Finalmente, terminei de assistir Viúva Negra (Black Widow), aliás, três semanas atrás, aliás, e, antes que eu deixe de resenhar, aqui está o meu texto. Odiei o início do filme, depois pareceu um tanto cansativo, cochilei da primeira vez que tentei assistir, mas quase da metade para o fim o filme se tornou divertido. Acredito que o saldo no fim das contas foi positivo, porque as personagens são gostáveis, foi o que fez diferença. Agora, inegável é que este filme deveria ter sido feito depois de Guerra Civil, no máximo, mas a falta de interesse em apostar nas super-heroínas é algo que vem de muito tempo e que só começou a mudar com os sucessos do filme da Mulher Maravilha e da Capitã Marvel. Ainda assim, o movimento é tímido. E, claro, é lamentável que a Viúva Negra tenha tido o destino que teve nos filmes dos Vingadores e ainda tenha tido um filme tardio lançado. Vou usar o resumo do próprio Disney + e, logo em seguida, deixo meus comentários:
No thriller de espionagem repleto de ação "Viúva Negra", da Marvel Studios, Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), também conhecida como Viúva Negra, enfrenta o lado mais sombrio da sua vida, quando surge uma perigosa conspiração ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que tudo fará para a derrotar, Natasha tem de lidar com o seu historial enquanto espia e com as relações desfeitas que deixou pelo caminho, muito antes de se tornar uma Vingadora.
Viúva Negra tem como objetivo compensar a personagem, que estava no primeiro filme dos Vingadores, por não ter tido um filme de apresentação e, também, pelo que lhe fizeram nos últimos filmes da equipe de super-heróis (*1 - 2*). Não seria possível fazer um seriado de Natasha Romanoff, então, vamos fazer um filme colocando-o temporalmente depois de Guerra Civil. Natasha está escondida, mas seu passado vem atrás dela e a heroína precisa enfrentar velhos fantasmas. E ela vai passar por Budapeste, claro. A cidade que sempre é citada como o local onde ela e o Arqueiro se conheceram.
Eu sei que o background da personagem original a liga à Guerra Fria (1945-1991), no entanto, mesmo na primeira parte do filme, não havia mais URSS, nem KGB. A família de agentes infiltrados nos Estados Unidos, a fuga cheia de lance absurdos, a passagem por Cuba e a crueldade dispensada à criança Natasha (Ever Anderson) e sua irmã caçula, Yelena (Violet McGraw), foi tudo muito exagerado. Eu sou velha e me lembrei daqueles filmes produzidos na década de 1980, na Era Reagan, com seus comunistas malvados, cubanos e russos, tanto faz. Só que, no momento em que o filme se passava, já não eram comunistas que estavam no poder na Rússia, porque a URSS já era. Eu detestei esta parte e, exatamente por isso, cochilei da primeira vez que tentei assistir.
O filme para mim só ganha força a partir do momento que ultrapassamos este primeiro ato mostrando a infância da heroína com Natasha adulta reencontrando Yelena e é preciso registrar o quando Florence Pugh brilha, independentemente do papel que lhe dão. Enfim, ao mostrar o treinamento das viúvas com meninas de várias etnias, eu fiquei encucada, porém, quando o grande vilão, Dreykov (Ray Winstone), descreve lá pelas tantas do filme, que ele treinava meninas que ninguém queria, que ninguém daria falta fica clara a analogia com o tráfico humano e como milhares de crianças desaparecem todos os anos e não são encontradas, ou sequer procuradas.
No caso de Natasha, lá pelas tantas é dito que ela foi tirada da mãe, porque a agência do vilão detectou algo de especial nela. Essa ideia é importante para justificar que ela seja vista como uma super-heroína, eu presumo, que ela teria algo de especial que possibilitaria a ela ser um dos Vingadores. Aliás, e meu marido fala isso desde o primeiro filme, é muito estranho ter a Viúva e o Arqueiro, humanos normais, entre os Vingadores. Eu concordo com ele e o filme da Viúva Negra não me fez mudar de ideia, não.
Se com a chegada de Yelena o filme melhora, a partir do momento em que temos a família inteira a coisa efetivamente se torna muito interessante. Se lá no início do filme a relação familiar dos agentes infiltrados não parece muito real, especialmente, depois que eles chegam em Cuba e são separados, o filme se esmera em mostrar que a coisa não era bem assim, que eles mal ou bem eram uma família de verdade, na realidade, a única família que Natasha e Yelena tiveram. E seus pais agentes, Alexei (David Harbour) e Melina (Rachel Weisz), secretos sentiam remorso por tudo o que aconteceu.
Com o reencontro da "família" temos excelentes desempenhos de Rachel Weisz e David Harbour, que vivia em um delírio no qual era um super-herói da antiga URSS, o Red Guardian. Na verdade, esse Alexei da segund aparte do filme não me lembrava em nada o do início, mas, enfim, eu não me importo, porque ficou muito legal mesmo. Rachel Weisz aparece como agente, depois sabemos que ela é cientista e, mais adiante, é revelado que ela foi uma das primeiras viúvas negras. Florence Pugh sempre entrega uma interpretação consistente, seja lá o papel que deem para ela. Ainda espero vê-la recebendo um Oscar. E Scarlett Johansson voltando ao papel de Viúva Negra só me faz ter mais raiva de terem matado a personagem no final da saga dos Vingadores no cinema.
O vilão estava um tiquinho acima da média dos filmes da Marvel e quem lê minhas resenhas sabe que eu sempre bato que a média do estúdio é ruim. Dreykov tinha a sua própria agenda de dominação e usava mulheres para atingir seus objetivos. Fica claro que ele as despreza e considera peças a serem controladas. Não sei se é uma das melhores representações do patriarcado, mas é isso que ele representa. Melhor foi ver o triunfo da sororidade a partir do momento que as viúvas são libertadas do domínio de Dreykov.
Falou-se muito que o defeito do filme era exigir muita suspensão de descrença, mas já vi filmes bem piores. Poderiam exagerar menos? Poderiam, mas deixa quieto, como pontuei, o que me incomodou mais foi a introdução mesmo, a insistência na ideia de que os comunistas ou os russos e os cubanos eram malvados que maltratam menininhas. Daria uns7,5 para a película e, sim, é lamentável que o filme solo da Viúva Negra tenha vindo tão tarde. E finalmente sabemos o que a Viúva Negra e o Arqueiro fizeram em Budapeste. Ao que parece, o seriado do Arqueiro, que eu não estou assistindo, traz mais informações sobre esse primeiro encontro entre os dois. É isso. Resenha curta, mas acho que coloquei os pontos que mais me chamaram a atenção.
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