Estou mantendo o "ficção científica" do título da matéria do UOL, mas discordo. Por tudo o que sei, trata-se de literatura fantástica e só vira "científica", se a gente considera este livro, que critica o patriarcado, como "ficção científica social", mesmo assim, eu, Valéria, prefiro enquadrar A Rainha do Ignoto como um romance de fantasia feminista e que lembra muito, como uma amiga da época do doutorado pontuou, As Brumas de Avalon, que só foi lançado 80 anos depois.
Primeira edição e a segunda, de 1980, feita pela Secretaria de Cultura e Desporto e pela Imprensa Oficial do Ceará. Poderia, ou não poderia, ser a capa de As Brumas de Avalon? |
conhecia A Rainha do Ignoto, da cearense Emília Freitas, desde o relançamento do romance pela extinta Editora Mulheres. Esta editora feminista tinha como um dos objetivos resgatar a memória das escritoras brasileiras esquecidas. Foi aí que o livro de Emília Freitas lançado em 1899 voltou a ser comentado.
Capa da edição da Mulheres. |
Vou usar inclusive o resumo do livro do press release da Editora Mulheres: "Discorrendo sobre temas relacionados à "alma feminina" e à situação das mulheres na sociedade patriarcal, o romance revela uma sociedade secreta de mulheres, hierarquicamente organizada em um ilha, denominada Ilha do Nevoeiro e governada por uma rainha que recrutava mulheres a partir do sofrimento vivenciado por elas no cotidiano. Compondo uma narrativa curiosa, A rainha do ignoto lembra lendas antigas e recria, em um clima de mistério, a beleza dos contos europeus. O grande interesse do livro está na criação de uma utópica e perfeita comunidade de mulheres composta pelas paladinas, seres femininos que só fazem o bem e querem ajudar os perseguidos."
Acredito que a edição da Minna é a mais bonita de todas. Estou julgando pelas fotos, claro. |
A capa da Editora Wish. |
1 pessoas comentaram:
Só vou dizer uma coisa: preciso ir atrás!
E nossa, sim, quantas edições mais recentes!! Quando se trata de mulheres escritoras, podemos ter certeza que existem trocentas delas esquecidas por aí e é mister que cavuquemos (adoro essa palavra, cavucar) para trazê-las à luz.
Atualmente estou lendo Maria Firmina dos Reis e seu ÚRSULA E OUTRAS HISTÓRIAS. Há muito essa autora maranhense e negra foi apagada e agora estão dando o devido valor às suas obras que são testemunho da condição do negro e da mulher na metade do século XIX.
Segue: https://livraria.camara.leg.br/ursula-e-outras-obras-2
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