o mangá de perto.

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