Ayumi Komura gosta de gender bender, de brincar com essas coisas. Enfim, seu maior sucesso foi Usotsuki Lily (うそつきリリィ), que tem como ponto de partida a descoberta por parte da protagonista de que o garoto de seus sonhos tem como hobby se travestir. Sua série atual, Kami-sama no Ekohiiki (神様のえこひいき), começa com o protagonista, Yashiro, rezando em um templo para ter coragem de se declarar para a pessoa que ama.
Cem dias de preces consecutivas atraem a atenção da divindade do templo. quando o garoto parte para se declarar, o deus o segue com seu bichinho de estimação. Como seria a garota? Só que o rapaz se declara para o melhor amigo que, de forma muito madura e educada, o recusa, reafirma que continua seu amigo, mas que é hetero. Abalado, o protagonista se desculpa e sai caminhando sem prestar atenção. É atropelado e morre.
A divindade, compadecida, decide dar ao jovem uma segunda chance, a possibilidade de renascer (*com a mesma idade*) no corpo que quiser. A divindade diz que é uma exceção, porque ele se mostrou tão devoto. O garoto questiona o favoritismo do deus, ele faz isso com todo mundo? O nome do mangá se remete exatamente a isso, é algo como 'o favorito do deus'. Depois de alguma ponderação, Yashiro pede para voltar como uma garota, seria a forma de, finalmente, ter reconhecido o seu amor por Kenta.
E, bem, o tom da série é comédia. Trata com temas pesados, que poderiam ter uma abordagem mais densa, só que o humor, aquele bobinho, típico da autora, se impõe. Yashiro pede para voltar como uma adolescente voluptuosa, mas que pudesse ser vista como kawaii. Fosse um mangá shounen, teríamos a peituda da turma, mas é um mangá shoujo da Margaret, então, temos uma personagem até bem curvilínea, mas nada shounen-like. E o capítulo 1 termina com o reencontro de Yashiro (*ainda não sabemos seu nome feminino*) e Kenta. Será que ele vai notá-la? Como será adaptação de Yashiro como menina? E, obviamente, a divindade e seu pet (*que é bem explosivo, chora, se compadece, bate em Yashiro quando ele pede um corpo feminino, enfim*) irão segui-lo. E eles são meio malas, por assim dizer.
Até o momento, Kami-sama no Ekohiiki só tem um capítulo traduzido. O original está na página da Margaret aberto para leitura. Com a chegada do primeiro tomo às lojas vai mostrar se a aceitação do mangá está sendo boa. Vai entrar no top 10? Enfim, achei bem interessante a reação do amigo à confissão apaixonada, não houve piada, era uma situação crível, ainda que eu imagine que no mundo real seria muito mais difícil de ser digerida por adolescentes. Agora, a virada gender bender, ainda que esperada, mostrou uma dificuldade de lidar com a questão da homossexualidade pela autora. Não espero nada profundo, mas, de repente, essa história ainda pode surpreender de alguma forma. Se for um sucesso, e como o tema gender bender normalmente atrai atenção, talvez venha um anime... Talvez.
P.S.: Este post estava aberto, aqui, desde sexta-feira. Estou sem tempo e capacidade de concentração. Um monte de trabalhos para corrigir, notas para fechar, Júlia para cuidar, coisas para resolver ainda decorrentes do assalto do meu marido etc. Minha gastrite está atacada e se eu encostar em algum lugar apago. Sexta-feira perdi a aula de hidroginástica, proque fui deitar por uma meia hora. Acordei duas horas depois e achando que já era o dia seguinte e tinha que ir pegar Júlia na escola. Foi por pouco... É a última semana de trabalho antes do recesso escolar. Vamos ver se as coisas melhoram nos próximos dias.
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