quinta-feira, 30 de julho de 2020

RIP: Morre Diana Russell, a socióloga e criminóloga que cunhou o conceito de feminicídio


Hoje, o Jornal italiano La Repubblica publicou uma matéria sobre o falecimento de Diana E. H. Russell, um obituário elogioso sobre uma pensadora feminista muito importante.  Que eu saiba, não há livros dela em nossa língua.  Como achei que valia a pena, decidi traduzir para o blog.

Diana Russell, a socióloga e criminóloga que cunhou o conceito de feminicídio, morreu: ativista, estudiosa e escritora feminista de renome mundial, dedicou sua vida às batalhas pela defesa das mulheres.

Diana E. H. Russell, ativista feminista, estudiosa e escritora de renome mundial, morreu em 28 de julho em Oakland, Califórnia. Ele tinha 81 anos. Para ela, socióloga e criminologista, devemos a invenção e difusão do termo feminicídio, que se tornou comum nos últimos anos para identificar claramente os crimes contra as mulheres - uma batalha à qual Russell dedicou sua vida -, mas cunhada por ela. já em meados dos anos setenta.


Nascida em 6 de novembro de 1938 na Cidade do Cabo, África do Sul, Russell cresceu em uma família de seis filhos, com pai sul-africano e mãe britânica. Após se formar na Universidade da Cidade do Cabo e se especializar em sociologia na London School of Economics, em Londres, em 1961, tornou-se pesquisadora na Universidade de Harvard, onde estudou pela primeira vez a noção de revolução, em particular inspirada por sua participação na luta contra o apartheid na África do Sul, e depois se dedicou a investigações sociológicas sobre crimes sexuais contra mulheres. Desde 1970, ela ensinou sociologia das mulheres no Mills College, em Oakland. Russell fundou a Women United Against Incest em 1993, uma associação que apoia vítimas de incesto. Ele também criou o primeiro programa de televisão na África do Sul, onde mulheres abusadas falavam sobre suas experiências e travaram batalhas contra a pornografia.

Foi em 1976 que Russell definiu pela primeira vez "assassinato de mulheres por homens pelo fato de serem mulheres" como "feminicídio", destacando o valor político da palavra que queria chamar a atenção para a misoginia como impulsionador de crimes contra as mulheres. O termo foi afirmado na campanha pela construção de um tribunal internacional sobre crimes contra as mulheres, que culminou em uma reunião em Bruxelas denunciando todas as formas de discriminação e opressão sofridas pelas mulheres no mundo. Sua antologia "Feminicídio: a Política de Matar Mulheres" é de 1992.


No Facebook e no Twitter, existem muitos grupos feministas e mulheres individuais que relembram o compromisso da autora. Valeria Valente, senadora do Partido Democrata e presidente da comissão parlamentar de inquérito sobre feminicídio também se lembra dela no Facebook: "Diana EH Russell, a socióloga feminista que cunhou a palavra "feminicídio", nos deixou na terça-feira aos 81 anos, depois de dedicar toda a sua vida ao estudo de crimes contra as mulheres, ela foi a primeira mulher a identificar um termo preciso para um fenômeno que estava (e está) tão profundamente enraizado em nossa sociedade, que é quase irreconhecível. Foi o ponto de partida para se começar a lutar. E nós, mesmo com a Comissão de Inquérito do Senado sobre o fenômeno do feminicídio e da violência de gênero, continuaremos nossa batalha. Obrigada Diana E H Russell. Terra seja luz para você."

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