domingo, 18 de abril de 2021

Animação sobre heroína da independência é premiado e está disponível na internet

 

Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853) é uma das heroínas da Independência do Brasil, aquela que alguns ainda repetem que foi dada de graça e sem luta popular.  Brinco que ela é a nossa donzela guerreira, isto é, a moça que se disfarça de homem para ir pra guerra, normalmente, para honrar o pai.  Neste caso, o pai da heroína não queria aderia à luta de independência, que na Bahia foi particularmente intensa, ela, então, se dirigiu à casa da irmã para lamentar que não fosse homem, esta lhe disse que se não fosse casada, se alistaria disfarçada.  Quitéria entendeu a mensagem como uma aprovação, cortou os cabelos, vestiu roupas do cunhado e se alistou como José Medeiros.  

Permaneceu no exército entre setembro ou outubro de 1822 e julho de 1823.  Recebeu reconhecimento de seus comandantes, tinha patente e tudo mais, e honrarias por parte de D. Pedro I.  Retornou para Feira de Santana e, como nos mitos de donzela guerreira, voltou a ocupar os papéis femininos tradicionais, desaparecendo, salvo por algumas menções em querelas judiciais por herança.  Diferentemente de outras donzelas guerreiras da ficção e da vida real, ela não precisou morrer, mas esse esquecimento e enquadramento funcionam, também, como morte simbólica.  Ao morrer, poucos lembravam dela.  Seu papel na independência do país, assim como o de outras mulheres, só será revisado muitos anos depois de sua morte e, ainda hoje, há os que não queiram vê-las envolvidas no processo, ou as coloquem somente como célebres exceções. 

Além de outras honrarias, especialmente em seu estado de origem, Maria Quitéria é patrona do Quadro Complementar de Oficiais (QCO) do Exército Brasileiro desde 1966.  A escola de formação do QCO fica em Salvador.    Em 26 de julho de 2018 foi declarada Heroína da Pátria Brasileira pela Lei Federal nº 13.697,tendo seu nome inscrito no "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria", que se encontra no "Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves", em Brasília.  Quando teremos filme ou minissérie sobre ela, ou sobre as heroínas baianas da Independência?  Não sei.

Muito bem, em 2018, comentei sobre uma animação brasileira recontando a história de Maria Quitéria.  Ela está pronta e foi premiada no Festival Internacional de Animação da Bahia.  A Globo fez uma matéria no jornal local sobre a animação, entrevistou os dois responsáveis pelo processo que explicaram que tudo começou com um quadrinho e o desejo de ambos de fazerem mangá.  Sim, eles fazem parte da geração que, provavelmente, cresceu assistindo Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon e lendo os primeiros mangás publicados no Brasil.  Espero que possam produzir mais animações com mais recursos e apoio para desenvolverem suas ideias.  Para quem quiser assistir Maria Quitéria, o filme e está aí embaixo:



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