Semana atrasada (*já se passou um tempão*), nem lembro mais o dia, assisti Thor: Ragnarok, 3D e legendado. Por vários motivos, fui adiando a resenha e nem sei mais se os detalhes ainda estão na minha cabeça. Este aliás é um ponto chave para analisar o filme, ele é legal, mas é esquecível, isto é, daqui a pouco, só me lembrarei em linhas gerais do que aconteceu na trama. Se não o vejo como decepcionante, pode até ser visto como melhor que o primeiro filme do herói, este último Thor é como uma paródia dos filmes anteriores do Deus do Trovão. O tom do filme é de comédia e Chris Hemsworth parece ter tomado gosto pela coisa e sabe fazer a gente rir. Então, parecia outro Thor e, bem, eu não tenho o que reclamar. O filme é bem superior ao segundo filme do herói.
O filme Thor: Ragnarok se inicia dois anos depois do segundo filme dos Vingadores. Enquanto o deus do trovão enfrente Surtur, uma criatura superpoderosa que quer destruir Asgard, é informado pelo mesmo do desaparecimento de Odin (Anthony Hopkins, em participação discreta). Vencedor, Thor retorna para seu reino e percebe que as coisas não estão muito no lugar, Heimdall (Idris Elba) foi substituído pelo fanfarrão Skurge (Karl Urban) e Loki (Tom Hiddleston), o irmão problemático de Thor, finge ser Odin. Desmascarado, Loki segue com o irmão para a Terra em busca do pai e com a ajuda do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) reencontram o senhor de Asgard para logo depois perdê-lo com a chegada de Hela (Cate Blanchett), a filha primogênita de Odin e encarcerada por ele no Hell.
Thor e Loki em "roupas civis" em busca de Odin na Terra. |
Hela é muito poderosa e termina por dominar Asgard aterrorizando seus moradores. Já Loki e Thor terminam atirados em um planeta distante e caem presa do Grandmaster (Jeff Goldblum), um ser superpoderoso e insano que se delicia em brincar com formas de vida inferiores. Ele tem um campeão, que Thor logo descobre ser Hulk (Mark Ruffalo), que havia desaparecido depois da batalha em Sokovia. Thor, então, tenta fazer com que Hulk retome a razão e volte a se transformar em Bruce Banner, além de tentar convencer uma mercenária (Tessa Thompson), a ajudá-lo na fuga para Asgard. Thor termina por descobrir que a moça é uma valquíria, entidades asgardianas que foram massacradas por Hela na batalha que a aprisionou. Apesar dos obstáculos, uma equipe é formada e eles retornam para Asgard com o objetivo de evitar o Ragnarok, que destruiria a tudo e todos.
Como coloquei no primeiro parágrafo, Thor: Ragnarok é um filme divertido. Ágil, boa parte do tempo, carregado de personagens simpáticas, o próprio Thor, Loki, Hulk/Banner, Heimdall, Valquíria (Tessa Thompson), o Grandmaster etc. A participação de Benedict Cumberbatch é uma delícia de se ver (*sou fã do ator, aviso*) e Thor causa vários danos à mansão do herói. É um filme leve, também. Um bom filme de herói? Sim e não. Se as pessoas quiserem um pouco mais de densidade, encontrarão pouco disso nesse novo Thor. É um filme que não se leva a sério, o que é bom, em certo sentido, mas, talvez, um pouco mais de tensão e menos humor fizesse diferença em alguns momentos do filme, talvez... De qualquer forma, esse Thor dirigido por Taika Waititi me agradou mais do que Guerra Civil e Doutor Estranho, mas ficou longe da simpatia do novo Homem Aranha.
Hulk por dois anos desaparecido, tornou-se um guerreiro do Grandmaster. |
Thor: Ragnarok é um filme colorido, uma comédia de ação, e explora ao máximo Hemsworth- Ruffalo-Hiddleston. Idris Elba tem seus momentos, assim como Karl Urban, mas são os três que seguram o filme. Eles se articulam muito bem, os diálogos, as caras e bocas, tudo é muito divertido. Agora, em nenhum momento se perde de vista que Thor é o protagonista. É diferente do que fizeram em Guerra Civil com o Capitão América, que não teve sua trilogia fechada de forma digna. Sim, Guerra Civil é um filme dos Vingadores. Já Thor: Ragnarok é generoso com Hulk – que se destaca bastante – e com Bruce Banner sem transformá-lo em protagonista. Hulk tem histórias por contar, talvez até envolvendo o Grandmaster, quem sabe? Jeff Goldblum estava divertidíssimo, será que aparecerá de novo?
