A Sam me passou mais um link de um artigo italiano comentando os 40 anos do lançamento do anime da Rosa de Versalhes no Japão, foi publicado no site Tgcom24 e não está assinado, parece tentar dar voz à memória coletiva das crianças e jovens italianos que assistiram a série nas suas primeiras exibições noa anos 1980. Enfim, não vou me prolongar aqui, depois do artigo, coloco algumas notas.. Segue a tradução do artigo, mais um que mostra o amor dos italianos pela animação e a importância que ela teve no país.
Oscar e seus três uniformes. |
Em 10 de outubro de 1979 no Japão, foi transmitido o primeiro episódio do anime
A luta de classes, história, liberdade, amor não correspondido, morte e desespero. Tudo isso foi "Lady Oscar", uma série de anime que se tornou uma das mais populares de todos os tempos,[1] inspirada na história em quadrinhos de Ryoko Ikeda "Versailles no Bara" (La Rosa di Versailles). O primeiro episódio do anime estreou na TV japonesa em 10 de outubro de 1979, enquanto na Itália chegou apenas em março de 1982.
O mangá "Versailles no Bara" (Le rose di Versailles) foi publicado no Japão entre 1972 e 1973, inspirado em uma biografia de Marie Antoinette escrita pelo austríaco Stefan Zweig.[2] A obra de Riyoko Ikeda é um mangá shoujo (quadrinhos para meninas), que desvenda temas universais como amor, amizade, conflitos entre classes sociais, ferocidade da guerra, lealdade aos ideais.
Oscar aos 14 anos. |
FRACASSO EM SUA PÁTRIA, SUCESSO NA ITÁLIA - A série animada feita pelo estúdio japonês Tokyo Shinsha e exibida no Japão em 1979 foi um fracasso. Até a transmissão foi interrompida em alguns distritos, com a série com a série terminando de forma apressada com um episódio resumido (nunca exibido na Itália). Em nosso país, por outro lado, a série logo fez grande sucesso. Após a estreia no canal Itália 1, ele foi reexibido no programa "Bim Bum Bam", e mais tarde no Canal 5, Rede 4 e outras emissoras: a Itália foi, entre as nações europeias, a que reexibiu o anime mais vezes.
Um amor impossível. |
A CENSURA - Quando a animação chegou à Itália, o anime passou pela censura da época.[5] A famosa cena da discussão entre André e Oscar com a blusa da heroína sendo rasgada se tornou, corte após corte, cada vez menor com o passar dos anos. Mas as modificações no material original ocorreram sobretudo nos diálogos. As partes mais "revisadas" eram obviamente as relativas à identidade sexual de Oscar e à descrição de personagens desconfortáveis (como prostitutas).
A noite de amor, no anime, acontece em uma floresta. |
Primeira abertura.
Segunda abertura.
[1] A série da rosa de Versalhes chegou no momento certo na Itália e no resto da Europa. Tivéssemos a mesma sorte no Brasil, talvez o mangá, lançado pela JBC, teria sido lançado muito anos por aqui. Aliás, se não comprou a série, corra. Seguem os links para compra no Amazon: 1 - 2 - 3 - 4 - 5. Todos os volumes estão em promoção.
[2] A biografia de Maria Antonieta escrita por Stefan Zweig teve várias edições em nosso país. A última foi publicada sob o título de Maria Antonieta: Retrato de uma mulher comum.
[3] Aqui não entendi bem. O texto não fala de qual personagem histórico seria a fonte de inspiração para Oscar e ainda citou os versos iniciais da primeira (*e bem ridícula*) música de abertura da animação na Itália. Enfim, segundo a própria Ikeda, uma das fontes de inspiração para Oscar, a maior de todas, foi a Rainha Cristina da Suécia. Para quem tiver curiosidade, recomendo o último filme sobre Cristina feito em 2015. A minha resenha está aqui.
[4] O filme de 1978 foi a primeira adaptação de um mangá para o cinema feito fora do Japão. Sim, o filme não é lá essas coisas, mas o mérito do pioneirismo cabe à Rosa de Versalhes. Para quem quiser ler a resenha, está aqui.
Primeiro encontro com Gerodell. |
[6] Acho a primeira versão da música de abertura italiana muito ruim, a francesa consegue ser pior, mas ela é amada na Itália. A segunda é um pouco melhor, mas como alguém tem coragem de substituir a belíssima música original? Aliás, há uma versão italiana do original que saiu em um LP por lá, mas não foi utilizada na série. De qualquer forma, Cristina D'Avena tem uma linda voz e Una Spada para Lady Oscar é passável. Na voz do Enzo Draghi é boa, também, mas D'Avena cantava praticamente todas as aberturas de anime italianos nos anos 1990.
1 pessoas comentaram:
A personagem história a quem o artigo se refere acho seja François Augustin Reynier de Jarjayes. Está citado também aqui: https://www.google.com/amp/s/m.huffingtonpost.it/amp/entry/lady-oscar-compie-40-anni-10-cose-che-non-sapevi-sulleroina-ribelle_it_5d9f3d10e4b087efdba9d981/
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