sábado, 28 de dezembro de 2019

Taxa de natalidade bate outro recorde negativo no Japão


Estão começando a liberar as estimativas de natalidade no Japão e 2019 teve a taxa mais baixa de nascimentos desde que começaram os levantamentos, em 1899.  Segundo a CNN, nasceram menos 54 mil crianças em 2019 comparado com o ano anterior.  Pelo quarto ano consecutivo nasceram menos de 1 milhão de pessoas no Japão.  O número de mortes também foi um recorde do pós-guerra, o Japão perdeu 1 milhão e 376 mil habitantes, um decréscimo populacional de aproximadamente 512 mil pessoas.

Outra questão que a matéria aponta é que o Japão faz parte do pequeno grupo de países com uma população super envelhecida, isto é, com 20%, ou mais, de seus habitantes acima dos 65 anos.  Outro desses países é a Alemanha, mas, pelas projeções atuais, em 2030, EUA, Reino Unido, Singaupra e França poderão estar na mesma situação.  Ainda segundo a matéria, a Coreia do Sul tem apresentado taxas de natalidade mais baixas que as japonesas.  Em 2018 nasceram 8.7% a menos que em 2017.  Segundo a matéria, para conter a queda de natalidade, o governo coreano reduziu as horas máximas trabalhadas por semana de  68 horas  (*mais ou menos 11 horas por dia em uma semana de 6 dias*) para 52.

O governo federal japonês vem investindo em melhorias nos serviços de creche e outros incentivos para as mulheres que trabalham.  Só que, volta e meia, os mesmos políticos que querem estimular a natalidade, culpam as mulheres por não desejarem filhos, ou casamento.  Lembrando que para ter filhos, é preciso casar, porque mães solteiras são estigmatizadas.  Casando, espera-se que a mulher abandone a carreira.  Ainda que ela queira, o custo de vida é elevado e, não raro, o salário do marido não é suficiente para compensar as responsabilidades e sacrifícios.  É preciso mudar muita coisa, não acho que esses velhos ricos que comandam a política japonesa conseguirão resolver, ou melhorar esse quadro.

P.S.: Houve muita gente comentando no Facebook que essa situação populacional japonesa é a ideal.  Gente, um indivíduo não querer procriar é uma coisa, isso se tornar um fenômeno social é algo completamente diferente.  Nenhuma sociedade se sustenta sem renovação, sem reposição, sem crianças.  No caso do Japão, não se trata de controle de natalidade, morre mais gente do que nasce.  Nenhum sistema previdenciário é viável com um desequilíbrio tão grande.  Se nada for feito, o Japão não será o paraíso, mas entrará em colapso.  

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