Laudelina de Campos Melo, nascida em 12 e outubro de 1904, foi a pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas. Sim, colocarei no feminino, porque são mulheres em sua maioria e são negras, também, como Laudelina era. Nascida em Poços de Caldas, Minas Gerais, ela começou a trabalhar cedo, aos sete anos de idade. Ficou órfã de pai aos 12 anos e deixou cedo a escola. Quando tinha 16 anos, já participava das atividades ca comunidade negra de sua cidade, no Clube 13 de maio. Mudou-se para a cidade de São Paulo aos 18 anos e casou-se aos 20 anos, com Geremias Henrique Campos Mello. Em 1924 mudou-se para a cidade de Santos.
Em Santos, Laudelina se envolveu mais uma vez com o movimento negro. Sem 1936, filiou-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro) e no mesmo ano fundou a Associação de Trabalhadores Domésticos, a primeira do gênero no país. Participou, também, da fundação da Frente Negra Brasileira. Com o Golpe do Estado Novo, em 1937, a associação foi fechada. Laudelina continuou sua luta, que se acelerou com a separação do marido em 1938. Continuou na militância durante as décadas seguintes, mas retirou-se em 1968 por motivos de saúde, ou por causa da Ditadura. É bem no ano do AI-5. Retornou em 1982, a pedido de suas amigas e companheiras a atuar diretamente na luta das trabalhadoras domésticas.
Ao longo de toda a sua vida permaneceu envolvida com o movimento das empregadas domésticas, o movimento negro e a luta pelos direitos das mulheres. Ela faleceu em 1991. Quando começou sua luta, o trabalho doméstico estava ainda muito associado à escravidão e a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) de 1943 não contemplou as domésticas, elas tiveram que esperar até a PEC das Domésticas em 2013. Até hoje, segundo a matéria da BBC sobre Laudelina, 7 em cada 10 trabalhadores domésticos não têm carteira assinada. Durante a pandemia, mais de 1 milhão de postos de trabalho nesse setor foram destruídos no Brasil.
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário