Não vou me estender muito, porque no final tem o novo Shoujocast e dedico os dez primeiros minutos a comentar My Broken Mariko (マイ ブロークン マリコ) e as escolhas da JBC e do mercado brasileiro atual. Enfim, com o anúncio do relançamento de Buda (ブッダ), teremos mais Tezuka neste momento significa uma opção pelos consumidores mais velhos, fãs de Tezuka, os que ainda tem emprego no Brasil, ou que tem bens, e os estudiosos de mangá. Esse nicho deve estar bem lucrativo mesmo, porque as várias editoras parecem estar disputando Tezuka neste momento. Como ele publicou muita coisa, pode ser um negócio para décadas. E deixo a recomendação de um vídeo de ontem do canal Orientação Marxista que trata da estratégia de aumentar preços, elitizar serviços e, ainda assim, conseguir lucrar. O vídeo analisa o caso do metrô nas várias capitais do Brasil, mas a lógica é a mesma. Se é a estratégia e se está dando certo, as editoras vão enveredar por este caminho, porque ele é super comum no Capitalismo.
Voltando para Buda, espero que repitam, agora como caso pensado, o que foi feito quando a Conrad lançou Buda. Era comum nas grandes livrarias, vi isso na Saraiva Megastore da Rua do Ouvidor no Rio de Janeiro, que ao invés de colocar o mangá na seção de quadrinhos, o colocavam com os livros religiosos. Com isso, se atingiu um público não previsto, que não lê mangá, ou qualquer quadrinho, mas que viu, comprou, gostou e colecionou. A diferença é que, de lá para cá, cresceu a intolerância religiosa, o que pode fazer com que muita gente tenha medo de levar um mangá sobre um ícone de outra religião para casa. Aliás, na época do Adolf (アドルフに告ぐ) da Conrad, vi o mangá na seção de História, no meio dos Hobsbawm em uma tradicional livraria de Brasília. Melhor estratégia.
A edição da JBC terá 8 volumes e seguirá o formato de Chi's Sweet Home (チーズスイートホーム), com 300 páginas e que custa no Amazon 45 reais. Buda foi lançado no Japão entre 1972 e 1983, passando por três revistas shounen diferentes da editora Ushio Suppansha e contou com 14 volumes. Seus direitos depois passaram para a Kodansha, que republicou o mangá em vários formatos diferentes. No Brasil, Buda foi publicado pela primeira vez entre 2005 e 2006 pela editora Conrad. Devo ter alguns volumes de Buda em casa, mas não sei onde estão. Abaixo, o vídeo do último Shoujocast:
1 pessoas comentaram:
Adorei o vídeo!
Também me perguntei porque diabos My Broken Mariko não foi anunciado na live anterior e você sabiamente matou a charada! Olha, repito, preguiça eterna dessa linha editorial. Tentando desvincular uma obra de uma demografia a qual ela pertence e assim estampando e reforçando na cara dura o preconceito para com o que se publica para o público feminino, inferiorizando-o... Sério, não aguento mais isso! Até quando?
Sobre a parte dos mangás derivados das obras de Jane Austen, adorei seus comentários, os detalhes e as pontes com os filmes e séries. Eu conhecia mais de perto apenas o de Orgulho e Preconceito. Os traços em geral são bonitos e poderiam vir já para o Brasil, pois como você bem sublinhou a autora tem muitos fãs aqui.
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