terça-feira, 14 de julho de 2020

The Old Guard e a Imortalidade: Castigo? Piada de Mau Gosto? Tortura?


Comecei a assistir The Old Guard, o novo filme da Charlize Theron na Netflix, porque o filme é dela, não se enganem, e ela está maravilhosa.  Esse texto não é uma resenha, ainda não é, melhor dizendo.  Enfim, a tal "old guard", para quem não sabe, é um grupo de imortais, gente que nasceu com essa característica e nenhuma outra especial, tudo o mais, eles precisam desenvolver.  É dito, também, que essa imortalidade pode acabar em algum momento, porque todos devem morrer.  Até o momento do filme onde estou, tenho essas informações e não fui atrás de outras.

E há o quadrinho.
The Old Guard é baseado em quadrinho, não me senti estimulada a lê-lo ainda, quem sabe, quando terminar o filme, então, estou falando da produção da Netflix mesmo.  O roteirista da HQ, Greg Rucka, assina o do filme, também.  O meu objetivo, aliás, é falar da tal imortalidade.

Não sei bem se ser imortal é uma vantagem em The Old Guard.  Outros imortais, por exemplo, vampiros, mesmo nas versões mais fuleiras, tipo primeira temporada de Buffy, tem algo além da imortalidade.  Velocidade, super força, telecinese, whatever.  Eles até conseguem sonhar as mesmas coisas, mas não há nenhuma ligação para além disso, como comunicação telepática.  Os sujeitos de The Old Guard não tem nada além de seus corpos treinados para o combate, nem usaram o tempo de sobra que tiveram para se aprimorar, por exemplo, em produção de tecnologia, porque são todos guerreiros, não tem um nerd entre eles.

A equipe.  Nile (KiKi Layne) é a nova imortal do grupo. 
Responder o motivo da existência de imortais
não é preocupação da história e isso é interessante.
Imagine que o sujeito mais jovem do grupo até encontrarem Nile, Booker/Sebastian Le Livre (Matthias Schoenaerts), era contemporâneo de Jane Austen (1775-1817) e foi encontrado por Andy/Andromache of Scythia (Charlize Theron) em 1812.  Ainda assim, nenhum deles parece ter interesse por tecnologia.  Eu sei, é filme de ação, mas, mesmo em equipes de filmes em que o mais importante é correria e pancadaria, sempre há pelo menos um que seja um gênio tecnológico, ou algo assim.  Não sei se essa ausência conta como bônus para The Old Guard, tipo uma fuga do clichê.

Resultado, e isso parece ser um dos atrativos do filme, os "imortais" morrem e ressuscitam sempre de forma dolorosa, afinal, eles estão envolvidos em toda a sorte de violência.  Fraturas expostas, feridas sangrentas, uma visão dos órgãos internos de alguém... Fica parecendo que ser imortal é efetivamente uma tortura e das grandes.  E me deu muita angústia quando uma das personagens, que é interpretada pela atriz Van Veronica Ngo, é condenada a morrer repetidamente sem que seus companheiros consigam salvá-la.

O destino de Quynh, me deixou bem angustiada,
mas o que me deixou encucada é como ela e
Andy foram pegas e por qual motivo
o resto da equipe não as resgatou antes da desgraça.
Enfim, o filme está interessante, não estou reclamando dele.  Estou refletindo sobre essa imortalidade tão frágil, pouco glamorosa e doída mesmo que aparece na história.  De resto, Charlize Theron, que se tornou estrela de filmes de ação, está maravilhosa e o poema, ou discurso, não sei bem, recitado pela personagem Yusuf Al-Kaysani (Marwan Kenzari) para o amado, Nicoló di Genova (Luca Marinelli), foi uma das coisas mais bonitas que eu ouvi nos últimos tempos.  E, para quem quiser ver a cena da Quynh, ela está aí embaixo.

1 pessoas comentaram:

A pessoa deixa um comentário usando repetitivamente "a japa". Eu não publico. Primeiro, me parece grosseiro, depreciativo. Segundo, a atriz é vietnamita. Sabe aquela coisa de todos os orientais são iguais? As pessoas deveriam refletir sobre isso.

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