Quinta-feira assisti Os Guardiões da Galáxia vol.2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2) e não resenhei ainda. Motivo? Muito trabalho (*feriado, tenho Júlia SÓ para mim*) e distrações, como três volumes de mangá e três episódios de The HandMaid’s Tale que terminei de assistir. Enfim, mas antes que minha memória comece a faltar, digo que o novo filme da Marvel é muito divertido e que se eu tivesse tempo, assistiria de novo, manteve o nível do primeiro e não me decepcionou. Foi bom rever as personagens e, ainda que o miolo da trama não seja nada criativo, saí plenamente satisfeita. O filme, em linhas gerais, é sobre família, de sangue e eletiva, sobre como as pessoas que amamos e nos amam, seja lá de qual forma for, são importantes em nossa vida. E tem o baby Groot, se você ainda não se convenceu a dar uma olhadinha.
A história começa na Terra, em 1980, com uma mulher e um homem namorando, o sujeito mostra uma planta muito especial que parece vinda de outro planeta ou dimensão, corta a cena. Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Rocket (Bradley Cooper) e Baby Groot (Vin Diesel) são Os Guardiões da Galáxia. No início do filme, eles estão bem ocupados, foram contratados por uma raça muito avançada, os Soberanos, para defender suas baterias (*sei-lá-de-quê*) de um monstro de outra dimensão que queria roubá-las. Vencido o monstro, em uma sequência bem legal e com muita música, marca do filme, eles recebem a irmã de criação de Gamora, Nebula (Karen Gillan), como pagamento. Eles pretendem entrega-la aos Kree e receber compensação por isso. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas Rocket, por força do hábito, rouba algumas baterias miniatura dos Soberanos e eles passam a ser perseguidos.
Soberanos. |
Ótimos efeitos visuais, piadas que realmente fazem rir, a despeito de serem mais pesadas que a média, uma trilha sonora carregada de sucessos dos anos 1980 e presença de astros dessa década fazendo preciosas pontas, caso de Sylvester Stallone e David Hasselhoff. Eu não me divertia tanto com um filme da Marvel desde... desde... O primeiro Os Vingadores e, claro, o próprio Guardiões da Galáxia! As personagens, quando tem tempo em tela, se mostram mais complexas do que a média. Nada dos bonzinhos e mauzinhos tradicionais, tampouco, o filme mergulha na vertente de vender que heróis contemporâneos são sempre anti-heróis. Todos têm falhas, mas, também, têm virtudes. O melhor caso é o de Yondu Udonta, o mercenário, bandido perigoso que, bem, tem lá dentro um coração.
Papai lhe ama! |
Outra discussão do filme, que nunca se afasta do tema família, é o confronto e acertar de contas das irmãs Nebula e Gamora. A primeira guarda rancor em relação à heroína, porque a cada derrota – e foram mutias – seu pai, Thanos, lhe impunha um implante cibernético. Aqui, também, temos a discussão do verdadeiro sentido de família. Fora isso, Gamora confronta Quill sobre o tema, “pensei que nós éramos uma família”, só que, nesse caso, a moça costuma recuar quando se trata de discutir a relação dos dois. “Umas pessoas, dançam, outras, não”, é o que diz Drax. Os que dançam, para ele, são idiotas, como Quill.
Por causa do Rocket, Júlia achou que era filme para criança. |
Não vou comentar mais detalhes da trama do Celestial, porque vou dar muitos spoilers mesmo. Seria inevitável, mas, por outro lado, não vejo necessidade de grandes discussões sobre ela. A questão básica nessa trama é “será que um pai biológico é sempre melhor que um pai adotivo?”. Fora a velha situação provocada pelo poder absoluto, Ego, e o nome não é esse à toa, é incapaz de não se sentir muito superior aos meros mortais. Ele é egoísta e cruel por trás de um sorriso cativante.
Yondu não é tão mau assim, quer dizer, é,sim. |
O filme cumpre a Bechdel Rule? Um... Temos várias personagens femininas com nomes, algumas delas conversam entre si. Nebula e Gamora, Ayesha e Gamora, Mantis e Gamora... Agora, eu realmente não saberia dizer se o assunto não seria um homem. Agora, todas as personagens femininas com nomes são interessantes e, salvo por Mantis, nenhuma é passiva. Ainda assim, é Mantis, tratada por Ego como um bicho de estimação, que conta o segredo do Celestial para os Guardiões, ou seja, ela é capaz de pensar por si mesma e reagir. A mãe de Quill, Meredith, mal tem tempo em tela e é a personagem feminina frágil, por assim dizer, anda que tenha papel indireto no desenvolvimento da trama e no desenlace do filme. Coisa interessante, há tantas mulheres piloto quanto homens entre os Soberanos, mas todos os mercenários de Yondu parecem ser homens. E, bem, eles aparecem mais e têm falas. Enfim, mesmo sem cumprir a Bechdel, mesmo com uma maioria de personagens masculinas, Guardiões da Galáxia pontua alto equidade de gênero.
Muito fofo para matar. |
1 pessoas comentaram:
Quando vi o diálogo das irmãs, lembrei do teste bechdel e apesar das discussões delas serem interessantes e terem ajudado elas a ficarem mais próximas (ou talvez um pouco unidas) elas falavam muito do pai que as torturavam obrigando elas a competirem entre si, e o pai (mesmo sendo falado de forma crítica pela maneira como as tratava) é uma figura masculina, quer dizer, levando ao pé da letra eram duas mulheres falando de um homem, então talvez não passaria no teste.
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