Acordar de manhã cedo para chorar... Parabéns, Rebeca! Parabéns para a equipe de profissionais que a preparou e não desistiu dela. Medalha de ouro no salto sobre a mesa. Vamos ver o solo, porque se ela conseguir, será ainda mais espetacular. Ouvir o hino nacional tocando e ter a certeza de que não é para sentir vergonha, ou raiva. 🥇Pensem em quantas meninas negras estão sonhando agora por causa da Rebeca? Isso é muito, muito, importante. Rebeca ousou sonhar, porque viu Daiane, que não viu nenhuma atleta na qual se identificar. Ela foi descoberta já com mais de dez anos em um parque. Pensem nisso, em como o esporte no Brasil é precário.
Luísa Parente foi lembrada pela Daniele Hypolito no SportTV 2, o narrador ainda falou da primeira brasileira a competir em uma Olimpíada, Cláudia Magalhães, em 1980. Eu até me lembro de Moscou, eu tinha quatro anos, mas só do encerramento, do ursinho Misha chorando. Mas eu me recordo somente a partir da Luísa Parente, dela sozinha caminhando para o centro de treinamento, uma menina solitária na Olimpíada, sem nenhuma atenção. A brasileira solitária que precisava ficar feliz só de estar lá na festa das soviéticas, romenas e norte-americanas. Eu fui a criança e adolescente que ouviu que ginástica artística não era coisa para as brasileiras, era coisa para as meninas louras e magras, meninas bonitas. Até gente dizendo que nem deveriam colocar dinheiro no esporte, porque era jogar fora e ainda para passar vergonha. Eu fiquei muito furiosa quando dissolveram o centro de treinamento em Curitiba, ainda assim, com toda a sabotagem, houve frutos. Vamos continuar torcendo por Rebeca no solo, por Flavinha na barra e pelos meninos, porque há rapazes na final pelo Brasil, também.
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