"“Muito conservadora até para os ultraconservadores”, Phyllis Schlafly conquistou eleitores defendendo que as mulheres deveriam permanecer no lar, enquanto ela, esposa e mãe, percorria os Estados Unidos difundindo seus ideais. Agora, Cate Blanchett a interpreta na série ‘Mrs America’" Tirei essa introdução da matéria inspiradíssima do El País.
Cate Blanchett caracterizada. |
Enfim, o canal americano FX produziu uma série sobre a ativista Phyllis Schlafly (1924-2016), uma mulher muito poderosa, rica, com doutorado em direito em uma prestigiada universidade, que escreveu vários livros (*e ganhou muito mais dinheiro*) vendendo a ideia de que as mulheres deveriam ficar em casa e abraçarem o ideal da "bela, recatada e do lar". Defensora do homeshooling, delegou a sua governanta a educação dos seis filhos. Influenciou presidentes, a ala mais radical do partido republicano, ajudou a impedir a ERA (Equal Rights Amendment), a Emenda dos Direitos Iguais, lutou contra o direito ao aborto, difamou os homossexuais, enfim, uma criatura daninha que deve estar sendo esplendidamente interpretada por Cate Blanchett.
Minha amiga Lina perguntou-se se ela não é o modelo para Serena Joy, a esposa do Comandante Fred de The Handmaid's Tale. É bem possível. Enfim, Mrs. America tem 4 episódios e estreou no dia 15 de abril no Hulu, o mesmo de Handmaid's Tale, e será exibido no Brasil pela HBO. Segundo a Wikipedia, é baseada de forma "frouxa" (loosely) na luta de Schlafly contra a ERA.
Phyllis Schlafly e Betty Friedan (Rose Byrne) debateram em maio de 1973. |
Não sei se irei ver, mas achei o título do El País a perfeição completa, proque há muitas mulheres que lutam contra os direitos das mulheres e os feminismos utilizando-se de todas os direitos que as mulheres somente conseguiram por causa das ativistas feministas e pré-feministas. É como os sujeitos que defendem a ditadura usando os mecanismos da democracia. Claro, se as mulheres perdem os direitos, TODAS as MULHERES tendem a sofrer, mas, bem, aí já seria papo para The Handmaid's Tale.
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