Anteontem, apareceu na minha TL do Facebook uma matéria sobre uma propaganda da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) que fez uma releitura inspirada em comercial da década de 1980, sobre o primeiro sutiã. Essa propaganda antiga, ela é de 1987, tinha um quê de fetiche em uma época na qual meninas adolescentes eram expostas nas várias mídias como mercadoria. Aliás, podemos voltar a isso, se não abrirmos o olho. Enfim, o tom da nova campanha é diferente. Enfim, a campanha é inspirada na história real de Ludmila, uma garota trans:
Agora, o que mais me tocou na propaganda é que ela fala de aceitação, de um pai que precisa entender que seu/sua filho/a sonhado/a pode ser diferente do planejado. Por favor, ao assistir o filmete, que vai concorrer em Cannes, não se fixe na questão do sutiã, que se trata de um fetiche, de uma peça imposta às mulheres (*minha mãe me obrigou a usar sutiã quando eu fiz 10 anos e, até me acostumar, foi torturante*) e, não, uma materialização da nossa feminilidade, pense nessa questão maior. Aceitar as diferenças, ainda que seja difícil compreendê-las. Acolher. Pequenos atos podem salvar vidas e as taxas de suicídio no Brasil estão aumentando. Quantas mortes podemos evitar simplesmente tentando fazer o exercício de se colocar no lugar do nosso semelhante, de nos dispormos a ouvir. Piegas, eu sei, mas, às vezes, eu me dou ao direito de ser.
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