Duas notícias contraditórias sobre o mundo dos animes

Sei que uma das notícias já apareceu em vários sites nacionais, afinal, está aberta aqui no meu computador faz tempo e eu sem chance de comentar, mas vamos lá!  Foi noticiado (*Goboiano - Sora News*) que a indústria de animes no Japão teve um recorde em 2017, pois conseguiu lucrar 2.0009 trilhões de ienes (aproximadamente 17.5 bilhões de dólares, ou 57,3 bilhões de reais).  A prévia aponta um crescimento de 9% em relação ao ano anterior.  Fantástico, não é mesmo?  

Segundo o relatório da AJA (Association of Japanese Animations), boa parte desses luvcros estão ligados ao mercado chinês, que depende do streaming pago e empresas disputando direitos, já que governo de lá proibiu as exibições de animes na TV aberta (*não é censura, é protecionismo de mercado*) e do sucesso internacional de Your Name。 (君の名は。/Kimi no Na wa。).  E qual a outra notícia?

Bem, o Goboiano comentou que o P.A. Works, um dos mais importantes do Japão, responsável por séries como  Shirobako  (シロバコ) e Sakura Quest (サクラクエスト), está sendo criticado por pagar aos seus animadores iniciantes salários inferiores aos dos atendentes do McDonald's.  Enquanto os funcionários da rede de lanchonetes, atendentes que tem treinamento mínimo, recebem 980 ienes (28,12 reais) por hora, os animadores ganham 770 ienes (22,36 reais), que é, segundo a matéria, o salário mínimo na Prefeitura de Toyama, onde fica o estúdio.

Já comentamos de que os péssimos salários (*que não conseguem sustentar nem uma pessoa solteira, quanto mais uma família*) são um dos principais problemas da indústria de animação no Japão, curiosamente, uma das mais florescentes do país.  Capitalismo explica?  Sim e não.  Salários tão baixos podem terminar prejudicando a indústria de animação no país e há quem fale de que ela vá morrer.  Não parece, mas é lamentável tanta exploração.  Agora, o que eu não sei, não sei mesmo, é quem fica com o grosso dos lucros.  Provavelmente, não são os estúdios...