Falando das personagens femininas do filme, o grande destaque vai para Hela. Não sei como ela é apresentada nos quadrinhos de Thor, mas a Hela da mitologia nórdica era filha de Loki, não de Odin. O filme apresentou um passado obscuro de Odin, um que seus próprios filhos desconheciam. Normal, não vejo como problema, é ficção, os deuses da Marvel são extraterrestres e tudo mais. O problema de Hela é ser poderosa demais. Virtualmente, indestrutível, independentemente de qualquer evolução que a Thor possa ter. Um dos focos do filme é o crescimento do protagonista, a descoberta de sua verdadeira força para além do Mjölnir. Não darei maiores spoilers, mas o Thor que começa o filme, não é o mesmo que termina. Voltando para Hela, Cate Blanchett estava bem à vontade no papel.
O Grandmaster com sua Guarda-Costas e Valquíria. |
Outra personagem feminina de destaque é a Valquíria de Tessa Thompson, uma mercenária que captura seres vindos de outros mundos para lutarem nas arenas do Grandmaster. Ela tem menos cenas de humor que Thor e Loki e mais cenas de ação, por assim dizer. O filme foi bem competente em apresentar de forma rápida e objetiva seu passado em um flashback de uma batalha com Hela. Esse passado termina por justificar o abandono de Asgard, sua vida como uma mercenária à serviço do Grandmaster e seu alcoolismo. Não que o próprio Thor não seja de entornar umas e outras, como a cena com o Doutor Estranho bem mostrou. A personagem conseguiu se articular bem com os outros membros da equipe que tenta desesperadamente salvar Asgard, de resto, ela não substitui Sif (Jaimie Alexander).
A grande ausência do filme foi Sif. Todos os guerreiros que ajudaram Thor nos filmes anteriores estavam no filme (*e foram impiedosamente destruídos por Hela, aparecem para morrer*), menos Sif. Segundo meu marido, Sif se torna amante de Thor nos quadrinhos, pelos menos nos mais clássicos, depois que Jane perde peso nas histórias. Aliás, isso foi piada no filme, Jane teria dado “o fora” em Thor. Sif poderia aparecer no filme, não estou falando como interesse romântico, mas sobreviendo junto com Heimdall, liderando a resistência. Isso tudo só me leva a supor que talvez alguém achasse que seriam mulheres personagens com falas demais no filme, pois ainda há a Guarda-Costa do Grandmaster (Rachel House), que tem algum destaque. Enfim, Thor: Ragnarok não cumpre a Bechdel Rule, ainda que o filme tenha mulheres em papéis importantes na história.
O elenco. |
Terminando, não sei se consegui apresentar o filme como gostaria. ela é bom, divertido, um final digno para a trilogia do deus do trovão. Importante, ainda, ele não exige que você seja um conhecedor dos quadrinhos de Thor, ou Hulk. Aliás, até quem não assistiu os filmes anteriores, pode se divertir com ele. De resto, me desculpo por uma resenha tão curta e desinteressante até. Quando fui ao cinema, tive um aborrecimento na entrada, o atendimento do Kinoplex do Shopping Boulevard é péssimo, eu estava cansada e isso impactou a minha percepção do filme. Me diverti, mas poderia ter sido uma experiência melhor. Só que os horários das sessões legendadas não são dos mais favoráveis para mim. Isso até atrasou minha ida ao cinema. O filme estreou na quinta e eu demorei bem uma semana para conseguir me ajustar aos horários. De resto, amanhã estreia liga da Justiça, espero não demorar muito a assistir, nem a resenhar o filme.
P.S.: Tenho mais três resenhas de filmes por fazer, Orações por Bobby (*que assisti em casa*), Missão Cegonha e Big Pai, Big Filho. Os dois desenhos que vi com Júlia talvez venham em um texto só. Preciso de fôlego.
2 pessoas comentaram:
As HQs seguem a mitologia e lá Hela é mesmo a filha de Loki.
A atriz da Lady Sif disse que só foi chamada em cima da hora e estava comprometida com uma serie, por isso não foi.
É curioso como a Marvel vai deixando personagens femininas de lado com o passar dos filmes.
Que saudade de você, meu amigo! Obrigada por comentar. 💗
Postar um comentário