Semana atrasada, porque estou atrasada de tudo nessa vida, alguém postou no Facebook que o primeiro capítulo do mangá Ajimi Dakeja Sumanai yo?~ Ama toro Hachimitsu Sekkusu (味見だけじゃ済まないよ?~甘とろ蜂蜜セックス), também conhecido como Honey Sweet Sex, estava disponível em português. Dei uma procurada e encontrei o mangá inteiro em inglês. É curtinho, só tem 12 capítulos e a história é boa. Sim, esses mangás TL conseguem tirar leite de pedra, às vezes, e surpreendem bastante a gente.
Enfim, a história é a seguinte, Hiwako Inuma é uma jovem repórter de uma revista sobre tendências na área de culinária, ou algo do gênero. Ela tem um chefe que a menospreza e foi escalada para fazer uma reportagem sobre mel. Ao que parece, o alimento estava na moda e todas as revistas do gênero estavam fazendo matérias sobre ele. Inuma é azarada e todos os estabelecimentos, ou produtores, que ela tenta entrevistar, ou já foram por outra revista, ou se recusam. Ela está desesperada, quando, de repente, aparece um pequeno enxame no meio da rua. Um rapaz muito bonito e galante, tal e qual um príncipe, aparece e a salva, seu nome é Haine Koganei. Detalhe, ele era o dono das abelhas.
Ao voltar ao trabalho e comentar seu encontro, é informada que Koganei é um dos maiores especialistas do Japão em abelhas e mel e que ele mesmo produz algumas variedades muito procuradas do alimento. Só que Koganei não dá entrevistas, não fala com a imprensa. Inuma é convencida pelos colegas de trabalho a procurá-lo dizendo que foi picada por uma de suas abelhas, já que ele tinha dito que lhe avisasse se isso houvesse acontecido. Koganei termina por descobrir a mentira, mas está interessado em Inuma e termina aceitando que ela visite sua fazenda e faça uma matéria sobre seu mel. Isso, obviamente, dá início ao relacionamento dos dois e discussões interessantes sobre discriminação às mulheres no trabalho e até sobre botulismo infantil.
Apesar do nome Honey Sweet Sex, o mangá tem muito menos sexo que a média do material TL que me caiu nas mãos. Os protagonistas dão o primeiro beijo somente no terceiro capítulo e sexo mesmo, só bem mais para frente. Ou seja, apesar do clima entre os protagonistas, dos amassos entre os dois, a história se sustenta sozinha. Vemos tanto o trabalho de Inuma na revista, as etapas da produção de uma edição e de como um editor pode intervir no trabalho dos repórteres seus subordinados. Inuma tem suas matérias alteradas e o chefe adora colocar enfeites, porque ela não escreveria de forma feminina, leia-se, ela se preocupa em informar os leitores.
No caso do apicultor, é discutido todo o processo de produção de mel, os cuidados que devem ser tomados, a existência de ursos no campo japonês, os múltiplos usos do mel, inclusive na fabricação de afrodisíacos, porque, bem, o mangá é erótico, afinal. E Koganei, apesar da sua reserva, é muito amado pelos vizinhos e a protagonista percebe o quanto a interação entre as pessoas no interior é diferente da realidade na cidade. As pessoas são muito mais calorosas. E Koganei sempre pontuando que Inuma poderia perguntar o que quisesse para ele por e-mail, ela não precisa fazer uma viagem para o interior.
Ao longo da história, Inuma aprende a ser mais confiante e o sucesso de suas matérias faz com que a situação dela e de outras mulheres na redação da revista mude bastante. Não vou dar mais detalhes da trama, porque vale a pena a leitura. Está completo em inglês e o pessoal está traduzindo para o português. E, sim, antes de terminar, onde entra o botulismo infantil? Eu tenho uma criança de sete anos e já tinha lido sobre isso, crianças até mais ou menos um ano de idade não devem consumir mel, porque são muito vulneráveis à bactéria Clostridium botulinum, produtora da toxina botulínica que afeta o sistema neurológico das crianças. O ideal é esperar oferecer o mel mais tarde.
Quando em uma feira de mel, Inuma comenta sobre o tema na barraca da revista, Koganei fica encantado, porque ela realmente se preocupa em informar, que ela explica aos leitores da revista coisas que realmente fazem diferença. E ele comenta com ela sobre a febre anterior de interesse pelo mel e como as matérias sensacionalistas, ou de mera propaganda, deixaram de passar informações importante e, quando crianças adoeceram, os produtores de mel foram culpabilzados e alguns foram à falência. Por isso, ele resistira em dar entrevista e não queria falar com a imprensa.
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