Atendendo solicitação da Netflix, o presidente do Supremo, Dias Toffoli suspendeu a liminar dada por um desembargador do Rio de Janeiro proibindo a empresa de continuar oferecendo o especial do Porta dos Fundos em seu serviço de streaming. O ato de inegável censura tinha sido baixado em resposta ao pedido de u a organização ultradireitista católica com o intuito de acalmar os ânimos, segundo o próprio magistrado. Antes da decisão do presidente do STF, um dos envolvidos no atentado à sede do porta dos Fundos é, agora, exilado na Rússia, comemorou dizendo "O Brasil tem homem, o Brasil tem macho para defender igreja de Cristo e a pátria brasileira".
A parte do texto da decisão de Toffoli reproduzida pela UOL me pareceu perfeita: "Não se descuida da relevância do respeito à fé cristã (assim como de todas as demais crenças religiosas ou a ausência dela) (...) Não é de se supor, contudo, que uma sátira humorística tenha o condão de abalar valores da fé cristã, cuja existência retrocede há mais de dois mil anos, estando insculpida na crença da maioria dos cidadãos brasileiros. (...) a democracia somente se firma e progride em um ambiente em que diferentes convicções e visões de mundo possam ser expostas, defendidas e confrontadas umas com as outras, em um debate rico, plural e resolutivo"
Enfim, o ato do STF, e acredito que caísse na mão de quem caísse, era o esperado. Primeiro, porque a liminar do desmbargdor ia contra a constituição, segundo, porque abriria um precedente nefasto para que atos de censura se tornassem comuns sempre que grupos cristãos fundamentalista e o outros que tivessem como aproveitar da brecha, se sentissem ofendidos.
"Ah, o especial é horrível!" "Eu me senti ofendido." Esse não é o ponto. Basta não assistir. Em uma democracia, a gente precisa defender a liberdade de escolha e não acreditar que é nosso direito definir o que o outro pode, ou não pode fazer. Mas que ninguém se empolgue, outros abusos virão. É para os cristãos que me leem, repito, Jesus não precisa de advogados, ou soldados, precisa de testemunhas e o testemunho de muita gente tem envergonhado o Evangelho.
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