Uma das marcas do patriarcado é a ideia de que as mulheres são propriedade masculina. Ainda que a legislação nos reconheça como sujeitos de direito, que muitas práticas tenham mudado ou sido amenizadas, não rediscutimos a raiz de tudo que é o próprio sistema e o modelo de masculinidade tóxica legitimado por ela. Pois bem, o caso de hoje é o de uma mulher tornada paraplégica pelo homem que dizia amá-la e não aceitou uma separação. Segundo noticiaram vários veículos de comunicação, o ex-marido da balconista Ingrid Mendonça Ribeiro, de 34 anos, pagou 18 mil reais para que um sujeito a matasse forjando um assalto à farmácia onde a mulher trabalhava. Ela foi baleada e o disparo atingiu o ombro da balconista, atravessou a coluna e a bala ficou alojada em seu quadril, fazendo com que Ingrid perdesse os movimentos da cintura para baixo.
Ao acordar Ingrid relatou à polícia que o carro do assaltante a havia seguido outro dia. Como os criminosos tinham sido interceptados pela polícia, sendo que o que atirou contra Ingrid morrera no confronto, eles obtiveram a confissão do comparsa. O ex-marido de Ingrid havia pago 5 mil de entrada e prometera mais 13 mil depois do serviço feito, ele e o intermediador do "negócio" foram presos. O crime ocorreu no dia do aniversário de 11 anos do filho de Ingrid. Imagine o trauma. Segundo a matéria do UOL, "Uma semana depois do crime ela teve alta para poder se recuperar em casa. Quando ficou sabendo que estava paraplégica, ela parou de se alimentar e de falar, aí começamos a luta para ajudá-la. Hoje ela faz acompanhamento com uma equipe multidisciplinar para ir reaprendendo os movimentos e já começou a sentar sozinha. Mas é muito difícil, uma mãe que tinha sua casa, sua moto, trabalhava, tinha toda a sua independência se ver em uma cama". É isso. Até quando?
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