Não vou falar da novela em si. Eu assisto Deus Salve o Rei de vez em quando e a trama simplesmente não anda, porque não existe. Não imposta quão talentosos alguns atores sejam, e o Johnny Massaro é muito bom, as coisas caminham descoordenadamente. Capítulos e mais capítulos com a piada do estacionamento de carroças, as tentativas frustradas de Rodolfo engravidar sua rainha, daí uma guerra visualmente bonita e, bem, sem grande função. Artena foi conquistada e todo mundo se mudou para Montemor, é isso? Tudo muito bonito, a gente vê o dinheiro investido na produção, mas o autor da novela é muito fraco. Mas vamos lá, no único post que fiz sobre a novela pontuei que ela poderia se passar até em outro planeta, porque não havia materialidade geográfica, ou qualquer, para Montemor e Artena - aqueles reinos ovo de 5 mil habitantes cada - existirem em qualquer espaço temporal em nosso planeta. E isso era muito bom, dava liberdade ao autor para fazer o que lhe desse na telha, mas eis que a coisa começou a mudar.
De lá para cá, gregos e romanos foram citados e, hoje, falou-se em Latim. Os dois conselheiros de Rodolfo (Johnny Massaro), Orlando (Daniel Warren) e Petrônio (Leandro Daniel) estavam discutindo sobre quem era o mais culto. Orlando sabe 5 línguas, Petrônio somente 4. Daí, este segundo diz que uma das que Orlando fala não conta, porque é Latim, uma língua morta. Vejam bem, o Latim era língua viva durante a Idade Média (476-1453), continuou sendo utilizada durante o Renascimento e além. Mesmo quando suplantado no uso diário pelas línguas nacionais, as pessoas cultas, quem ia para a universidade, membros do clero católico, aprendiam Latim. A piadinha do Latim língua morta poderia ser feita hoje, no século XXI, mas nunca, nunca, nunca, na Idade Média, ou até meados da Idade Moderna. É só para isso o post. Quer brincar, brinca direito, assiste A Vida de Brian, ou mesmo, Eric o Viking, para aprender como se faz. Vou voltar para a resenha de Eu, Tonya, agora. Não vou comentar mais nada, porque não vale o esforço.
ATUALIZAÇÃO: Há um grupo e uma Fanpage do Shoujo Café no Facebook. No grupo o pessoal está concordando com o micro-post. A novela é ruim, porque o autor é pouco competente, mas há quem assista, como eu. Na Fanpage a coisa caminha diferente, a novela é ótima, os probleminhas são meros detalhes, ninguém quer ver Idade Média mesmo (*se soubesse de alguma coisa já teria entendido que Deus Salve o Rei não é medieval*) e eu sou uma chata. Estou esperando quem aparecerá por lá dizendo se tratar de uma obra-prima da teledramaturgia nacional. ^_^
Pelo menos estão deixando a Bruna Marquezine atuar agora. A atuação robótica não era culpa dela. |
1 pessoas comentaram:
Deus Salve o Rei é verdadeiramente deprimente, porque (ressalvas quanto a atuação da Marquezine à parte) a novela tem boa produção e um bom elenco. Poderia dar certo. Por isso, fica mais notável do que o normal a incompetência do autor em fazer... eu ia dizer 'uma história interessante', mas não, ele tem problemas em apenas construir uma história coerente mesmo, boa ou ruim.
Dá logo para perceber que é uma cria feia de Game of Thrones, não somente pelas cópias descaradas de vários elementos presentes na série, mas por se espelhar no que acho ser o seu maior exemplo: que altos valores de produção, grandes batalhas épicas, reviravoltas surpreendentes, e histórias 'picantes' com muito fanservice para o público encobrem a falta de um roteiro sólido e consistente. E realmente... dá certo. A qualidade do plot de Game of Thrones só vem caindo com o tempo, mas a sua popularidade aumenta e aumenta junto com os cenários bonitos e os bons efeitos.
Não é a toa que a Globo entrou nessa onda, afinal...
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