Lembro de ter assistido a primeira versão de The Beguiled, aqui, no Brasil, O Estranho que Nós Amamos, quando estava no final da adolescência. Ele passou de madrugada na Globo, eu gravei para ver depois, mas a fita terminou antes do final e eu tive que esperar uma próxima exibição, acho que mais de dois anos depois, para assistir o final. Não havia internet, era outro mundo.
Eastwood na primeira versão. |
Resumindo o filme, Mississípi, 1863, um soldado do Norte ferido e quase morto é encontrado por uma aluna de um colégio interno para meninas, o Martha Farnsworth Seminary for Young Ladies. Ele, que se chama John McBurney, é cuidado pelas alunas e professoras e começa a exercer fascínio tanto sobre as adolescentes, quanto sobre as solteironas e a escrava doméstica. Pensem em um ambiente fechado, marcado pela repressão sexual, e um sujeito jovem convivendo com sete mulheres. Eventualmente, o soldado se envolve com uma delas, a professora Edwina Dabney, sofre o assédio da diretora, a Martha que dá nome ao colégio, e termina sendo pego em flagrante transando com uma das alunas adolescentes. Edwina o agride e ele rola a escada quebrando a perna. Martha, então, alega que é necessário amputá-lo para evitar a gangrena, mas todos suspeitam que se trata de uma vingança... Depois disso, só tragédia...
Diretora e elenco. |
A versão de 1971, era estrelada por Clint Eastwood, já maduro e muito bonito. O filme tinha umas cenas de sexo não muito leves, para muita gente, hoje, há um cheiro de pedofilia no ar, e o olhar era profundamente machista, quer dizer, o que esperar de um bando de mulheres, donzelas e solteironas, do que se atirarem sobre um sujeito e se lançarem carregadas de inveja e rancor umas contra as outras por causa dele? Só que o tom do filme flertava com o terror e, bem, o pesadelo misógino não termina bem para o único macho alfa de plantão. Não termina mesmo...
Todas em torno de John? |
Não li o livro, nem sabia, aliás, que o filme se baseava em um livro, A Painted Devil, de Thomas P. Cullinan. Não sei se o filme de 1971 é fiel ao livro, mas desconfio que a nova versão será diferente, talvez uma leitura feminina (*quiçá feminista*) do original. De qualquer forma, estou um pouco curiosa para ver a releitura de Sofia Copolla para uma história que é centrada nas mulheres, que é ditada por elas, por assim dizer. É uma nova chance de fazer um filme excelente como As Virgens Suicidas. Desta vez, Colin Farrell é o soldado; Nicole Kidman é Miss Martha, e Kirsten Dunst é Edwina. Já Elle Fanning é Carol, a aluna adolescente que acaba transando com John McBurney. O trailer está aí embaixo:
1 pessoas comentaram:
Me lembro vagamente desse filme com o Eastwood. Preciso revê-lo um dia.
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