Grama da coreana Keum Suk Gendry-Kim é um quadrinho que conta a história de uma mulher do conforto, já falei muito disso no Shoujo Café (*Ex.: 1 e 2), mas são meninas e mulheres transformadas em escrevas sexuais para atender às tropas japonesas. Boa parte delas era coreana e até hoje o Japão não se desculpou adequadamente por esse crime. Encontrei um artigo no site Hyperallergic sobre o quadrinho de Keum Suk Gendry-Kim que explica que a palavra "mulheres do conforto", tradução da língua inglesa "comfort women", não tem o peso da expressão original que é ianfu (慰安婦,いあんふ), uma variação de prostituta e que se aplica tanto para a mulher que era escrava sexual na 2ª Guerra e durante a ocupação japonesa de várias regiões asiáticas.
Grama tem como protagonista a menina Lee Ok-sun. Muito pobre, ela foi vendida por sua família para trabalhar em um restaurante em Busan, em 1942. Depois disso, seu primeiro dono-patrão a vendeu para uma taverna que servia, também, de prostíbulo. Lá, ela trabalhava na cozinha e limpeza. Um dia, voltando de uma missão fora do estabelecimento, Lee Ok-sun foi sequestrada e sua vida como "mulher do conforto" começou pouco depois, ela tinha 15 anos.
Segundo o BBM, Grama "Venceu o Prêmio Especial Bulles d’Humanité, do tradicional diário francês L’Humanité; entrou para as listas de melhores histórias em quadrinhos de 2019 dos jornais The New York Times e The Guardian; venceu os prêmios The Cartoonist Studio Prize, Big Other Book Award e VLA Graphic Novel Diversity Award". É bastante coisa mesmo.
A graphic novel entrou em pré-venda hoje no Amazon com preço promocional de R$55,90. O volume tem 492 página. Seu lançamento oficial será em 21 de julho. Eu tinha me proposto a nunca mais dar espaço para produtos lançados pelo Pipoca & Nanquim. Motivo? Eles participaram da campanha misógina contra o filme da Capitã Marvel. No entanto, é um material muito importante para não comentar. É isso.
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário