Miyako Maki completará 86 anos daqui um mês. Ela, que estreou em 1957, foi uma das mangá-kas fundamentais para o desenvolvimento da estética dos shoujo mangá bebendo nas ilustrações das antigas revistas femininas. Miyako Maki também é a mãe dos mangás de balé, um dos gêneros fundadores da demografia. Maki também criou o visual da boneca Licca, a "Barbie" japonesa, e nunca recebeu um tostão por isso.
Foi Miyako Maki uma das primeiras mangá-kas a fazer josei, inclusive eróticos, antes mesmo das revistas josei existirem. Ela era colaboradora da primeira revista feminina para mulheres solteiras no mercado de trabalho, a Josei Jishin, criada em 1958. Ela é esposa de Leiji Matsumoto desde 1961 e ambos já colaboraram um com o trabalho do outro. Bom marcar que Miyako Maki é da geração anterior das autoras que revolucionaram o shoujo mangá, ela é da geração das pioneiras, aquelas que, vergonhosamente, são esquecidas em muitos textos e vídeos falando da história da demografia e que falam mais dos homens do mangá, sempre marcando que as mulheres profissionais não existiam.
Olhando a Wikipedia em japonês, acabei chegando em uma entrevista de Maki de 2018 para a Josei Jishin. Lá ela fala do início de sua carreira e da sua participação desde os primeiros números da revista. Ela tinha acabado de terminar seu mangá Akujo Seisho (悪女聖書), publicada na Josei Jishin. Maki comenta algo interessante na entrevista, a dificuldade de pensar seus mangás para um formato digital. Ela comenta que aprendeu a imaginar a emoção, ou o efeito, que uma virada de página poderia causar nas leitoras. Ela se pergunta como os mangás digitais conseguirão manter esse tipo de expectativa.
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