Eu não vou mentir, irei assistir o live action de Mulan. minha filha quer assistir, também, então, a única coisa que terei que pensar e se verei somente dublado (*Ai!*), ou nas duas versões, como fiz com A Bela e a Fera e Aladdin, mas, não, com Rei Leão e Dumbo. Já fiz tantos posts desse filme, que deveria criar uma tag Mulan no Shoujo Café, mas, pudera, depois do "ninguém canta na guerra" por parte da diretora, agora, vem o produtor Jason Reed e explica a ausência de Li Shang com o seguinte argumento:
“Dividimos Li Shang em dois personagens. Um deles se tornou o comandante Tung (Donnie Yen), que serve como seu pai e mentor substituto no decorrer do filme. O outro é Honghui (Yoson An),está em pé de igualdade com Mulan no esquadrão. Acho que, particularmente na época do movimento #MeToo, ter um oficial comandante que também é o interesse romântico e sexual da heroína era muito desconfortável e não achamos apropriado."
O filme se propõe a ser realista... |
Olha, o #MeToo tem a ver com abuso de poder. Em qual momento o correto Li Shang abusou de Mulan, ou de Ping, antes de saber a verdade, em algum momento do filme? Quando? Ele nunca foi abusivo, ou utilizou de sua posição para obter qualquer favor de Mulan. Ser seu superior apequena Mulan? A constrangeu a fazer alguma coisa em qualquer momento do filme? Agora, o próprio fato dele ser homem (*e não adianta trocar um homem por outro*) estabelece uma relação de desigualdade entre eles.
Li Shang incomoda? Mas a figura paterna para tutelá-la está OK. |
A sociedade era hierárquica e não vai ser um live action, que ainda cria uma personagem masculina mais velha para tutelar a mocinha, que irá apagar isso. Acredito que a única forma de elimina essa desigualdade seria colocar outra mulher como interesse romântico da heroína. Ah, sim! Eles colocaram outra mulher no filme, mas para ser a malvada. Outra opção, aliás, seria muito mais fiel à lenda, seria deixar Mulan sozinha. Seria aceitável?
Acho que é o cartaz japonês de Mulan. |
Resumindo, o produtor só faltou dizer que tiraram o Li Shang do filme por culpa das feministas... Enfim, gente, esse povo da produção do filme faria melhor em falar do que há de legal no novo Mulan e, não, tentar explicar porque retiraram o que era bom na versão animada.
P.S.: Eu fico passada cada vez que uma pessoa comenta em um dos meus posts no Facebook que "desta vez, eles se basearam na história real". Eu já expliquei em mais de um texto que há várias versões de Mulan e nenhuma tem BRUXA, como nesse filme. A animação, segundo um vídeo do Pula Muralha (*que é feito por uma chinesa da China*) se baseia na versão do século XV da história. Ela discute até essa falácia de que os chineses não gostaram... Enfim, na maioria das versões, no plural, Mulan não tem par romântico e volta para casa silenciosamente e, tendo honrado o pai, retorna aos seus papéis femininos tradicionais. Agora, as pessoas não leem, ou leem o que querem, então, OK. Dá para entender, porque estamos nesse poço sem fundo, aqui, no Brasil. E não vou colocar link de novo, não, porque quem fica papagaiando essas m***** não vai ler mesmo, nem assistir. (*Sim, eu estou com raiva*)
É difícil não perder a calma. |
3 pessoas comentaram:
Na minha opinião, os produtores não estão sabendo é fazer o live action e saíram tirando personagens.
Eu não estou muito animada para esse filme, a animação é uma das minhas favoritas e eu realmente queria que o filme fosse fiel a animação. Acho que essa questão de terem tirado o general Li shang é mais pelo fato dele ter começado a gostar (mesmo que não seja tão explícito na animação) de Mulan enquanto homem pelo menos no meu ver é isso. Mulan pra mim é uma animação que tem influência feminista eu vejo nesse filme a questão do empoderamento sim assim como também vejo na animação da Pequena Sereia, Pocahontas, A Bela e a fera etc. Posso esta errada mas né kkkkkkkk
De qualquer forma eu vou assistir mas sem muita expectativa.
Eu acredito que esse é um exemplo clássico do militou errado. Pessoas que não entendem as demandas do feminismo quiseram usar o movimento para vender o filme como feminista. Tá aí! Tanto boy lixo/insosso nas animações e tiram um dos únicos pares românticos com conteúdo das heroínas Disney. E quando flopou jogaram a culpa no feminismo. Também concordo com o comentário acima que diz que ficaram com medo de retratar o Li Shang como bi por gostar do Ping/Mulan. Um conservadorismo disfarçado de progressivo.
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