Recentemente, duas estátuas foram erigidas no jardim botânico em Pyeongchang, na Coréia do Sul, uma menina representando as mulheres e meninas coreanas sexualmente escravizadas pelos japoneses durante a ocupação do país e a Segunda Guerra, e outra de um homem curvando-se em sinal de desculpas. O porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, se pronunciou indignado e argumentando que se as tais estátuas forem verdadeiras, elas irão impactar as relações entre os dois países. Segundo o Japan Times, um ponto importante da questão é que o "homem genérico" seria muito parecido com o primeiro-ministro Shinzo Abe.
O governo japonês urge que a Coreia do Sul cumpra um acordo firmado em 2015 e que criou uma organização que desse suporte às mulheres sobreviventes. O governo coreano atual dissolveu a organização que era criticada por ter sido criada sem ouvir as principais interessadas, as mulheres. Kim Chang-ryeol, chefe do jardim botânico, defendeu a obra argumentando que se trata de um homem genérico, pode ser tanto o agressor, quanto o pai da menina que não pode protegê-la do pior. Ele também argumentou que cabe ao Japão se desculpar até que a Coreia aceite, afinal, isso seria uma demonstração de arrependimento. Eu digo que arrependimento é algo que a gerontocracia japonesa não parece demonstrar mesmo.
As opiniões na Coreia do Sul estão divididas. Alguns defendem a obra e outros argumentam que o homem parece com Shinzo Abe (*eu concordo*) e que é uma descortesia com o país vizinho. Enfim, eu já escrevi várias vezes sobre as mulheres do conforto, da última vez quando foi anunciado que a editora Pipoca & Nanquim lançaria Grama, uma graphic novel autobiográfica narrando a experiência de uma dessas mulheres. Visite o post, por favor! Outra coisa importante, não foram somente coreanas as escravizadas, mas filipinas, chinesas, indonésias, malaias e até algumas ocidentais em menor número.
2 pessoas comentaram:
Eu acho que não existe um "homem genérico" segundo o que o responsável pelo parque declarou, nada disso é feito com ingenuidade ou "sem querer", ainda mais num episódio tão espinhoso como esse na história de ambos os países.
Acredito que enquanto não houver seriedade e postura do Japão sobre, esses embates não vão acabar. Eu gostaria muito de saber o parecer hoje dos demais países envolvidos, China, Filipinas, Malásia etc a respeito. Essa mulheres estão vivas? O que se sabe delas? O governo local as apoia?
Valéria, há um tempo assisti essa pequena entrevista com uma senhora sul-coreana que foi uma das inúmeras "mulheres do conforto". Me tocou muito, ao mesmo tempo que me angustia e me revolta.
Segue: https://youtu.be/qsT97ax_Xb0
E deprimente que o Japão tenha uma atitude tão besta por causa de uma estátua que merece ser homenageada.
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