Não conhecia o canal Get In The Robot, mas um amigo repassou o vídeo no Facebook eu parei para assistir. Enfim, não tem legendas em português, acredito, só as automáticas em inglês, o que é uma limitação. Mas por qual motivo o vídeo é interessante?
Para quem não entende inglês, vou deixar meus comentários: A apresentadora, Cristal Marie Calderon, deve ser pelo menos uma geração mais nova que eu, o que quer dizer que ela assistiu criança aos animes que apontou como icônicos para a sua geração: Dragon Ball Z, Sailor Moon, Pokemon, Saint Seya e Cowboy Bebop. O fato dela dizer que estava na escola, provavelmente, ainda criança, quando assistiu Pokemon, já confirma isso.
Ela comenta que o sucesso dos animes na América Latina, e ela em vários momentos especifica que falante do espanhol, é que eles não foram censurados. Saint Seya (*o anime favorito da apresentadora*) foi exibido com seus 114 episódios, enquanto nos EUA, a exibição tardia da Cartoon Network editou a tal ponto que o anime passou a ter 40 episódios e somente 32 foram exibidos, porque a audiência era baixíssima.
Não lamento que o assédio e o fanservice ofensivo praticado contra a personagem Yuki Mori (Lola) tenha sido retirado de Yamato pelos norte americanos. Para tudo há exceção. |
A apresentadora ressalta que quando havia algum rolo em países da América Hispânica, era porque o material vinha censurado de fora, como aqui, via Espanha (*animes eram muito censurados na Europa dos anos 1980*), em alguns casos raros, Sailor Moon, via Estados Unidos, mas sem toda a censura de lá. Sailor Moon, que nós aqui recebemos do México, não contou com a censura ocorrida nos EUA, simplesmente houve mudanças nos nomes Usagi virou Serena, por exemplo, e uma confusão na dublagem com Zoisite sendo transformado em uma mulher. OK. A gente recebeu essa versão, mas, de resto, era Sailor Moon.
Nos EUA, Urano e Netuno eram primas. |
E o que a apresentadora tem a dizer sobre isso, que é, aliás, a parte mais importante do vídeo? Enfim, ela discute que os japoneses queriam nos anos 1980-90 entrar nos EUA de qualquer jeito. Os americanos consideravam os animes produtos inferiores (*olha, eu diria que eles sabiam que potencialmente era competição superior mesmo*), com muitas peculiaridades culturais e que fugiriam do objetivo das animações norte americanas, isto é, vender brinquedos. Não dariam lucro.
Por confusão, Zoicite virou mulher. |
Tentando ampliar o mercado, empurraram por baixíssimo preço os animes para países da América Latina, onde a produção de desenhos animados praticamente não existia, porque as crianças eram vistas como uma audiência pouco lucrativa. Quem foi criança nos anos 1980, no Brasil, deve lembrar de quão caros eram os brinquedos e que a gente só ganhava (*quando ganhava*) brinquedos mais caros em datas muito específicas. No meu caso e do meu irmão, o brinquedo mais caro era no Natal. Dia das Crianças era um brinquedo barato. Aniversário, bem, a festa já era seu presente. Ela também pontua que esses países estavam saindo de ditaduras sangrentas. O que isso tem a ver? Ah, quem se importa com violência de anime quando temos a real servida todos os dias?
Sangue azul... Sério isso, gente? |
Novelas eram longas, mas com histórias fechadas. As personagens normalmente tinham seus arcos desenvolvidos ao longo dos capítulos. Havia drama, violência, humor, romance e, em alguns casos, certa nudez e sexo. Ainda que o Brasil tenha meio que perdido o filão para crianças e adolescentes por mais de uma década, importamos Carrossel e Rebelde para somente depois produzirmos nossas versões, os mais jovens assistiam certas novelas. Estavam, portanto, acostumados ao formato.
Shun mulher... Bem, já comentei sobre isso. Concordo com o vídeo. |
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário